
Saudações Tricolores.com
·1 July 2025
ESTAMOS ESCREVENDO A ETERNIDADE – WASHINGTON DE ASSIS

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·1 July 2025
Tricolores do céu e da Terra: vibrem! O improvável se rendeu. Dele foi feito realidade, diante dos nossos olhos marejados que só conseguiam olhar aos céus e agradecer. Ontem, quando o último trilo do apito ecoou pelo Bank of America Stadium, não foi apenas um jogo que terminou — foi mais um capítulo da eternidade que selamos com as tintas sagradas do suor tricolor. Em Charlotte, a milhares de quilômetros de Laranjeiras, o Fluminense não apenas jogou: transformou o impossível em inevitável, converteu a dúvida em êxtase.
Na minha última coluna por aqui, falei que precisaríamos de todo mundo, e todos responderam. Não apenas nossos guerreiros que pisaram o gramado, mas cada tricolor que, de alguma forma, vibrou na mesma frequência cósmica que fez tremer o solo americano sob os pés italianos. A simbiose sísmica aconteceu. Os frios analistas que previam nossa derrocada agora se calam diante da poesia tática de Renato e da alma dos nossos guerreiros.
Quando Cano se curvou para cabecear aquela bola que estufou as redes, o tempo parou por um instante. As leis da física cederam ao desejo tricolor. O universo, em sua infinita sabedoria, reconheceu que há forças que transcendem cálculos e probabilidades — e a paixão tricolor é a mais poderosa delas. O gol não foi apenas uma jogada, foi a materialização de um sentimento que carregamos no peito.
E o que dizer da muralha tripla formada por Ignácio, Thiago Silva e Freytes? Três guerreiros revestidos não apenas com a armadura tricolor, mas com a fé inabalável que move montanhas. Cada interceptação, cada corte, cada dividida — tudo feito com precisão cirúrgica. E mesmo nas bolas mais complicadas, como cortar um lance rasteiro com a cabeça – ou não – íamos com tudo. Jogávamos de acordo com as dificuldades que encontrávamos e com a garra que nos é peculiar.
Vimos um treinador que é a “marra” em pessoa — e sabe ser assim — ouvir humildemente as orientações do seu capitão e segui-las. Um comandante ouvindo seu principal soldado dentro da batalha mostra uma sintonia tão precisa quanto a própria vida na Terra. Alguns afirmam que para a vida existir no planeta são necessárias mais de 100 condições do universo sintonizadas milimetricamente. Esse é o grau de sintonia fina do nosso grupo.
Os incrédulos diziam que seria impossível passar pelos italianos, que o dinheiro europeu falaria mais alto que nossa paixão. Respondemos com o silêncio sublime da bola na rede e a sabedoria tática de um treinador que transformou as nossas esperanças em armas letais. A folha salarial pode ser menor, mas a grandeza de alma não se mede em euros ou reais. Por aqui, se mede em verde, branco e grená. Sabemos disso, mas não contamos a ninguém. Apenas deixamos que fiquem assim, cegos em sua ignorância, sem entender.
A Inter de Milão trouxe o peso de ser finalista da Champions League, o favoritismo e, porque não dizer, a arrogância do futebol europeu. Agora, voltará para casa com a humildade forçada de quem descobriu que há sentimentos que não se compram, forças que não se domam — e a alma tricolor é a mais indomável delas. Mantivemos nossa invencibilidade histórica contra os italianos; não por acaso, mas porque o destino reconhece a quem verdadeiramente pertence à eternidade.
Muitos irão desdenhar do nosso feito. Vão dizer que foi sorte, que o calor, que o cansaço, que o interesse, que o escambau. Não se impressionem. Veremos malabarismos de certos “especialistas” que será constrangedor — para eles, é claro. A esses idiotas da objetividade, nossa resposta é simples e sutil: o silêncio de quem não tem tempo a perder com discussões opacas e insosas. Aliás, “Nunca discutas com um idiota. Ele arrasta-te até o nível dele, e depois vence-te pela experiência.” (Frase genial atribuída a Dilbert).
Sigamos em frente.
Agora, o Al Hilal se avizinha no horizonte das quartas de final. Novamente, seremos os azarões para os analistas frios, os calculistas da probabilidade? Honestamente, não sei. Talvez uns e outros já tenham aprendido que com o Fluminense a matemática é inexata e que os cálculos sofrem um fenômeno parecido com a teoria da relatividade geral de Einstein. Aqui, números e previsões analíticas sentem à prova que ser Fluminense não é apenas um sentimento. É uma força, uma curvatura no espaço-tempo causada pela massa dos nossos corações e energia procedente de cada alma tricolor. Somos capazes de afetar a trajetória da luz, fazendo-a desviar ao passar perto das Laranjeiras. E isso afeta desde a mais simples das operações até a mais complexa das funções e equações.
De Nova York a Charlotte, de Miami a Orlando, vamos deixando marcas indeléveis na geografia americana e na história do futebol mundial. Não apenas por nossa trajetória, não só pelos resultados conquistados. Mas pelos territórios que transformamos — mesmo que momentaneamente — em extensões de Laranjeiras. Cada estádio por onde passamos se torna um templo temporário do sentimento tricolor. Cada pessoa que nos conhece, aqueles que antes viviam na ignorância dos anais do futebol, agora já veem a luz, sentem-se parte da história.
Ontem, quando Hércules selou nosso triunfo, foi mais que um gol, mais que uma bola entrando — foi a confirmação escrita nos astros de que estamos no caminho certo, de que o improvável segue sendo nosso ponto de partida. E quando nossos jogadores se abraçaram ao fim da partida, era mais que celebração: era a comunhão sagrada de quem sabe que faz parte de algo transcendental.
Por isso, tricolores, ergam suas vozes mais uma vez! Celebrem com a mesma intensidade com que apoiaram! Este não é só um momento para ser vivido — é um momento para ser eternizado em nossas memórias coletivas.
Porque ontem, meus amigos, não foi apenas o dia em que derrotamos a Inter de Milão. Foi o dia em que, mais uma vez, provamos que no Fluminense o exagero continua sendo a medida exata do real. E se nos pedirem para traduzir esse sentimento em palavras, continuaremos felizes em nossa sublime contradição: sentir o que é impossível explicar.
ERGAM SEUS CORAÇÕES, POIS! ESTAMOS VIVENDO A ETERNIDADE!
ST WASHINGTON DE ASSIS