Portal dos Dragões
·5 August 2025
“Entrei só para ter o prémio. Jorge Costa foi uma pessoa inacreditável”

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A experiência de Jorge Costa no Cluj representa a sua estreia como treinador fora de Portugal. Na temporada de 2011/12, levou a equipa da Transilvânia, adversária do Braga no acesso à Liga Europa, à conquista do campeonato romeno, um marco significativo na sua carreira de treinador, que já incluía a conquista da 2.ª Divisão e a promoção do Olhanense em Portugal.
No Cluj, Jorge Costa encontrou um plantel composto por vários jogadores portugueses, incluindo Rui Pedro, um avançado que se formou no FC Porto. Os outros jogadores portugueses eram Beto, Nuno Claro, Ricardo Fernandes, Cadú, Camora, Nuno Diogo e Celestino, que também se destacou na Académica após a sua passagem pela Roménia. O atual diretor-desportivo do Paredes ficou profundamente afetado pela perda de Jorge Costa, enquanto relembrava o seu hat-trick pelo Cluj contra o Braga na Liga dos Campeões. “Cheguei ao Cluj e à Roménia por causa do Jorge Costa, que nos deixou. As memórias que tenho são como as de um pai. Esta foi a minha primeira experiência fora de Portugal e cheguei no último dia do mercado, o plantel já estava composto. Havia o desafio de me adaptar, mas o Jorge sempre protegeu os portugueses. Éramos oito. Quem jogasse de início ou que entrasse do banco recebia uma recompensa maior do que a simples convocatória. Ele foi uma pessoa extraordinária, após a primeira semana levou-me ao banco e fez-me jogar os últimos minutos. Entrei apenas como uma forma de recompensa”, recorda Rui Pedro, que se sente nostálgico em relação ao Bicho.
“Era um treinador com uma forte visão de grupo, que valorizava o espírito coletivo e unia as equipas. Criou um ambiente incrível entre nós e a recordação que tenho é a de uma pessoa sempre bem-disposta e um treinador exigente. Fora de campo, ele era incrível. As memórias que tenho são muito boas”, resume. “Ele estava sempre atento a todos os detalhes, ajudava todos e tinha o cuidado de garantir que os portugueses se sentissem bem fora do país, preocupando-se com o bem-estar de todos”, acrescenta Rui Pedro, profundamente afetado pela perda súbita de um dos ícones do FC Porto. “Não falava com ele regularmente, mas encontrava-o em vários jogos. Mantivemos sempre uma ótima relação, pois via-o como o meu treinador e uma espécie de pai. Não me esquecerei do que fez por mim”, conclui.
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