Leonino
·9. Oktober 2025
Varandas confessa já pensar no mercado de inverno do Sporting e fala em investimento milionário

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·9. Oktober 2025
Frederico Varandas falou do investimento de 200 milhões de euros que o Sporting está a fazer nas suas infraestruturas, e deixou a porta aberta para atacar o mercado de inverno. O Presidente verde e branco esteve no Football Summit, onde concedeu uma entrevista e mencionou os temas mais importantes da atualidade, e do futuro, do Clube de Alvalade. Leia, em baixo, a entrevista na íntegra.
Há quarenta anos que não cumpria segundo mandato um presidente do Sporting? Pondera recandidatura?
"De facto, há 40 anos que não aconteciam muitas coisas no Sporting que acontecem hoje, se calhar a mais importante foi a estabilidade. Há cerca de um ano apresentámos plano estratégico a dez anos, achamos que deve ser esse o caminho a percorrer com ou sem Frederico Varandas."
Entra na história com tanta obra?
"O que entra são os títulos e obras feitas. Em 2018 aceitei o desafio, com tantas missões como militar. É uma missão. O meu pacto é com o clube, só com o clube. A missão era devolver o Sporting ao seu lugar devido. Que era este. Ficar na história... tenho uma visão muito cética. A melhor versão do Sporting era a dos Cinco Violinos e poucos sabem o nome do presidente. Ganho os títulos e depois Varandas será apenas um nome. Estamos a conseguir títulos e obras, mas é pouco relevante o nome. Não há nada que o tempo não leve. Não interessa quem é o nome."
Timing de 2006 das obras do estádio para cumprir?
"Temos um game changer para o Sporting em curso, uma grande obra. A primeira fase é o estádio, ainda não está concluída. Começou com as cadeiras, o segundo e terceiro andar, o encerramento do fosso. Falta ainda, e vai decorrer durante este ano. Durante o ano vamos ter videoscreens e sistema de som e luzes que não há em Portugal. E até 2029 o Alvaláxia. O jogo de luzes esperamos já ter no final da época. Depois há uma obra muito pesada e diferenciadora em Portugal, a recuperação do Alvaláxia. Foi vendido por dificuldades financeiras, infelizmente. Vai permitir ter o melhor museu desportivo em Portugal, zonas de sportsbar com interação para o estádio, vamos ter lojas, Loja Verde da dimensão que precisamos. A experiência de ir ao futebol vai ser diferente, vamos ter a melhor experiência de oferta em Portugal. Para termos noção, já investimos cerca de 50 milhões de euros e vão ser mais 150 milhões de euros. Haverá um antes e depois para o Sporting."
É comparado a Bilbau devido à revitalização do Guggenheim. Acredita que vaio revolucionar a zona?
"André Bernardo vai apresentar o plano estratégico para a cidade desportiva do Sporting, para Alvalade. Temos vantagem na localização do Estádio, está no eixo central de Lisboa. Lisboa é cidade em explosão, segura, é cidade da moda, e a localização é decisiva. O metro quadrado está a disparar, está a ser construído centro de residências. O projeto será grande mais-valia para Lisboa."
Posição do Sporting sobre direitos televisivos?
"Analisamos o que se passa em Portugal e na Europa. Neste momento os direitos televisivos estão a sofrer. Aconteceu em frança,. Suíça, Bélgica. Não vai ser um processo fácil para quem estiver na Liga. Os direitos valorizam muito, mas os das grandes competições. As ligas domésticas perdem interesse a nível europeu. O Sporting tem de encarar com responsabilidade, é estar no processo, na construção, e apoiar a Liga no processo."
Quando entendeu que era necessária a modernização das instalações?
"Entrei no Sporting há muitos anos. Antes de ser diretor clínico já não gostava do estádio. Assumi em 2011, nunca tive o sonho e ambição ser presidente, por isso nunca me passou pela cabeça fazer obras, a não ser nos meus gabinetes médicos. Depois, quando assumi a presidência, tivemos de tomar responsabilidades. Primeiro estava em nível de sobrevivência, depois foi ser competitivos e conseguimos ser número um. Agora é olhar para o futuro e melhorar a experiência dos sócios."
O picth road é um sucesso?
"Na altura fomos muito criticados. Se tivéssemos o dobro da oferta estaria esgotado. Esgotou tudo. Até disseram 'estás a ver, podia ser mais alto o valor'. Mas está o valor ajustado. O objetivo é sempre dar e melhorar a experiência do sócio, mas primeiro está a sobrevivência do clube. O meu pacto é com o clube."
Sobre as modalidades:
"Tivemos de reduzir custos, mas tornámo-nos mais eficientes. Tomámos o exemplo do futsal, que era ganhador, e tornámo-lo ainda mais ganhador. O futsal ganhou agora quatro títulos em quatro anos. Criámos a melhor equipa de andebol da história do futebol português. O hóquei, apanhámos equipa cara, mas ganhadora. Estas modalidades têm de viver como o futebol. Não posso exigir ter jovens da formação no futebol e nas outras não. E a verdade é que temos honrado a história do clube."
A equipa B:
"O objetivo é só um: colocar jogadores na equipa B. Quando entrámos a equipa B não existia, tinha sido extinta. Recuperámos a equipa B, tivemos de utilizar sete ou oito jogadores no ano passado para sermos campeões. Percebo o sócio que quer ser campeão nos sub-17, sub-19, na B. Mas não é a prioridade e eu assumo."
Há mais talentos na calha?
"Há."
Sporting perdeu o melhor marcador, o treinador... Como encontrar o equilíbrio?
"A saída do nosso treinador deixou excelentes recordações para sempre, do diretor desportivo Hugo Viana igualmente. E ter continuado a ganhar demonstrou o quanto a estrutura do clube cresceu. Sabem que não é fácil perder treinador em novembro e diretor desportivo em janeiro e ser campeão. É preciso ter bagagem e arcaboiço, e o sporting tem. Antes, á primeira rajada de vento ruía, agora aguenta até tempestades. É bom perceberem quanto hoje o Sporting é resiliente. Perdemos um dos jogadores mais marcantes, que deixou memórias maravilhosas, e depois vem o dia seguinte. Fizemos contratações cirúrgicas e mostrámos que temos potencial para continuar a vencer."
Sai satisfeito da janela de mercado?
"Entrei como a equipa mais valiosa da Liga e saí como a equipa mais valiosa da Liga. Ou vencemos, ou vamos até às decisões finais. Isso é seguro. É verdade que saiu um grande jogador, mas aquele balneário é um orgulho. Eles sabem que não foi um jogador que ganhou o campeonato."
Rui Borges pediu reforços?
"Estamos em outubro. Temos o plantel mais valiosos, mais competitivo e com mais soluções da I Liga. O nosso treinador está contente, nós estamos contentes. Não faz sentido falar do mercado de janeiro. Pode acontecer atuar para antecipar alguma situação, isso pode acontecer."
1949 o último tricampeonato. Espera liderar a equipa do tri?
"Há um ano disse que acreditava muito que ia ser bicampeão. Estamos na oitava jornada e ocupamos apenas o segundo lugar. E ocupámo-lo exclusivamente por culpa nossa, só nossa. Os nossos jogadores sabem e o treinador sabe. Acreditam que são o melhor grupo da Liga e sabem que têm de o demonstrar em campo. Eu acredito muito nos nossos jogadores, no nosso treinador. Estaria a mentir se dissesse que não acreditava."
A proximidade à equipa:
"Em dia de jogo não falo, quer ganhe 5-0 ou perca 5-0... Só vejo jogos. É um dia de emoções, não é bom dia para falar. Durante o dia a dia, sim, estamos muito próximos."
Onde fica a medicina?
"Sou médico e militar para o resto da vida. Exercia medicina desportiva especializada em alto rendimento, é ótimo background na questão da performance, das cargas da equipa. Uma boa valia a ter. A família? Sempre presentes. Nunca consigo cumprir tudo, pelo cargo que ocupo. É muito absorvente, há sempre coisas a resolver, pedidos, solicitações. Para o Sporting estar bem, o presidente tem de estar bem. Não deixo de ser marido, de ser pai. Disso não vou abdicar."