Se o Dérbi de Milão segue aberto, o Bologna encaminhou vaga na decisão da Coppa Italia | OneFootball

Abril começou e, com o novo mês, chegaram as partidas de ida das semifinais da Coppa Italia. De um lado, um duelo inesperado entre o organizado Bologna e um histórico e surpreendente Empoli. No outro, o Derby Della Madonnina, entre Milan e Inter, aparecia como grande destaque desta fase. Seguindo a lógica, o desequilíbrio do confronto entre emilianos e toscanos prevaleceu, enquanto o maior clássico da Lombardia terminou sem um claro favorito à vaga na final.

As semifinais começaram na terça, 1º, quando o Empoli recebeu o Bologna. Os times chegaram ao duelo em momentos completamente opostos na temporada: enquanto os azzurri têm enfrentado enormes dificuldades para sair da zona de rebaixamento na Serie A e, com uma defesa vulnerável e um ataque pouco produtivo, não vencem há 15 jogos do campeonato, os rossoblù vêm se destacando gradualmente sob o comando de Vincenzo Italiano, além de contar com boas peças individuais, como Orsolini e Ndoye. Favorito, mesmo jogando fora de casa, enfiou 3 a 0 sobre o adversário e praticamente se garantiu na final da Coppa Italia.

Por sua vez, no Derby della Madonnina, a situação era um pouco menos dramática. A Inter domina o futebol italiano, sendo líder da Serie A e apresentando o melhor padrão de jogo. Já o Milan vive uma má fase e segue fora até mesmo da zona de classificação para a Conference League. Porém, os rossoneri têm dificultado muito a vida da sua rival local na atual temporada e voltaram a fazê-lo, obrigando a Beneamata a correr atrás do empate. No fim das contas, 1 a 1 e decisão do finalista aberta para a partida de volta. A seguir, confira as análises das pelejas de ida.

Com um chutaço, Çalhanoglu acionou a lei do ex e deixou tudo igual entre Milan e Inter nas semifinais (Arquivo/Inter)

Milan 1-1 Inter

Ao contrário do primeiro duelo das semifinais, sobre o qual discorremos abaixo, havia a expectativa de que o Derby della Madonnina fosse um confronto equilibrado. Mandante, o Milan enxerga a Coppa Italia como tábua de salvação para uma temporada de muitos percalços e, por isso, foi para o clássico com o melhor que tinham à disposição, com eventuais alterações no time titular habitual tendo sido feitas por opção técnica de Sérgio Conceição. A Inter de Simone Inzaghi, por outro lado, teve vários desfalques por lesão, a exemplo de Dumfries e Lautaro, e ainda rodou o elenco.

Com tais dificuldades, os nerazzurri jogaram com menos potência nas alas e no ataque, enquanto os rossoneri alternavam entre os esquemas 4-2-3-1 e 4-5-1 quando não estavam com a bola. Mesmo assim, a Beneamata controlava a posse e teve a primeira boa oportunidade do dérbi, quando Correa finalizou da entrada da área e parou na defesa do goleiro Maignan, aos 8 minutos. Aos 16, foi a vez de os mandantes atacarem: após insistência de Jiménez em recuperar a bola no lado direito, Hernandez teve a chance de arrematar, mas finalizou mal, para longe do gol.

A melhor chance do primeiro tempo foi da Inter, quando De Vrij apareceu sozinho na área, cabeceou e Abraham tirou a bola em cima da linha, aos 20. A resposta rossonera veio seis minutos depois, quando Rafael Leão cortou Darmian e chutou cruzado, mas parou numa ótima defesa de Martínez, com os pés.

Durante o primeiro tempo, o Milan contou com as carregadas de bola de Pulisic e Reijnders, que sempre distribuíam os passes para Rafael Leão. Já a Inter procurava mais o seu lado esquerdo, tentava uma inversão de posições entre Barella e Fratesi e buscava construir seus lances desde trás. Perto do intervalo, os nerazzurri chegaram com perigo, em cobrança de falta de Çalhanoglu, e em uma cabeçada de Fratesi defendida por Maignan, aos 41 e 45 minutos, respectivamente.

Em um piscar de olhos, logo no começo da segunda etapa, o placar estaria pintado de vermelho e preto no San Siro. Aos 47, após um passe fortuito do meia Fofana, a bola sobrou para Abraham, que dominou sem muita oposição de Bisseck, fez a parede e arrematou para o gol. A Inter, mesmo em desvantagem, não se acovardou e continuou ao ataque. Dois minutos após o tento, Barella fez excelente jogada pelo lado esquerdo e chutou firme, mas Maignan defendeu e jogou a bola para a lateral.

O Milan chegou a assustar com Reijnders, aos 62, mas foi a Inter que sorriu em seguida. Cinco minutos depois da ótima chance dos rossoneri, Correa protegeu bem a bola na lateral da área adversária e tocou para Çalhanoglu, que acertou um chutaço, sem chances para Maignan. A Beneamata procurou insistentemente a virada, em chances com Thuram e Zalewski, aos 78 e 79, mas ambos pararam novamente no arqueiro francês. Assim como Mkhitaryan, já aos 83. A última boa oportunidade foi do Diavolo, quando Rafael Leão dominou e bateu com curva, tirando tinta da trave de Martínez.

Orsolini e Dallinga comandaram a tranquila vitória do Bologna sobre o Empoli (Arquivo/Bologna FC)

Empoli 0-3 Bologna

No estádio Carlo Castellani, o Bologna não mediu esforços e construiu vitória tranquila sobre o Empoli, praticamente garantindo sua presença na finalíssima. Desde o primeiro minuto de jogo, os rossoblù mostraram sua superioridade. Dallinga, em um bom chute rasteiro, perdeu a primeira chance clara para os visitantes. Além disso, Orsolini tinha enorme facilidade para invadir a área e arriscar arremates.

O Bologna tem sido um time muito agradável de se ver jogar e com um bom padrão de jogo, diferentemente do Empoli, que se livrava da bola com muita facilidade e ficava no campo de defesa esperando pelos contra-ataques. Mais interessado em evitar o rebaixamento à Serie B, o 18º colocado da primeira divisão italiana foi a campo com uma equipe mista, deixando evidente que já estava satisfeito com a inédita classificação às semifinais da Coppa Italia.

Apesar disso, por volta dos 15 minutos, os azzurri conseguiram esfriar o Bologna ao encaixar a marcação e cresceram no jogo. Quando o Empoli era melhor, porém, os visitantes exploraram a fragilidade defensiva dos donos da casa e abriram o placar. Aos 23 minutos, em jogada tramada pelo lado esquerdo do ataque, Odgaard cruzou para a área e, de primeira, Orsolini fuzilou o goleiro Seghetti, inaugurando a contagem para os rossoblù.

Cinco minutos depois do primeiro gol, após um grande passe de Ndoye em profundidade, a bola sobrou para Dallinga, que dominou e, com um toque de pé direito, mandou para as redes. Placar ampliado, que evidenciava os motivos que levam o Empoli a ser o pior mandante do Campeonato Italiano. Com a vantagem, o Bologna diminuiu o ritmo, mas continuava a trabalhar bem a pelota e, pouco a pouco, colocava os toscanos na roda.

No início do segundo tempo, um erro capital custou caro para o Empoli. Em um contra-ataque mal definido por Sambia, foi a vez de os rossoblù saírem em velocidade. Ndoye recebeu ótimo passe na linha de fundo e cruzou na medida para Dallinga, que apenas empurrou a bola para o fundo do gol vazio, aos 51 minutos. Sob os olhares de Luciano Spalletti, técnico da seleção italiana, Orsolini tentou ampliar sua contagem – balançou as redes cinco vezes nos cinco últimos jogos –, mas Seghetti espalmou a finalização para o meio da área, aos 67.

De maneira geral, o Empoli de Roberto D’Aversa não conseguia arriscar e até parecia temer um resultado melhor, que pudesse lhe obrigar a disputar mais uma partida e a dividir as atenções com a Serie A. Do outro lado, o Bologna se sentia confortável no jogo, contando com sua efetividade. No final da partida, Ferguson recebeu um passe na lateral da área e finalizou com perigo, enquanto Cambiaghi quase fez o quarto gol, ao pedalar para cima da marcação azzurra e arrematar na trave. Ficou barato, mas os bolonheses estão muito perto da terceira decisão de Coppa Italia de sua história – a primeira desde 1974, há mais de 50 anos.