Time mais antigo ainda em atividade, Palace conquista título de elite após mais de 160 anos | OneFootball

Após bater o Manchester City por 1 a 0 na final da Copa da Inglaterra, o Crystal Palace colocou sua primeira grande taça na sala de troféus. Anteriormente, o clube londrino só tinha conquistado a segunda e a terceira divisões inglesas e, agora, disputará a Europa League.

Essa será a primeira vez dos Eagles, que foram fundados em 1861, em uma grande competição europeia. O único torneio internacional que o Palace havia disputado havia sido a já saudosa Copa Intertoto, em 1998, período no qual o torneio era organizado pela Uefa.

Em seu site ofcial, o Palace ostenta o fato de ser o clube mais velho do mundo ainda em atividade, com ligações com o clube da cidade fundado em 1861 e que fez os primeiros jogos oficiais em 1862. Foi mais de um século e meio de espera para o primeiro grande troféu...

Nem tudo foram flores...

Eze e Henderson foram os grandes heróis do Palace na decisão contra o clube de Guardiola. O primeiro foi o autor do único gol do confronto, ainda na primeira etapa, e o segundo foi o grande responsável por segurar o ataque avassalador do City tendo, inclusive, defendido um pênalti.

Porém, apesar dos grandes destaques individuais, o sucesso do clube londrino passa por mais pessoas do que apenas eles. Muito vem de Jean Mateta, artilheiro da equipe durante 24/25, de Ismaila Sarr, jogador que mais entrou em campo pelo clube nessa temporada, e Oliver Glasner, treinador que entrou para a história do clube.

Mas se engana quem pensa que foi uma trajetória fácil. O Palace passou por alguns problemas durante a temporada, como foram as saídas de Olise, hoje destaque no Bayern, e de Chalobah, que retornou ao Chelsea. Lógico, outros nomes como Edouard e Jhonstone também eram importantes, mas os dois citados anteriormente mexeram na estrutura da equipe.

Em contrapartida às baixas, o mercado de verão do Crystal Palace foi extremamente positivo. Os grandes destaques foram Lacroix, que chegou do Wolfsburg e assumiu a titularidade incontestável na defesa e Sarr, que foi contratado do Marseille e se mostrou crucial no esquema de Glasner.

A equipe começou a Premier League com o pé esquerdo e, nas dez primeiras rodadas, tinha somado apenas sete pontos. Os londrinos ocupavam a 17ª posição na tabela do Campeonato Inglês, uma posição acima da zona de rebaixamento. 27 rodadas depois, eles ocupam a 12ª posição, livre do rebaixamento há um bom tempo.

O que se destaca em 24/25 para o Palace foi a campanha na Copa da Inglaterra. Foram seis vitórias nas seis partidas e apenas um gol sofrido. O clube do sul de Londres deixou Stockport, Doncaster, Millwall, Fulham e Aston Villa para trás antes de bater o Manchester City na grande decisão.

E, por mais que nas primeiras fases fosse diferente, os confrontos contra Aston Villa e City, principalmente, mostraram a força da equipe de Glasner no contra-ataque. O Palace teve apenas 22% de posse de bola na decisão e viu Henderson ser indispensável freando os ataques do City.

Quando abriam espaços, era a hora de contragolpear. Em velocidade. As descidas pela ponta direita, com Muñoz apoiando muito o ataque, e as bolas alçadas para Mateta, que se virava contra os defensores para encontrar espaços, foram notáveis nos ataques, inclusive no gol marcado por Eze ainda aos 16 minutos de jogo.

Tal qual o Bologna de Vincenzo Italiano, o Crystal Palace de Oliver Glasner aprontou na copa nacional. E, melhor que o clube italiano, o feito dos britânicos é inédito. É o primeiro grande título na história dos londrinos, em mais de 160 anos de história. E é a primeira vez deles em uma grande competição europeia, levando em conta que a Intertoto tinha pouco prestígio.

Que loucura é pensar que Eberechi Eze, jovem que surgiu também no sul de Londres, marcou o gol mais importante da história do Crystal Palace...