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·9 October 2025

Gaviões sobe o tom e pressiona Corinthians por avanço nas investigações contra ex-presidentes

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Lideranças da Gaviões da Fiel, principal torcida organizada do Corinthians, entraram em contato com o presidente do clube, Osmar Stabile, e com o presidente do Conselho Deliberativo, Romeu Tuma Júnior, para cobrar o avanço das investigações sobre supostos gastos pessoais indevidos nas gestões Andrés Sanchez e Duilio Monteiro Alves. O caso está sendo apurado pela Comissão de Justiça do clube e também pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP), sob liderança do promotor Cassio Roberto Conserino.

Conforme apurou a Gazeta Esportiva, os uniformizados deixaram claro que acompanham de perto o andamento dos casos e exigem que a apuração continue de forma transparente. Membros da Gaviões ainda deixaram um recado à alta cúpula alvinegra: não permitirão que o tema seja adiado para depois das eleições presidenciais do clube, marcadas para o fim de 2026.


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A torcida organizada entende que qualquer tentativa de postergar as investigações seria vista como uma manobra política e promete aumentar a pressão caso perceba lentidão ou omissão por parte dos dirigentes.

Caso Andrés avança

As investigações acerca do uso de cartões corporativos durante a gestão Andrés Sanchez, de 2018 a 2020, avançou de forma significativa no MP e nos órgãos internos do Corinthians.

Na semana passada, a Comissão de Justiça do Timão identificou cerca de R$ 190 mil gastos suspeitos e convocou os ex-diretores que, à época, tinham a responsabilidade de fiscalizar o uso do cartão, para prestar esclarecimentos.

O órgão listou, a princípio, 50 despesas, com identificação de locais e valores que, somados, chegam a R$ 190.523,54. Entre as principais cobranças separadas e revistas pela Comissão, estão despesas com hospitais, clínicas e farmácias, em lojas de móveis e eletrônicos, além de custos com uma empresa de taxi aéreo e centros automotivos.

Já o Ministério Público solicitou ao Corinthians, entre os dias 26 e 29 de setembro, dados e explicações sobre as mais de 50 aquisições suspeitas feitas pelo ex-presidente entre 2018 e 2020, período do segundo mandato de Andrés como mandatário corintiano.

Cassio Roberto Conserino, promotor responsável pelo caso, estipulou dez dias corridos como prazo para a diretoria alvinegra enviar as respostas.

A intenção do MP, em meio à investigação sobre supostos gastos pessoais indevidos, é entender quais eventos relacionados à rotina do então dirigente podem justificar os mais de 50 gastos suspeitos listados e, por outro lado, quais gastos, de fato, podem ser considerados incompatíveis com o exercício da presidência de um clube de futebol.

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(Foto: Daniel Augusto Jr/Ag. Corinthians)

Duilio tem pedido negado

Duilio Monteiro Alves, por sua vez, impetrou pedido de liminar em habeas corpus contra a investigação do MP. A solicitação, porém, foi negada pela Justiça.

Duilio alegou que sofreu “constrangimento ilegal” por conta das quebras de sigilo das despesas de sua administração no Corinthians. Segundo apuração da Gazeta Esportiva, o ex-presidente não se coloca contra a investigação, mas não concorda com a forma como ela está sendo conduzida.

O uso de cartões corporativos na gestão Duilio também será investigado pelo MP, mas, neste momento, o órgão apura supostas notas fiscais que apontam R$ 86 mil gastos durante o mandato. O Corinthians teria bancado despesas com produtos para fins pessoais, como cerveja, cigarro e até tadalafila, remédio para disfunção erétil. As compras, porém, não foram necessariamente feitas por Duilio.

O ex-presidente não reconhece as faturas e registrou uma notícia-crime na Delegacia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (Drade/Dope), solicitando a inclusão desta no inquérito policial já em andamento, que denuncia a circulação de documentos falsos e manipulados.

Entenda o caso

O Procedimento Investigatório Criminal (PIC) foi instaurado pelo Ministério Público em meados de junho deste ano. À época, o órgão também agendou oitivas com o atual presidente, Osmar Stabile, o vice Armando Mendonça e o presidente do Conselho Deliberativo, Romeu Tuma Júnior, a fim de entender o funcionamento dos cartões corporativos do Corinthians.

Inicialmente, a apuração do MP iria abranger somente o período das gestões de Andrés Sanchez (2018 a 2020) e Duilio Monteiro Alves (2021 a 2023). Porém, após ouvir alguns depoimentos, o órgão decidiu investigar também o mandato de Augusto Melo. Além de uma suposta apropriação indébita, são apurados também os possíveis crimes de estelionato, furto qualificado, falsidade ideológica e associação criminosa.

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(Foto: Daniel Augusto Jr/Ag. Corinthians)

O caso veio à tona no início do mês de julho, quando Andrés admitiu ter utilizado o cartão de forma indevida para pagamento de despesas pessoais em Tibau do Sul, Rio Grande do Norte, no fim de seu último mandato, em 2020.

Dias após a revelação dos gastos, ele ressarciu o Corinthians com juros e correção monetária. O ex-presidente, no entanto, responde a um processo disciplinar na Comissão de Ética e Disciplina do clube. Os torcedores pedem punições e até a expulsão de Andrés.

Houve, também, uma acusação de supostos gastos pessoais durante a gestão de Duilio Monteiro Alves. As despesas, contudo, não estão necessariamente ligadas ao ex-presidente. Ele não reconhece as faturas e registrou uma notícia-crime na Delegacia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (Drade/Dope), solicitando a inclusão desta no inquérito policial já em andamento, que denuncia a circulação de documentos falsos e manipulados.

No início do mês de setembro, o MP pediu à Justiça que Andrés, Duilio e Augusto Melo sejam temporariamente afastados dos Conselhos Deliberativo e de Orientação do Corinthians durante a investigação. Até o momento, no entanto, não houve uma manifestação do Poder Judiciário.

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(Foto: Peter Leone/O Fotografico/Gazeta Press)

O Corinthians informou, há cerca de duas semanas, que concluiu a entrega dos documentos sigilosos solicitados pelo MP. O clube se coloca à disposição das autoridades, mas teme vazamentos e reforça o cuidado para não expor ainda mais a imagem de instituição.

Além das supostas despesas pessoais, o MP também abriu investigação para apurar uma possível ligação do clube com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC)motivada pelo depoimento de Romeu Tuma Júnior, presidente do CD do Corinthians, colhido pelo órgão.

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