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·24 de outubro de 2025
Venda do Maracanã tem Flamengo como principal alvo

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·24 de outubro de 2025

Nos bastidores da política do Rio de Janeiro, uma nova proposta coloca o Flamengo no centro de uma articulação para o futuro do Maracanã. Um projeto de lei que lista imóveis do Governo do Estado a serem vendidos para quitar dívidas com a União incluiu o Complexo do Maracanã, e o alvo preferencial para a compra seria o próprio Rubro-negro.
A informação, apurada pelo "RJ2" da "Globo", ganhou força após a confirmação de que o presidente do Flamengo, Luiz Eduardo Baptista (Bap), esteve presente em uma reunião onde a ideia foi discutida.
O projeto de lei já foi aprovado na Comissão de Constituição de Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) na última quarta-feira (22) e agora segue para votação em plenário.
O presidente da CCJ, deputado Rodrigo Amorim (União Brasil), confirmou a presença de Bap na articulação. Segundo ele, a ideia surgiu de um encontro no gabinete do presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar (União), que contou também com o deputado Alexandre Knoploch (PL).
"Tivemos uma reunião recente inclusive com o presidente do Flamengo no gabinete do presidente Rodrigo Bacellar. E é fundamental que o Estado dê uma destinação (ao estádio)", afirmou Amorim.
O principal argumento dos deputados para a venda é o receio de que o Maracanã se transforme em um "elefante branco". A analogia usada nas conversas é a do Pacaembu, em São Paulo, que teria se esvaziado após o Corinthians inaugurar seu próprio estádio em Itaquera.
Com o Flamengo ainda mantendo o projeto de construção de um estádio próprio, embora o próprio Bap tenha tratado o tema com mais cautela recentemente, prevendo uma inauguração apenas para 2036, a Alerj vê a venda direta como um "antídoto" para garantir o uso do Maracanã.
"Cada vez que o Maracanã abre para um jogo, seja ele qual for, é uma quantia próxima a R$ 1 milhão para acontecer o evento. Não tem sentido a gente ter um elefante branco que o estado continue bancando", completou Amorim.
A movimentação é vista também como uma forte jogada no xadrez político para as eleições de 2026 ao Governo do Estado. Rodrigo Bacellar (Alerj) e o prefeito Eduardo Paes (PSD) são cotados como principais adversários na disputa.
Nos últimos anos, Paes esteve ativamente envolvido nas negociações para viabilizar o estádio próprio do Flamengo no terreno do Gasômetro.
Segundo a informação, ao propor a venda do Maracanã já pronto para o Flamengo, Bacellar daria um "atalho" para o clube ter sua casa definitiva e, ao mesmo tempo, tiraria de Paes o trunfo de ter auxiliado o Rubro-Negro. Para os conselheiros de Bacellar, a operação seria um "gol de placa", associando seu nome à solução do estádio do Flamengo e garantindo arrecadação aos cofres do estado.
A estimativa dos deputados é que a venda do Maracanã possa render cerca de R$ 2 bilhões, valor considerado abaixo das projeções para a construção de uma nova arena, com a vantagem do equipamento já estar pronto e plenamente identificado com o clube.
No entanto, qualquer negociação de venda enfrenta um obstáculo claro: o contrato de concessão vigente. O Consórcio Fla-Flu, que administra o estádio, tem contrato válido até 2044. Procurado, o consórcio afirmou que o contrato será cumprido até o final.
O Flamengo e o Governo do Estado não enviaram posicionamento oficial sobre a inclusão do estádio na lista de propriedades a serem vendidas.









































