Nosso Palestra
·27. November 2025
‘Tenho o plantel que sempre quis ter’, afirma Abel ao garantir permanência no Palmeiras

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Em entrevista concedida ao ‘Ge’ na véspera da final da Conmebol Libertadores, Abel Ferreira confirmou que seguirá no comando do Palmeiras, mesmo sem ter assinado a renovação válida até o fim de 2027. O técnico explicou que sua decisão está tomada, destacando que a relação construída com o clube dispensa formalidades documentais.
Quero dizer a vocês que minha palavra vale mais que uma assinatura, não precisei assinar em janeiro ou dezembro para dizer que continuo. Se sou diferente, poderia ter saído há muito tempo do Palmeiras, clubes que poderiam pagar 4 milhões de euros, 10 milhões de euros e decidir ficar pelo Palmeiras e pela minha família.
Abel também fez questão de reforçar a sintonia com a presidente Leila Pereira:
– A presidente queria que eu ficasse, não tenho problema de dizer que vou continuar no Palmeiras, ponto. Não preciso de papel assinado. Ela sabe quem eu sou, eu sei quem ela é. Pelo cinco anos de relações que temos, não preciso de contrato para dizer que continuo ou não continuo no Palmeiras.
A cravada da permanência ocorre às vésperas da decisão contra o Flamengo neste sábado, às 18h (de Brasília), no estádio Monumental, em Lima, onde o Palmeiras disputará o tetracampeonato da Libertadores.
O treinador explicou que a continuidade no clube envolve fatores pessoais e profissionais, como a adaptação familiar e a construção de um elenco alinhado ao seu conceito de jogo.
– Sou claro no que estou a dizer, já disse que me custou ver minha filha sair, mas nos adaptamos, minha família gosta de estar aqui, gosto do Palmeiras, das pessoas, da equipe que construí.
Abel lembrou também da reformulação feita recentemente:
– Se prestarem atenção, quando cheguei construímos algo juntos, tivemos que reformular, continuamos a ganhar. E quando tivemos todos disponíveis, com lesionados e tudo, é o plantel que sempre quis ter. Tem meu DNA, minha marca, vou querer continuar aqui, sim. Com nossa presidente, nossos jogadores e nosso diretor – completou.
O técnico fez um balanço da jornada até a grande decisão, destacando os desafios e escolhas ao longo da temporada:
– Todas as Libertadores não é a primeira vez que disputamos a final, e como disseste bem, este ano foi exigente na demanda física e mental, tivemos na final do Paulista, saímos para o Mundial, com jogos com intensidade mental. Fazer a campanha brilhante que fizemos na Libertadores e por mérito próprio, 30 gols, 10 vitórias, um jogo intenso e sofrido com a LDU, que estava a fazer uma campanha muito boa e por mérito, esforço e trabalho chegamos na final.
Ele também abordou as mudanças do elenco:
– O campeonato fomos altos e baixos até agora, com alterações no elenco, saíram 12 ou 13 jogadores e chegaram 12 ou 13, lesões de jogadores importantes, vendas de jogadores que fizemos. O Estêvão hoje está a brilhar e falavam na imprensa que só fazia gols em times pequenos. Feliz por eles, mas temos que buscar soluções, você resumiu, não vou dar detalhes. Tivemos que tomar uma decisão.
Sobre a gestão da ansiedade e da pressão às vésperas da final, Abel explicou seu foco:
– Lado mental, um ano tão intenso, tão exigente, com tantos altos e baixos, estamos com 70 e qualquer coisa jogos feitos. Fazer os dias leves, os jogadores possam rir, possam agradecer a oportunidade de estar em uma final como essa, é a melhor pressão que pode existir, disputar títulos. Na primeira final não desfrutei nada, uma pressão, na segunda eu falei que ia desfrutar, porque é uma oportunidade única, fruto do trabalho, por isso levantamos todos os dias, abdicamos da família.
– Com 72 jornadas durmo muitas vezes mais sozinho, ainda bem que minha esposa gosta muito de mim, porque não é fácil, com jogos de três em três dias. O Brasil te desafia a melhorar em todos os destalhes. Atitude, descanso, sono, viagem, descanso. Os desafios que o Brasil traz dá ferramentas para se tornar melhor, sem dúvidas. Tornar os dias leves, foco e clareza no que é nossa mensagem, no que os jogadores tem que fazer. Depois é nós contra eles, jogar para ganhar, seja contra quem for. É o que vamos fazer.
Abel voltou a destacar o poder da gratidão e citou novamente seu maior ídolo:
– Por que falo muitas vezes na gratidão? Porque todo empenho e esforço, ver ser recompensado para estar em uma final, não vou pedir aos jogadores para fazer o que nunca fizeram. Peço só que façam o que sempre fizeram, chegamos para fazer algo, disputar uma final. Lado emocional vai estar presente, vamos estar todos nervosos, as borboletas vão bater, é normal. Mas não posso deixar de ser grato, se há 10 anos ou 20, um humilde rapaz de Penafiel que subiu e nunca pensou chegar onde chegou. Dar o melhor todos os dias, ser esforçado, a parte competitiva.
– Uma coisa é viver em sociedade e outra quando temos que competir por um jogo. Fico triste por me julgarem, o Abel e o Abel Ferreira. Tem um exemplo tremendo, foi ídolo para o Brasil, o Senna. Havia o Senna e o Ayrton, pessoas completamente diferente. Não venham dizer que ele era um anjinho. Fico chateado quando me dizem que tenho um mau perder. O Ayrton Senna não tinha? Vou me esforçar como ele dizia, e nunca desista dos vossos sonhos.
– Não posso deixar de citá-lo porque é o único ídolo que tenho, procuro para comprar um carro que foi dele, qualquer um que fosse, só tive o prazer de conhecer pessoas próximas e perguntar tudo dele. Quando falam que não gosto de perder, vocês tiveram exemplo aqui. Ganhou 3 títulos em 12. Se ganhar 3 em 12, não posso também ficar triste.









































