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·20. November 2025
Flamengo aproxima clubes e impulsiona movimento conjunto contra racismo

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Como parte das ações para o Dia da Consciência Negra, o Flamengo promoveu o seminário “Valorização da Cultura Negra nos Esportes: Identidade, Legado e Combate ao Racismo”. O evento, realizado na terça (18), reuniu representantes de diferentes clubes para compartilhar experiências práticas, campanhas educativas e estratégias de inclusão racial no esporte.
O seminário foi conduzido por Camila Nascimento, gerente de Responsabilidade do Flamengo. Os outros representantes de clubes foram: Rubens Neves, diretor da Funcap (Athletico-PR), Henrique Muzzi, diretor do Instituto Galo, Nelson Barros Neto, coordenador de Conteúdo do Bahia, Débora Froquet, coordenadora de Gente e Cultura da SAF Botafogo, e Walmer Peres, historiador do Vasco.
Os participantes destacaram o papel do futebol na promoção da inclusão e ressaltaram que a causa vai além de rivalidades entre clubes. A seguir, alguns dos principais trechos do debate.
O Flamengo destacou a inclusão da cláusula antirracista no Estatuto Social do clube, tornando o compromisso contra o racismo permanente e institucional. A equipe de responsabilidade social também promove letramento racial em todas as áreas do clube, envolvendo comissões técnicas, profissionais e atletas.
“O combate ao racismo é um compromisso inegociável. Faz um tempo percebemos como o racismo perpassa a educação, a sustentabilidade, a inclusão. Este ano, o Flamengo deu um passo importante: a inclusão da cláusula antirracista no Estatuto Social", disse Camila Nascimento, antes de completar:
"Além disso, promovemos letramento racial com todas as localidades do clube e instituições de referência no tema. Também criamos uma cartilha de enfrentamento ao racismo para orientar pessoas sobre como agir caso sejam vítimas ou testemunhem situações de racismo, sempre pensando em uma sociedade mais justa e igualitária.”
O representante do Vasco reforçou a necessidade de combater o racismo de forma estrutural, destacando que a valorização da cultura é uma estratégia fundamental para a transformação social.
“Quando você valoriza, você também combate o preconceito. É preciso cortar na própria carne, porque se não fizer isso, as sociedades não avançam. Esse é o grande legado: o combate e a valorização da cultura, tema deste evento organizado pelo Clube de Regatas do Flamengo”, afirma Walmer Peres.
Nelson Barros Neto, do Bahia, destacou a importância de ações concretas em vez de posturas simbólicas. O clube trabalha em rede com outros clubes e busca gerar impacto real na sociedade, mais do que apenas engajamento ou reconhecimento.
“Não é uma nota oficial, não é um card bonitinho que ganha prêmio. Queremos fazer ações efetivas que mudem a realidade. Trabalhamos em rede com outros clubes da América Latina e desenvolvemos ações conjuntas contra o racismo, compartilhando metodologia, conhecimento e oportunidades.”

O Athletico-PR apresentou sua experiência em ações estruturadas contra o racismo, envolvendo toda a organização do clube, desde atletas e categorias de base até a diretoria e colaboradores. A instituição também promove a troca de experiências com clubes da América Latina, consolidando uma rede de combate ao racismo.
“Trouxemos um coletivo de pessoas negras com poder de fala para construir nossa campanha. Fizemos ações de desenvolvimento racial em todas as áreas do clube. Além disso, participamos de uma rede latino-americana de clubes, trocando conhecimento e desenvolvendo ações conjuntas contra o racismo, independentemente da camisa que cada um veste”, afirma Rubens Neves.
Débora Froquet afirma que o Botafogo estruturou ações em três pilares: conscientização, identificação e punição de atos racistas. O clube destaca o monitoramento de incidentes, o envolvimento de atletas e staff, e a criação de canais de denúncia acessíveis, incluindo comitês especializados.
“Falar sobre racismo é necessário, mas também precisamos identificar e punir comportamentos inaceitáveis. No ano passado, banimos de todos os jogos um torcedor que teve comportamento racista com nosso adversário, abrimos ocorrência e tomamos medidas exemplares. Internamente, temos canais de denúncia para atletas e staff.”
Henrique Muzzi enfatizou a responsabilidade social dos clubes e o impacto que ações contra o racismo podem ter na vida de milhares de pessoas. O diretor do Instituto Galo compartilhou iniciativas de distribuição de cestas básicas em comunidades vulneráveis e homenagens a ídolos negros do clube.
“Os clubes têm uma responsabilidade enorme. Um clube de futebol forma opinião, e precisamos representar essa causa. Trabalhamos em comunidades, levamos apoio, e valorizamos ídolos negros da nossa história para reforçar a importância da representatividade.”
O encontro mostrou que os clubes estão em estágios diferentes de estruturação, mas enfrentam desafios semelhantes. Ao sediar e impulsionar o seminário no Muhcab, também como celebração do Dia da Consciência Negra, o Flamengo reafirmou a intenção de transformar as ações em prática contínua e de estimular o restante do futebol brasileiro a seguir na mesma direção.









































