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·26. Dezember 2025
O número de Natal de Varandas: negar o óbvio

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A época é de Natal e nada melhor, no desporto português, do que vermos presidentes de clubes a entrarem em cena com grandes discursos após uma vitória difícil num terreno tradicionalmente complicado. O circo é um dos espetáculos mais vistos nesta altura do ano e Frederico Varandas não quis abrir as prendas sem antes fazer o seu número habitual de palhaço.
Disse Varandas que o Sporting, quando não ganha campeonatos e fica em quarto lugar, não se queixa das arbitragens:
«O Sporting fica em quarto lugar, não me queixo da arbitragem. E depois, quando vocês querem criticar alguém, o que é que fazem? “Os três grandes alimentam esta narrativa, desculpam-se, desculpam-se”. Não! O Sporting não se desculpa. O Sporting não se desculpa com a arbitragem. Já perdi Taças da Liga, Taças de Portugal, quartos lugares… e vejam o que é que o Sporting diz.»
Ora, este é o mesmo presidente que agora surge a falar como se nunca tivesse recorrido ao argumento da arbitragem. Como se não tivesse feito entrevistas inteiras a enumerar lances, critérios, erros e injustiças. Como se não tivesse pressionado publicamente árbitros, Conselho de Arbitragem e Federação sempre que sentiu o Sporting em desvantagem.
Dizer que “não se queixa” depois de beneficiar, jornada após jornada, de decisões favoráveis, não é virtude, é conveniência. É fácil não reclamar quando se sai por cima, quando os erros não custam pontos, quando as decisões caem sempre para o mesmo lado.
Este discurso não é novo, nem é honesto. É apenas mais um número ensaiado, próprio de quem prefere fazer de conta que não vê o que todos veem. Porque uma coisa é certa: quem nunca se queixasse da arbitragem não precisava de vir dizê-lo em público.
Teve graça.









































