
Gazeta Esportiva.com
·19. Oktober 2025
Filipe Luís x Abel Ferreira: duelo simboliza choque de gerações e estilos no Brasileirão

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·19. Oktober 2025
O confronto entre Flamengo e Palmeiras às 16h (de Brasília) deste domingo, pela 29ª rodada do Campeonato Brasileiro, promete mais do que a disputa por três pontos. No Maracanã, o que se desenha é uma espécie de “final antecipada” entre os dois elencos mais fortes do país.
Além disso, o estádio carioca será palco de um embate de ideias entre dois técnicos que representam extremos de uma mesma linha de evolução: o consolidado Abel Ferreira, símbolo de estabilidade e método, e o promissor Filipe Luís, que começa a traçar seu caminho à beira do campo com a mesma inteligência tática que o consagrou como jogador.
A grande marca do técnico português foge de aspectos técnicos e táticos e reside no controle emocional e na capacidade de reinventar o time sem perder intensidade. Mas, muito se engana quem pensa que o europeu não tem repertório para fazer sua equipe funcionar – muito pelo contrário.
Em 2025, Abel Ferreira enfrentou momentos de instabilidade e precisou lidar com a pressão da torcida em algumas ocasiões. O time dependia muito de Estêvão, peça fundamental no primeiro semestre, que se destacou no vice-campeonato paulista e na campanha até as quartas de final da Copa do Mundo de Clubes.
A falta de versatilidade da equipe culminou, além da derrota para o Corinthians na final do Estadual, na eliminação precoce nas oitavas de final da Copa do Brasil para o maior rival. No entanto, vivo na disputa do Brasileirão e da Libertadores, o Palmeiras foi reforçado na janela de transferências, e Abel conseguiu reestruturar o time, fazendo-o jogar bem novamente.
Neste semestre, Abel encontrou um novo equilíbrio para o Palmeiras, montado no 4-4-2, com Andreas Pereira como maestro no meio-campo, atuando de forma central para ligar setores, acelerar transições e criar jogadas decisivas. Desde a sua estreia em setembro, Andreas se tornou peça-chave, participando de gols importantes e assumindo o papel de armador cerebral, diferente dos antigos meias do time.
No ataque, a dupla Flaco López e Vitor Roque se consolidou, combinando características complementares: o argentino se destaca pela presença de área e finalizações, enquanto o brasileiro aposta na velocidade e criatividade. A parceria rendeu gols e assistências decisivas, aumentando o poder ofensivo do Palmeiras e confirmando o sucesso do esquema com dois atacantes.
Do outro lado, Filipe Luís representa a nova escola de técnicos brasileiros, estudiosos e com mentalidade europeia. Desde que pendurou as chuteiras, o ex-lateral levou para o banco de reservas o mesmo olhar tático que o diferenciava em campo. Em menos de um ano como técnico, já conquistou títulos e montou um Flamengo sólido e fiel ao controle.
Filipe Luís demonstra grande flexibilidade tática, alternando principalmente entre os sistemas 4-2-3-1 e 4-4-2, dependendo do adversário. Ele faz ajustes dinâmicos durante os jogos, como transformar a defesa de quatro em três zagueiros para superar pressão alta adversária. Essa adaptação permite ao Flamengo ter superioridade numérica na transição e conectar rapidamente os volantes com os atacantes.
O ex-lateral esquerdo transfere para sua equipe o estilo ofensivo pelos flancos. Sob seu comando, os laterais tornam-se peças-chave na criação. Os pontas, como Luiz Araújo e Samuel Lino, fazem corridas internas que liberam os laterais e desorganizam a defesa adversária.
O meio-campo do Flamengo é o motor do time. Arrascaeta se destaca na articulação, criando linhas de passe e facilitando infiltrações, enquanto Pedro atua como referência central, recuando para receber a bola e acionar companheiros em profundidade. A circulação rápida e precisa de bola permite transições eficientes e cria oportunidades de gol em situações favoráveis.
Na defesa, Filipe Luís prioriza estrutura compacta, pressão alta coordenada e cobertura coletiva. A equipe mantém linhas próximas e disciplina tática, dificultando espaços para o adversário e controlando cruzamentos e bolas paradas.
Abel Ferreira começou a carreira de treinador em Portugal, comandando o Sporting sub-19 e a equipe B, conquistando o Campeonato Nacional de Juniores e a Taça de Honra da AF de Lisboa. Em seguida, treinou o Braga B e o time principal, batendo recordes históricos de pontos, gols e vitórias na temporada 2017–18.
Passou pelo PAOK, na Grécia, alcançando invencibilidades e semifinais de competições nacionais e europeias. Em outubro de 2020, assumiu o Palmeiras, tornando-se o técnico mais vitorioso do século XXI no clube, com conquistas que incluem duas Libertadores consecutivas, dois Campeonatos Brasileiros, duas Copas do Brasil entre outros. Com recordes de longevidade, partidas e vitórias, Abel consolidou-se como referência de consistência e inovação tática no futebol brasileiro.
Do outro lado, Filipe Luís iniciou sua trajetória como treinador ainda enquanto jogador, cursando a CBF Academy em 2022 e obtendo a Licença B em 2023, permitindo comandar equipes de base. Em 2024, assumiu o Flamengo sub-17, conquistando a Copa Rio sub-17, e logo em seguida o sub-20, vencendo a Copa Intercontinental.
Em outubro do mesmo ano, foi promovido ao time profissional do Flamengo, inicialmente de forma interina, mas com contrato definitivo pouco depois. Em seu primeiro ano, conquistou a Copa do Brasil de 2024, a Supercopa do Brasil de 2025 e o Campeonato Carioca, somando quatro títulos em apenas 166 dias.
De um lado, o Palmeiras soma 61 pontos e lidera a tabela, com uma vantagem de três pontos para o Rubro-Negro, que tem logo atrás, na vice-liderança, com 58. O time de Abel Ferreira entra em campo com a liderança garantida. Com duas vitórias a mais que o Flamengo, o Verdão não tem chance de sair da ponta nem em caso de derrota.
As equipes ainda podem se enfrentar mais uma vez neste ano. Ambos seguem vivos na Libertadores e podem se cruzar em uma eventual final. Semifinalistas, o Flamengo briga por uma vaga com o Racing, da Argentina, enquanto o Palmeiras mede forças com a LDU, do Equador.
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