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·19 September 2025
Rui Costa: «Virei presidente da manhã para noite, para não deixar o Benfica cair»

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·19 September 2025
Rui Costa, presidente do Benfica, deu, esta sexta-feira, início à campanha eleitoral para as presidenciais dos encarnados, agendadas para 25 de outubro, e discursou aos sócios e simpatizantes presentes no 26.º aniversário da Casa do Benfica de Paredes. Entre diversos temas, o atual dirigente máximo das águias abordou os resultados desportivos e financeiros no seu mandato.
«Percebo na perfeição a responsabilidade que é estar à frente de um clube desta dimensão, assim como a frustração dos nossos adeptos e sócios quando a equipa não ganha. Nunca fugirei a essas responsabilidades. É uma tristeza para mim não ter conseguido mais títulos no futebol neste período. Ninguém sofre mais do que eu por isso. Acreditem que ninguém sente mais do que eu a ausência desses títulos. Também sei que, quando o futebol não ganha, tudo o resto passa ao lado e aparenta que está tudo errado», começou por referir.
«Muito se tem ouvido falar da problemática situação financeira do Benfica. Se ela estivesse problemática, não apareciam seis candidatos. Não sou eu que o digo, mas sim a história do Benfica. Fala-se da dívida líquida. É verdade que aumentou nos primeiros anos de mandatos. Iniciámos o mandato saídos da COVID e teve um grande impacto nesse aumento da dívida líquida. Por outro lado, tivemos, em termos estratégicos, de reformular o melhor para o futebol do Benfica. Entrámos com mais de 90 jogadores sob contrato, entendemos na altura que não deveria ser a estratégica e reduzimos substancialmente esse valor de ativos. Custou bastante. Foram essas as principais razões para que a dívida aumentasse. No último exercício, como viram, está em fase de descida.»
«Os custos operacionais também aumentaram, cinco por cento ao ano, o que criou uma grande aflição a muita gente. Mas da mesma forma que os custos operacionais aumentaram, as receitas aumentaram 10,8 ao ano, passando de 160 milhões para 230. Tivemos receitas recordes em todas as linhas de negócio. É um mandato que termina com um resultado positivo de 34,4 milhões de euros, sem nenhum problema com atletas, funcionários, fornecedores ou serviços externos. É um mandato de enorme sucesso em empréstimos obrigacionistas e que acaba com os capitais próprios acima dos capitais sociais, o que representa um marco para a nossa vida financeira. Jamais colocaria o clube em perigo ou instável financeiramente.»
Rui Costa recordou, ainda, o momento em que se tornou presidente do Benfica, após a detenção de Luís Filipe Vieira em 2021, e também as eleições seguintes, alegando que, nessa altura, «o Benfica precisava de seis candidatos.»
«Entrei neste clube como presidente talvez no período mais conturbado da nossa história. É verdade que já passámos por momentos maus no passado neste clube, quer financeiros, quer estruturais. Virei presidente da manhã para noite, para não deixar o Benfica cair. Virei presidente do Benfica impreparado. De manhã estava no Seixal a trabalhar com a equipa de futebol e à noite era presidente. Não esqueço tudo aquilo que vivi nesse período, mas não me arrependo. Nunca me vou esconder à responsabilidade de ser benfiquista», afirmou.
«Naquele período apareci eu e Francisco Benítez. Não apareceu mais ninguém. E era aí, se calhar, que o Benfica precisava de seis candidatos. Muitos se esconderam. Eu não, nem nunca me vou esconder. Gostaria que o mandato tivesse sido melhor, especialmente a nível de títulos, mas nunca me escondo das responsabilidades, sobretudo àquilo que é ser benfiquista. Estarei cá forte, mais que nunca, com o mesmo amor e paixão de sempre, para emendar o que tiver de emendar e reforçar o que foi bem feito, que foi muita coisa.»
«Foram quatro anos de muitas modificações. Após uma gerência de 20 anos, é normal que demore a mudar algumas coisas, é normal que se demore a meter em prática o que se pretende. É normal falhar em alguns casos, em que podia ter sido mais rápido. Não me custa admitir. Quem está neste lugar, vai cometer erros. Nada me tira o amor, a paixão e a vontade de servir este clube.»