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·27 April 2025

Entenda como a surpresa tática do Botafogo desmontou o Fluminense no clássico

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A vitória por 2 a 0 do Botafogo sobre o Fluminense neste sábado teve muitos heróis em campo, mas fora dele, a assinatura da estratégia vencedora foi de Renato Paiva. Em um momento de pressão e necessidade de reação, o técnico português não hesitou em tirar um verdadeiro “coelho da cartola” tática, surpreendendo não só o rival tricolor, mas também muitos torcedores alvinegros, com uma escalação e um desenho de jogo inéditos.

A grande novidade foi a escalação conjunta dos centroavantes Igor Jesus e Mastriani, algo que ainda não havia acontecido sob seu comando. Complementando o quarteto ofensivo com Matheus Martins e Savarino (que viria a selar o placar no fim), Paiva apostou em uma dinâmica diferente, buscando não apenas mais presença de área, mas também uma forma de combater o cansaço da equipe e a semana livre do Fluminense.


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Na coletiva pós-jogo, Paiva detalhou o raciocínio por trás da ousadia: “Temos que analisar o contexto do jogo, e o que me preocupava é que o Fluminense ficou descansado durante a semana. Senti que mudando algumas dinâmicas, mesmo com pouco tempo para treinar, poderia surpreender o Fluminense e combater esse cansaço com mudança tática”.

A ideia, segundo ele, era clara: “Mastriani foi contratado para isso, não foi para substituir o Igor, mas para poder jogar os dois também. Hoje deixamos o Igor um pouco mais solto e alguém ali a fixar os zagueiros adversários. O que queria era essa surpresa, tentar surpreender o Renato (Gaúcho), e combater o nosso cansaço. E também é o plano B para não sermos sempre previsíveis.”

A aposta se mostrou certeira. O Botafogo dominou amplamente o primeiro tempo, criou diversas chances e abriu o placar com Vitinho, após assistência de Igor Jesus. O próprio camisa 99, que teve grande atuação flutuando fora da área e participando da construção, aprovou a nova dinâmica.

“Hoje o treinador optou por jogar com dois atacantes e quando é assim me sinto mais à vontade de fazer os movimentos. É uma das características que tenho de poder atacar os espaços, achar os companheiros de frente. Hoje consegui fazer isso muito bem,” afirmou Igor Jesus após a partida, projetando um futuro melhor: “Essa vitória nos dá confiança para seguir um campeonato muito longo. Tenho certeza que agora as coisas vão começar a fluir.”

Paiva sobre pressão e favoritismo

Além da tática, Paiva também abordou a pressão recente e o status do Botafogo. Sobre as críticas da torcida, mostrou respeito, mas firmeza: “Não há nenhuma torcida do mundo que esteja satisfeita quando não se ganha (…) Se eu fizer meu trabalho em função disso, não posso ser treinador de futebol. Estamos tão insatisfeitos quanto a torcida.” Ele reforçou a importância do apoio durante o jogo: “Foram muito importantes hoje. No momento em que estávamos em sofrimento de 1 a 0 e eles ali não pararam de cantar. E é isso que eu peço. Por favor, apoiem os jogadores.”

Questionado sobre o Botafogo correr “por fora” no Brasileirão após um início irregular, o técnico foi enfático em defender o peso da camisa atual campeã: “Eu não conheço nenhum campeão nacional que não corre como favorito (…) Estes rapazes têm que se sentir favoritos e ponto. (…) Eles querem ser favoritos, eles querem jogar para ganhar (…) Portanto, vamos correr como favoritos. Ninguém vai aqui correr por fora.”

A vitória convincente, fruto de uma aposta tática bem-sucedida, traz um novo ânimo ao Botafogo. O time agora se prepara para enfrentar o Capital-DF pela Copa do Brasil na quarta-feira, antes de viajar para encarar o Bahia pelo Brasileirão no próximo sábado, jogo para o qual Paiva já sabe que terá os desfalques de Alexander Barboza e Gregore, suspensos.

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