
Gazeta Esportiva.com
·4 October 2025
Libra rebate Flamengo e acusa clube de distorcer fatos na disputa judicial por direitos de TV

In partnership with
Yahoo sportsGazeta Esportiva.com
·4 October 2025
A disputa entre Flamengo e Libra ganhou novo capítulo nesta sexta-feira, com a entidade emitindo um comunicado oficial em resposta às alegações do clube carioca. Na última quarta-feira, o Flamengo havia enviado a jornalistas um material no formato “fato ou fake?”, no qual questionava informações sobre sua participação na liga e o modelo de distribuição de receitas.
No comunicado desta sexta, a Libra afirmou que o Flamengo teria “disseminado desinformação” ao apresentar apenas informações selecionadas à imprensa, induzindo “até mesmo parte da imprensa especializada a erro”. A entidade acusou o Rubro-Negro de interromper o diálogo com os demais clubes ao recorrer à Justiça, bloqueando R$ 77 milhões de direitos de transmissão, valor que seria distribuído entre todos os integrantes da Libra.
O grupo, que reúne Palmeiras, São Paulo, Santos, Bragantino, Atlético-MG, Bahia, Grêmio, Vitória, Remo, Paysandu, ABC, Guarani e Sampaio Corrêa, destacou que os critérios de distribuição de receitas estão claramente descritos no estatuto da entidade e foram aprovados por unanimidade em assembleias, incluindo o próprio Flamengo. Segundo a Libra, “é falso afirmar que o Flamengo deseja o diálogo. Quem interrompeu o diálogo foi o Flamengo, com medida liminar sem urgência, obstruindo o fluxo de caixa dos demais clubes da Libra”.
A entidade também rebateu a alegação de que o estatuto seria omisso quanto aos critérios de audiência: “É falso que o Estatuto da Libra seja omisso sobre os critérios de distribuição de receitas de audiência”. A Libra esclareceu que a proposta rubro-negra de substituir a métrica de audiência pelo número de cadastros de torcedores foi rejeitada pelos demais clubes.
Além disso, a Libra desmentiu que o Flamengo buscasse uma “virada de mesa” ou pretendesse receber um “valor mínimo garantido” apenas para si: “É falso que o Estatuto da Libra assegura um valor mínimo garantido em benefício do Flamengo”. A entidade explicou que qualquer mínimo garantido só seria aplicável caso fosse responsável pela organização do Campeonato Brasileiro, o que não ocorre, já que a competição é realizada pela CBF.
Segundo a Libra, o contrato vigente por cinco anos, envolvendo mais de R$ 6 bilhões para todos os clubes, permite tempo hábil para ajustes caso houvesse consenso coletivo sobre alterações nas regras: “É falsa a alegação do Flamengo de que precisaria fazer uso de uma liminar para evitar prejuízos”.
Enquanto a disputa judicial segue, a Rede Globo deve depositar judicialmente os valores contestados, que podem chegar a R$ 230 milhões caso o bloqueio se estenda até o fim do ano. A entidade já recorreu da liminar, mantendo a questão em aberto, mas reforçando seu compromisso com a transparência e o diálogo.
A Libra reafirmou respeito ao Flamengo e à sua torcida, destacando que o futebol brasileiro pertence a todos os clubes e torcedores, não podendo ser pautado por interesses individuais que prejudiquem a coletividade: “Questionar os fatos e distorcê-los para conseguir apoio midiático com base na desinformação é querer viver uma realidade paralela, de imposição econômica, sem qualquer fundamento coletivo. Uma visão antiquada e solitária”.
Por fim, a entidade ressaltou a importância da união entre clubes: blocos de comercialização coletiva, como a Libra, têm como objetivo fortalecer o valor do campeonato, ampliar receitas e desenvolver o futebol de forma sustentável. No comunicado completo, a Libra reafirma seu compromisso com o futebol brasileiro, dizendo que “Juntos os clubes não valem mais, valem muito mais. Separados os clubes não apenas valem menos, eles destroem também o valor em toda a cadeia de negócios que cerca e faz parte do futebol”.
“Observamos com surpresa a postura do Clube de Regatas do Flamengo de, por um lado, requerer segredo de justiça em uma ação judicial e, por outro, divulgar à imprensa informações selecionadas e distorcidas, induzindo até mesmo parte da imprensa especializada a erro e disseminando desinformação.
Diante dessa postura, a LiBRA, em seu compromisso com a transparência, com o diálogo e com o fortalecimento do futebol brasileiro, apresenta alguns esclarecimentos fundamentais entre o que é verdadeiro e o que é falso dentro das declarações feitas pelo clube.
Vale lembrar que, se o Flamengo realmente tem interesse em dialogar por um acordo, ou tem a convicção de que está certo, o próprio Clube não faria uso de um expediente liminar desnecessário, e discutiria se está certo no mérito em Mediação ou Arbitragem.
Por que estamos tendo que esclarecer todas essas dúvidas por meio de comunicados à imprensa e não em ambiente técnico e dentro da própria LiBRA? Por que o Flamengo preferiu esse caminho ao invés de manter a discussão internamente?
O Flamengo demonstra que há outros objetivos em seus movimentos.
Questionar os fatos e distorcê-los para conseguir apoio midiático com base na desinformação é querer viver uma realidade paralela, de imposição econômica, sem qualquer fundamento coletivo. Uma visão antiquada e solitária.
Blocos de comercialização coletiva, como a LiBRA e como a LFU, ou uma Liga, quando formada, representarão tudo aquilo que o Flamengo aparenta contrapor nesse momento: a coletividade na negociação de direitos, ampliação de valor e receita, desenvolvimento de qualidade de produto e internacionalização.
Juntos os clubes não valem mais, valem muito mais.
Separados os clubes não apenas valem menos, eles destroem também o valor em toda a cadeia de negócios que cerca e faz parte do futebol.
Em vez de trabalharmos pelo futuro do futebol brasileiro, estamos aqui presos a uma discussão antiga e repetitiva sobre quem ganha mais – e sobre quem quer ganhar ainda mais –, enquanto os assuntos importantes restam à margem do debate.
A LiBRA tem um respeito absoluto pela instituição Flamengo, pela sua história emblemática, por suas muitas conquistas e, principalmente, por sua torcida – essa, que merece o futebol brasileiro que Flamengo se nega a construir. No entanto tem também o mesmo respeito por todos os seus demais membros, todos os clubes do futebol do Brasil e todos os seus milhões de torcedores apaixonados.
O futebol brasileiro não tem um dono.
Tem milhões.
Tem 212 milhões de donos.”