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·12 de maio de 2020
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Hoje a coluna Parabéns ao Craque homenageia o ex-jogador Thomas Dooley. Nascido na Alemanha, o atleta passou por divisões inferiores do país, até se destacar e ser campeão da Bundesliga. Se naturalizou americano e disputou duas Copas do Mundo, sendo o capitão na Copa do Mundo da França em 1998. Dessa forma, o defensor/volante atuou no futebol do país que representava e foi um dos jogadores mais influentes a atuar na MLS na década de 90. Atualmente, Dooley é treinador, porém está desempregado.
Thomas Anthony Dooley nasceu em Bechhofen, na antiga Alemanha Ocidental. Começou sua carreira em 1981 pelo FK Pirmasens, clube localizado no estado da Renânia-Palatinado, que também abrangia sua cidade. Na equipe, se destacou em uma liga amadora alemã ao ser o artilheiro da competição, quando ainda jogava de centroavante. Em 1984, se tornou de vez profissional, ao ser contratado pelo FC Homburg, clube que disputava a terceira divisão do país.
Assim, Tom ajudou a equipe do estado de Sarre a vencer a liga e subir para a Bundesliga 2 em sua primeira temporada no time, ao atuar em todas as 38 partidas, além de balançar as redes cinco vezes. Pelo Homburg, o jogador foi andando posições para atrás, até chegar a jogar de zagueiro ou volante. Dois anos depois, foi também campeão da segunda divisão – maior título do time até hoje -, e contribuiu ao colocar o clube na elite do futebol alemão. Entretanto, o Homburg não fez uma boa campanha em sua primeira Bundesliga da história, e foi rebaixado naquele ano, ficando com a penúltima colocação.
Apesar do mau desempenho de seu clube no campeonato, em 1988 foi contratado pelo Klaiserslautern, onde viveria os melhores momentos de seu futebol. Em sua segunda temporada pelo clube, Dooley foi campeão da Copa da Alemanha e, no ano seguinte, campeão da Bundesliga e da Supercopa da Alemanha. No tradicional time alemão, ficou até 1994 e, além dos três maiores título nacionais, fez 14 gols em 128 partidas, em cinco temporadas.
Thomas Dooley é filho de uma alemã com um membro do exército norte-americano. Apesar de não ter conhecido o pai, recebeu um convite para se naturalizar em 1992 e fazer parte da seleção dos Estados Unidos, que disputaria a Copa do Mundo em casa daqui a dois anos. Tom, que nunca fora convocado pela federação alemã, aceitou o convite. Desse modo, participou do elenco que foi eliminado com muita dificuldade pelo Brasil, futuro campeão, nas oitavas de final, em um dos melhores desempenhos dos EUA em copas.
Ele ainda seria chamado para mais um mundial. Dessa vez, não só fez parte, como foi o capitão da seleção americana, em 1998. No entanto, a equipe daquele ano não foi bem no torneio na França, e perdeu os três jogos, sendo eliminada na fase de grupos. Assim, disputou 81 jogos até 1999, quando se despediu da seleção, onde marcou sete gols. Dooley, além disso, foi eleito o jogador norte-americano do ano em 1993.
Em 1994, Tom foi contratado pelo Bayer Leverkusen. Todavia, a passagem pelo clube foi por apenas uma temporada, com 16 jogos e dois gols. Isso porque no ano seguinte foi transferido ao Schalke 04, seu clube de coração na infância. Na temporada de 95/96, foi campeão da Europa League com os Azuis Reais, ao derrotarem a Inter de Milão nos pênaltis. No ano seguinte teve uma lesão séria, e ficou grande parte da temporada longe dos gramados. Era a última em seu país de origem. Pelo Schalke, marcou três gols em 28 partidas.
Tom chegou na MLS em 1997, com 36 anos. O Columbus Crew trouxe o jogador com longa carreira na Europa para a liga recém-formada. Atuou em três temporadas pela equipe e marcou cinco gols em 61 jogos. No seu primeiro ano na liga, ficou na seleção dos melhores jogadores da mesma, feito que se repetiu no ano posterior. Ele ainda levou o MLS Fair Play Award em 1998.
Já estava querendo se aposentar, mas recebeu uma ligação do então treinador do New York MetroStars (atual New York Red Bulls), Octavio Zambrano, em 1999. Dooley aceitou o convite, e o clube, que sempre ficava na parte de baixo da tabela, chegou às semifinais da liga na temporada, com ele participando de 20 jogos. Dessa forma, pendurou as chuteiras em 2000, aos 39 anos.
Em 2002, começou sua trajetória como treinador no Saarbrücken, onde ficou por meio ano e virou diretor esportivo do clube na temporada seguinte. Esteve na função até março de 2003 e só voltou a trabalhar com futebol quando virou assistente técnico de Jürgen Klinsmann, na seleção dos EUA, no final de 2011. Entretanto, Dooley abandonou o cargo no início de 2014 para assumir a Seleção das Filipinas. Foi treinador do país por quatro anos e levou a equipe pela primeira vez à Copa da Ásia. O ex-jogador está sem clube desde 2018.
Thomas Dooley com certeza está marcado no futebol norte-americano. Um jogador que teve uma bela carreira na Europa, em uma das principais ligas do continente, com títulos nacionais e continental, chega ao país para elevar o nível da nova liga. Além disso, optou por defender uma seleção com pouca tradição no esporte e que havia tido pouco contato, chegando a ser capitão em uma Copa do Mundo. Nada mais justo que, em 2010, ele entrasse para o hall da fama da seleção dos Estados Unidos.
Foto destaque: Reprodução/Getty Images