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·4 December 2025
Copa do Mundo de 2026 já sente a mão firme de Trump, um anfitrião controverso

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Organizar uma Copa do Mundo de futebol renovada com 48 seleções já é uma tarefa difícil, um desafio para 2026 ao qual se propuseram Canadá, Estados Unidos e México. Mas quando o anfitrião se chama Donald Trump, a coisa se torna mais complicada.
A seis meses do apito inicial de um dos eventos esportivos mais seguidos do mundo, o imprevisível presidente dos Estados Unidos está complicando a organização ao pressionar seus vizinhos canadenses e mexicanos, ameaçar realocar partidas e impor restrições aos vistos.
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Espera-se que milhões de espectadores estrangeiros visitem os três países anfitriões, especialmente os Estados Unidos, onde ocorrerá a maioria das partidas. Mas os visitantes chegarão a um país liderado por um governante que fez da política anti-imigração o pilar de seu mandato, com campanhas de deportações em massa.
E ele continua apertando os parafusos: após o ataque a dois soldados na semana passada, a poucos metros da Casa Branca, Trump suspendeu a emissão de vistos para cidadãos de 19 países, incluindo Haiti e Irã, dois classificados para a Copa do Mundo.
Teerã anunciou que boicotará o sorteio do Mundial, que ocorrerá na sexta-feira em Washington, com a presença de Trump, após os Estados Unidos recusarem emitir vistos para vários membros de sua delegação.
O presidente americano afirma que, em determinadas circunstâncias, o processo pode ser agilizado, porém obter vistos pode levar semanas ou até meses. O líder republicano diz que está implementando um “passe Fifa” que permitirá que qualquer pessoa com ingresso para uma partida da Copa do Mundo obtenha uma consulta mais rapidamente.
De qualquer forma, “seu ingresso não é um visto”, advertiu o secretário de Estado americano, Marco Rubio. As condições para entrar nos Estados Unidos não serão relaxadas: “A única diferença é que estamos priorizando os pedidos”, disse Rubio.
A sombra do mandatário republicano paira sobre algumas cidades anfitriãs, todas lideradas por democratas. Los Angeles, por exemplo, prevê sediar oito partidas; San Francisco, seis; e Seattle também seis.
Sem provas, Trump acusa essas cidades americanas de permitir que a imigração irregular, a insegurança e o crime fiquem fora de controle. O presidente ameaçou transferir os jogos para outras cidades, uma decisão que seria um pesadelo organizacional para a Fifa.
E também para os fãs, muitos dos quais já reservaram seus ingressos, hospedagem e viagens. A essa incerteza somam-se as tensões pelo envio de tropas da Guarda Nacional a cidades democratas como Los Angeles, aparentemente para restabelecer a segurança.
As agressivas operações dos agentes do Serviço de Imigração e Controle de Alfândega (ICE), que perseguem imigrantes em situação irregular por todo o país, estão exacerbando as tensões, enquanto um clima de medo se instalou em um segmento da comunidade latina.
De qualquer forma, o presidente dos Estados Unidos poderia decidir estender o envio de soldados e agentes até a Copa do Mundo.
O presidente republicano não mede palavras quando se trata dos coanfitriões da Copa do Mundo e impôs tarifas sobre certos produtos. Entre suas ideias, ameaçou anexar o Canadá e transformar sua vizinha do norte em um novo estado dos Estados Unidos. E ao sul, não descartou ataques aéreos no México como parte de sua luta contra os cartéis de drogas.
É pouco provável, mas os organizadores terão que adicionar às suas tarefas uma grande coordenação para gerenciar os vistos, o fluxo de espectadores e, claro, a segurança.









































