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·16 December 2025

Caso do camarote no São Paulo: Carlomagno afirma que nome foi usado como pressão

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Márcio Carlomagno, superintendente geral do São Paulo, negou qualquer envolvimento financeiro no episódio que investiga a exploração irregular de um camarote do Morumbis durante o show da cantora Shakira. Citado em áudios que vieram a público nos últimos dias, o dirigente afirmou que teve seu nome utilizado de forma indevida e classificou o caso como um dos momentos mais difíceis de sua trajetória no clube.

“Não ganhei dinheiro. A única coisa que ganhei foi um grande problema para a gente resolver”, afirmou Carlomagno ao Globo Esporte, ao comentar as gravações que apontam um suposto esquema de venda ilegal de ingressos envolvendo diretores do São Paulo. Segundo ele, a repercussão do caso causa mais prejuízo institucional do que qualquer outro efeito. “Não vou nem dizer que sou vítima, porque a vítima é o São Paulo”, completou.


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O superintendente confirmou que autorizou a utilização do camarote da presidência, identificado internamente como espaço 3A, a pedido de Mara Casares, então diretora feminina, cultural e de eventos. No entanto, ressaltou que a cessão não incluía, em hipótese alguma, permissão para comercialização de ingressos. “Ela não tinha autorização para vender o camarote”, reforçou.

Carlomagno explicou que só tomou conhecimento da exploração comercial no próprio dia do evento, após uma confusão envolvendo ingressos e a empresa que havia adquirido o espaço. A partir desse episódio, decidiu proibir a cessão daquele camarote para outros eventos realizados no Morumbis ao longo de 2025, como medida preventiva.

Nos áudios divulgados, Douglas Schwartzmann, diretor adjunto das categorias de base, e Mara Casares afirmam que a utilização do camarote ocorreu de maneira “não normal” e mencionam que “todo mundo ganhou” com a operação. Ambos solicitaram licença de seus cargos na manhã seguinte à publicação da reportagem.

Para Carlomagno, a citação direta ao seu nome nas gravações teve um objetivo específico: pressionar uma intermediária envolvida no caso a desistir de um processo que poderia gerar desgaste ao clube. “Tenho o entendimento de que usaram meu nome como ferramenta de pressão”, disse.

Questionado sobre sua permanência no cargo em meio à crise, o dirigente afirmou que não há, até o momento, nenhum elemento que o vincule diretamente a irregularidades. Ele também fez questão de diferenciar sua função dentro do São Paulo. “Sou funcionário de carreira. Não sou um ente político. Trabalho de forma incessante para melhorar a governança, reduzir o endividamento e fazer o clube alcançar superávit”, declarou. “Se em algum momento algo respingar em mim diretamente, serei o primeiro a pedir licença.”

O São Paulo informou, em nota oficial, que tomou conhecimento do conteúdo dos áudios por meio da imprensa e que abriu procedimentos internos para apurar os fatos. O clube confirmou ainda o pedido de licença dos dois dirigentes citados e afirmou que adotará as medidas cabíveis após a conclusão das investigações.

Entenda o caso

Na gravação, Douglas Schwartzmann admite que ele, Mara Casares e outras pessoas obtiveram ganhos financeiros com o esquema. Segundo o conteúdo divulgado, Mara recebeu do superintendente do clube, Marcio Carlomagno, um camarote e passou a comercializar ingressos. Carlomagno é apontado como um dos principais nomes da atual gestão e figura próxima ao presidente Julio Casares.

O camarote envolvido no caso é o 3A, localizado no setor leste do Morumbis. De acordo com documentos internos do São Paulo, o espaço é identificado como “sala presidência” e fica em frente ao escritório do presidente do clube.

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