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·26 May 2025

Ancelotti revela conversa com Neymar e explica ausência em convocação

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Carlo Ancelotti começou sua jornada na Seleção Brasileira. O treinador italiano, de 65 anos, foi apresentado nesta segunda-feira (26), no Hotel Grand Hyatt, no Rio de Janeiro, e divulgou sua primeira convocação. Contudo, o técnico deixou Neymar fora da sua primeira lista. Dessa forma, ele citou os problemas físicos para justificar sua decisão, revelou que teve uma conversa com o craque do Santos nesta manhã e ressaltou que conta com ele para a Copa do Mundo de 2026.


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“Tentei selecionar jogadores que estão bem. Neymar teve uma lesão há pouco tempo. Todos sabem que o Neymar é um jogador importante, sempre foi e sempre será. Logicamente, infelizmente, atualmente temos muitos jogadores lesionados e que não podem estar na Seleção, como Neymar. O Brasil tem muitos jogadores talentosos e, logicamente, no caso específico do Neymar, contamos com ele. O Brasil conta com ele. Ele voltou ao Brasil para jogar e para se preparar bem para o Mundial. Falei com ele nesta manhã para explicar e ele está totalmente de acordo”, disse o treinador italiano.

Neymar sofreu uma grave lesão no ligamento cruzado anterior e do menisco do joelho esquerdo em outubro de 2023, contra o Uruguai, nas Eliminatórias. Desde então, não fez mais parte das convocações da Seleção. Neste período, o jogador retornou para o Brasil e assinou com o Santos no início deste ano. Contudo, voltou a sofrer com problemas musculares. Em 2025, ele soma 13 jogos, três gols e três assistências com a camisa do Peixe.

Em quarto lugar com 21 pontos, o Brasil ainda busca a classificação direta para a Copa do Mundo de 2026, nos Estados Unidos. Assim, o primeiro desafio do treinador italiano no comando da Seleção Brasileira será contra o Equador, no Monumental de Guayaquil, em 5 de junho, às 20h (de Brasília), pela 15ª rodada das Eliminatórias, e depois contra o Paraguai, na Neo Química Arena, em São Paulo, no dia 10, às 21h45, pela 16ª rodada.

Retorno de velhos conhecidos

Por outro lado, Ancelotti surpreendeu com o retorno de velhos conhecidos. Nomes como Danilo e Alex Sandro, do Flamengo, vão ganhar uma nova oportunidade na Seleção, assim como Casemiro e Richarlison. O volante, aliás, trabalhou com o treinador italiano no Real Madrid. Recentemente, foi vice-campeão da Liga Europa com o Manchester United. O técnico, contudo, explicou a importância de ter um jogador como ele dentro e fora de campo.

“Casemiro é um grande jogador. Tive a sorte de trabalhar com ele. A Seleção precisa desse tipo de jogador, que tem carisma, personalidade e talento. O Brasil sempre teve muito talento. No futebol moderno, é preciso acrescentar atitude, compromisso e sacrifício. O Casemiro tem isso tudo. Muitos dos que foram convocados têm isso. É um aspecto fundamental, principalmente para se preparar para o Mundial. Assim nós sairemos muito bem”, explicou.

Casemiro não foi o único que trabalhou com Ancelotti. Aliás, Richarlison também. O atacante foi treinado pelo italiano em sua chegada ao Everton, em 2018. Ambos trabalharam juntos entre 2019 e 2021, antes do técnico retornar ao Real Madrid. Ancelotti, inclusive, foi importante no desenvolvimento do jogador. Agora, eles vão se reencontrar na Seleção.

“Treinei o Richarlison no Everton. Não é que eu procure isso. Essa convocação sai de pensamento conjunto. Nós trabalhamos em conjunto, olhamos os jogadores e pensamos neste momento, considerando todas as dificuldades e os jogadores que estão suspensos. Pensando nisso, logicamente, conheço a atitude do Richarlison e do Casemiro. Eles têm vantagem nesse sentido. Mas terei a oportunidade de conhecer todos”, completou.

Veja outros trechos da coletiva de Ancelotti:

Calendário do futebol brasileiro

“Este é o calendário do futebol de hoje, não há tempo para treinar, para preparação. Eu acho que o time vai estar preparado para esses dois jogos, porque são dois jogos muito importantes para a classificação. Tentei chamar jogadores preparados e que possam contribuir para o time. Acho que é uma temporada exigente, os jogadores que vêm estarão bem preparados para contribuir e tentar ganhar.”

Perfil do jogador brasileiro

“Se falamos da reação pessoal, é um aspecto importante. Não só os jogadores, mas todos os que trabalham, eu dedico muita atenção a isso. Eu acho que a relação pessoal é capaz de tirar algo mais do que uma relação unicamente profissional. Eu me senti bem com todos os jogadores. Claro que cada um tem a sua personalidade, os brasileiros, nesse sentido. Eu treinei profissionais brasileiros espetaculares. Posso dizer Cafu. O que diferencia jogador brasileiro, eles são capazes de escolher quando é o momento de fazer as coisas a sério e em que podemos brincar e fazer as coisas de forma mais divertida. Eles fazem isso muito bem. Mas, como eu disse, eu tenho muito em consideração essa relação no ambiente de trabalho.”

Estilo de jogo da Seleção

“Depois de 40 anos, eu ainda não sei qual é a estratégia, o sistema que permite ganhar os jogos. Eu ainda não sei. Mas eu sei que o sistema tem que depender das características dos jogadores que você tem para fazer com que o jogador, quando estiver no campo, se sinta confortável. Essa é a ideia que eu quero ter aqui também, aproveitar da enorme qualidade que este país tem com estes jogadores e trabalhar para que toda essa qualidade possa se agrupar com um único objetivo, que é ganhar a Copa do Mundo.”

Jogadores que atuam no Brasil

“Os jogadores se conhecem, todos podem assistir a todos os jogos, nós, logicamente, quando se está no clube. Na Europa, os times europeus, o Flamengo, o Palmeiras, o Botafogo, se saem bem. Nós poderíamos jogar com o Botafogo no Mundial. São times acompanhados. Tem pessoas que trabalham aqui e olham. O que eu farei durante esse período é ficar mais tempo no Brasil é para conhecer a estrutura no Brasil, os times, os jogadores, os treinadores. E também, quando eu estiver um pouco férias, porque eu quero ter férias, gosto de aproveitar o Rio de Janeiro, que eu não conheço. Eu não vou dizer que vou trabalhar 360 dias ao ano, mas algum dia de férias eu vou tirar para poder aproveitar o país.”

Vinícius Júnior

“É difícil falar, porque o Vini não tirou sua melhor versão. Se isso não aconteceu, vai acontecer, porque é um jogador extraordinário, trabalhador, lutador. A verdade é que o jogador brasileiro tem muito carinho pela sua seleção, e pode ser que isso afete um pouco a naturalidade do pensamento, no sentido de que, às vezes, se sente muita pressão para se sair bem. Isso pode ser que não permita se sair bem. Estou totalmente convencido de que o Vini, com a sua seleção, vai mostrar a sua versão.”

Jogar como o Real Madrid

“Como eu disse antes, depende das características dos jogadores, logicamente. Vinicius é um jogador muito importante para esta seleção. Há muitos jogadores que serão muito importantes e que também não estão nesta convocação. Eu acho que eu sempre gosto de nomear os que não estão. Há jogadores não incluídos agora que vão contribuir muito durante o ano.”

Mescla entre jovens e experientes

“Para fazer uma escolha, eu olho o passaporte. Exemplo, Casemiro está aqui, porque ele merece estar aqui pelas suas qualidades. Entre as qualidades, estão experiência, conhecimento, liderança. Não significa que está este porque é jovem. O Estevão está aqui porque tem qualidade. Logicamente a conexão com jovens traz entusiasmo, motivação e vontade. Experiência traz conhecimento, leitura das situações, liderança. Em um time, tudo isso tem que se juntar. O Estevão pode ajudar o Casemiro com o seu entusiasmo. O Casemiro pode ajudar o Estevão na atitude, no compromisso. Sempre é uma questão de conexão.”

Ausência do filho na comissão

“Esta negociação começou há muito tempo, há dois anos. Depois terminou, porque eu tinha contrato renovado com o Real Madrid. Depois se abriu novamente neste ano. A negociação saiu perfeitamente bem. E no que se refere ao Davide, neste momento ele tem aberta uma negociação com um time europeu. Então eu não considerava correto que ele viesse aqui. Vamos ver como vai a negociação. Se ele fica com o time, então desejo o melhor a ele. Do contrário, pode voltar a qualquer momento conosco.”

Por que o Brasil e não a Itália?

“Por que não ir para a seleção da Itália? Porque, neste momento, a Itália tem um treinador e não precisava de um treinador. Na Itália nunca me convidaram. O interesse foi do Brasil. Eu sinto muito orgulho de estar aqui, porque a história diz que o Brasil é a melhor seleção do mundo. O Brasil ganhou cinco Copas do Mundo e quer ganhar a sexta e me escolheu para ganhar. É uma tremenda responsabilidade, mas eu a encaro com prazer.”

Talentos do Brasil e formação de jogadores

“Eu acho que o futebol mudou muito, mudaram as regras. Os jogadores brasileiros começaram a sair do Brasil desde os anos 1980 e continuam saindo. E o Brasil continua produzindo grandes talentos. Sub-20 e Sub-17 ganharam campeonato no ano passado. A produção de talentos no Brasil é infinita, sempre produziu e sempre vai produzir. Isso não vai afetar a produção.”

“Eu acho que o Brasil tem excelentes jogadores. Se eu pensar nos que eu treinei nos últimos três anos, Vini Junior, Rodrygo, Endrick. São três grandes talentos. O Endrick progrediu muito bem, tem potencial. Logicamente tem que aprender, como o Vini e o Rodrygo tiveram de aprender. Esse é um processo que o jogador jovem, de 17 anos, que vai para um grande clube, como foram os casos do Vini Jr e o Endrick. É preciso ter paciência com os jovens, porque às vezes não estão completamente formados. É um processo de aprendizagem, em que o jogador tem que avançar. Não há dúvida disso, mas principalmente porque o futebol hoje é mais exigente do que quando eu comecei, por exemplo. Agora se exige dos jovens principalmente os grandes clubes que eles sejam esperto para jogar no nível máximo. Tem que estar preparado para fazer isso.”

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