Portal dos Dragões
·18 November 2025
Irmão de Stephen Eustáquio: “Qualquer jogador que não jogue é preocupante”

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Mauro Eustáquio tem acompanhado com atenção, do outro lado do Atlântico, a carreira do irmão Stephen ao serviço do FC Porto. Muito próximo do jogador, o treinador não demonstra preocupação face aos poucos minutos que este tem registado com a camisola portista nesta época.
Na época passada chegaram mesmo a trabalhar em conjunto, quando Mauro era treinador adjunto da seleção do Canadá. Por essa razão, e mais do que muitos, sabe como Stephen está a lidar com esta fase de menor utilização sob a orientação do técnico italiano Francesco Farioli.
Mauro Eustáquio fez uma leitura da prestação do irmão nesta temporada e afirmou crer que este haverá de responder quando for chamado pelo treinador do FC Porto.
O Stephen não é de virar a cara à luta e vai trabalhar o máximo para ajudar o FC Porto
A ligação do Mauro a Portugal é também ela familiar e quase umbilical. O Stephen, o seu irmão, foi titular contra o Utrecht, mas tem somado poucos minutos de jogo no FC Porto. Está preocupado com isso?
Qualquer jogador fora do onze é motivo de preocupação. Há uma componente emocional pela ligação familiar, mas recordo que, em épocas anteriores, poucos previam que o Stephen viria a ser titular ou a ter o impacto que teve no FC Porto nos anos recentes. Conheço bem as suas características e sei que não foge ao confronto: vai trabalhar ao máximo para, primeiro, ajudar o FC Porto a atingir os seus objetivos e, naturalmente, voltar a estar dentro do relvado com regularidade.
E porque é que acha que o Stephen tem tão pouco tempo de jogo este temporada?
O plantel é forte e foi reforçado. Há também um treinador novo, com ideias diferentes, que trouxe jogadores específicos para certas funções. Não retiro valor ao Stephen – já o vimos conquistar títulos pelo FC Porto e, mesmo neste sistema e sob este treinador, já teve minutos. Acho que é preciso ter alguma paciência: o campeonato é longo e, certamente, ele terá o seu papel. A equipa atravessa um bom momento e o Stephen faz parte desse conjunto. O seu desempenho na Liga Europa foi positivo. Tem de estar preparado para as oportunidades, sejam cinco ou dez minutos, ou jogar de início. É um profissional exemplar e quando tiver mais chances, irá aproveitá-las.
Pode estar a ser afetado por esta mudança do esquema tático promovida pelo mister Francesco Farioli já que ele tem preferido ter jogadores mais combativos no onze inicial, como é o casa do Alan Varela?
Não diria que se trata apenas de combatividade, mas de estilos que o treinador prefere num jogador e que talvez não veja noutro. O Stephen, no ano passado, quando jogava num meio-campo a dois, e agora num meio-campo a três, e até na seleção com Jesse Marsch, demonstrou capacidade para um futebol de pressão alta e marcação homem a homem por todo o terreno. A sua condição física é reconhecida. No fim de contas, é uma questão de preferência do treinador, algo natural: um técnico não pode alinhar com quinze jogadores e tem de fazer escolhas. Neste momento, as opções do FC Porto têm dado frutos. Como qualquer jogador, é preciso paciência, continuar a trabalhar e aguardar por mais oportunidades.
A um oceano de distância, é difícil acompanhar sempre de perto os jogos do seu irmão?
Não, na verdade é bastante fácil. O fuso horário facilita-me o acompanhamento do futebol dele mais do que o nosso por cá. Como estamos atrasados em relação a Portugal, consigo ver os jogos. Já para ele ver os meus jogos é mais complicado, porque acabam por ser bem tarde.
Trabalhar com o meu irmão na seleção? Foi uma experiência nova, foi uma experiência estranha no início, algo que guardo por sempre.
Como foi trabalhar com ele na seleção do Canadá?
Foi uma experiência curiosa. Foi das poucas ocasiões em que estivemos no mesmo círculo – mesmo hotel, mesmo campo – e, paradoxalmente, falámos menos. Tivemos uma relação estritamente profissional: no início houve duas ou três conversas, depois mantivemos um comportamento profissional, falar quando era necessário e ser exigente quando convinha. Foi muito positivo trabalhar ao mais alto nível das seleções. Nesse estágio jogámos com o México e com os Estados Unidos e regressámos com duas vitórias. Foi um momento importante para mim a nível pessoal e poder fazê-lo com o meu irmão foi um sonho; algo novo e estranho no início, que guardarei sempre.
E nem mesmo no regresso a casa, não era capaz de ligar ao seu irmão e de lhe dizer algo que não lhe queria dizer em público junto de outros jogadores da seleção?
Não. Quem conhece o Stephen sabe que ele dá sempre o máximo, quer seja num treino ou num jogo. Temos de aceitar que nem tudo corre bem e que outras coisas correm muito bem. Dado o profissionalismo exigido na seleção e o próprio profissionalismo do Stephen, as observações têm de ser feitas no momento adequado, deixando que erros e acertos se expressem dentro de campo. Essa comunicação não foi feita, muito menos durante o estágio.









































