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·5 September 2025
Léo Moura e Paulo Victor revivem último jogo do antigo Maracanã

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5 de setembro de 2010: um dia histórico para o Maracanã. A data entrou para a história por marcar o último jogo do antigo estádio, antes da pausa nos jogos para a reforma para a Copa do Mundo de 2014.
Foram três anos sem jogar no estádio, e só em julho de 2013, o time voltou ao Maracanã para enfrentar o Botafogo e empatar por 1 a 1, com gol do volante Elias.
Em 2010, o último jogo, não teve gols. A partida foi contra o Santos, e as equipes não conseguiram balançar as redes. Fato é que apenas dois nomes viveram os dois momentos especiais, apenas um como titular e outro no banco: Léo Moura, capitão do time naquela época, e o goleiro Paulo Victor.
Os dois revisitam as memórias da data e relembram o capítulo simbólico, em entrevista exclusiva ao MundoBola Flamengo.
Único a ser titular e viver, em campo, a despedida do antigo Maracanã, e a novidade de um estádio moderno, Léo Moura relembra os momentos. O sentimento é de nostalgia pelo antigo Maracanã, e ele admite que gostava mais do velho estádio.
"Um mix de sentimentos, por ver depois a modificação que aconteceu no Maracanã. Particularmente gostava mais do Maraca antigo, confesso que na época deu saudade", diz o ex-lateral.
Apesar da modernização do Maracanã, Léo Moura entende que a mística ainda está lá. Mas ele surpreende sobre o estádio próprio e se mostra favorável a ideia.
"Na minha visão e concepção o Maraca sempre vai ser a casa do Flamengo, a atmosfera continua a mesma, logicamente um clube como Flamengo precisa muito de ter um estádio próprio e acredito que esse momento está chegando", comenta.
Léo Moura lembra que, no último jogo do antigo Maracanã, há 15 anos, a impressão foi de estranheza por se despedir de um estádio icônico e jogar sabendo que tudo iria mudar.
"Jogar no Maracanã sempre é especial, e sabendo que ia passar por toda modificação, iria mudar um pouco a história do que também vivi ali como criança e torcedor, foi estranho saber que ia passar por isso", admite.
Apesar disso, Léo Moura admite: "O Maraca continua sendo o caldeirão! Quem vai ali sente muito quando está lotado" e que "as histórias de quem frequenta o Maraca ainda continuam raiz".
Mas o jogador admite uma saudade ainda mais antiga: "o que a gente que jogou ali depois de virar novo Maraca sente, é a falta da geral".
Sobre o jogo contra o Botafogo, que marcou a reabertura do estádio em 2013, Léo Moura exalta o clássico e revela a curiosidade pelo novo antes da partida.
"Sinceramente, clássicos por si só já são marcantes. Era mais pela ansiedade de jogar em um estádio novo, pois o jogo como o clássico já tem toda uma atmosfera", conclui.
Durante a conversa, Léo Moura elegeu todos os seus títulos pelo Flamengo como momentos mais marcantes no estádio e reafirmou a preferência pelo antigo Maracanã.
Paulo Victor também esteve presente em ambos os jogos. Ainda que no banco de reservas, ele fez história a ser um dos únicos, ao lado de Léo Moura, a viver a despedida do antigo Maracanã e a estreia do novo. Para o goleiro, foram dois momentos diferentes, mas marcantes.
"Foram momentos bem diferentes, mas igualmente marcantes. No velho Maracanã tinha aquele sentimento de sonho realizado, de poder entrar nesse estádio que é histórico. Já no novo, foi a sensação de estar vivendo uma nova era, algo mais moderno, mais bonito, mas sem perder o peso da mística do estádio", conta o arqueiro.
Contra o Santos, em 2010, o jogador conta atmosfera diferente para a despedida.
"Foi muito especial e me senti privilegiado de estar ali. O Maracanã tinha aquela atmosfera diferente, é o principal estádio do país e um dos principais do mundo. E eu guardo isso com muito carinho", conta.
Apesar das mudanças, Paulo Victor diz que o novo Maracanã continua místico.
"Acho que claro que o novo ficou mais moderno, por conta de toda a reforma, mas o Maracanã sempre será intimidador. Um estádio com uma história dessa não perde sua magia. Claro que mudou bastante, mas ainda é místico", analisa.
Contra o Botafogo, ele lembra como foi especial conhecer um novo Maracanã.
"Foi diferente, né? A gente entrou e parecia que estava em outro lugar, tudo novo, tudo moderno. Mas quando a bola rolou veio aquele sentimento, o pensamento foi só em conquistar a vitória. Foi muito especial aquele momento, pois sabíamos que era algo histórico e marcante", continua.
Paulo Victor comenta a exclusividade de ter vivido os dois momentos ao lado de Léo Moura.
"Já faz bastante tempo, né? Eu estava ainda nos meus primeiros anos como profissional. Fico muito feliz por saber disso, porque é algo que pouca gente viveu. Eu e o Léo vivemos grandes momentos no clube e é uma honra ter presenciado esse momento", comenta.
Cada momento teve uma sensação diferente, mas as lembranças são emocionais.
"Lembro da sensação e do clima de despedida. E, do novo, a lembrança é da novidade, de poder iniciar uma trajetória ali em um clássico. É muito gratificante", diz.
Para Paulo Victor, o novo Maracanã se parece mais com uma Arena, e a modernidade é evidente.
"O novo ficou muito moderno, né? Ficou com cara de arena, então mudou bastante. É um estádio que tenho muito carinho", comenta.
Por fim, diferente de Léo Moura, Paulo Victor não consegue escolher. Apesar de reconhecer a história do antigo Maracanã, o saudosismo não o cega, e o goleiro também enxerga o novo Maracanã como muito especial.
"Ah, difícil escolher. O velho tem toda a história, mas o novo também é especial, é difícil escolher. Acho que o mais importante é que as duas formas do estádio estão na história, com grandes conquistas dos clubes e guardadas nas memórias dos torcedores", finaliza.
Léo Moura e Paulo Victor guardam na memória a participação nos momentos históricos: a despedida do antigo e a estreia do novo. Fato é que o Maracanã, com geral ou sem geral, continua na memória da torcida do Flamengo e de quem vivenciou o clube dentro do estádio.