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·29 de septiembre de 2025

As câmeras foi ele que pediu, os holofotes foi nele que incidiram: Mou é mesmo especial

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Quando chegou ao Benfica, logo fez questão de antecipar a noção de que não era um nome consensual. Na Luz, pode não ser, mas em Stamford Bridge não há sequer forma de estar em segundo plano. Que o diga Enzo Maresca... Vamos a explicações (como se fosse preciso).

O Chelsea é campeão do Mundo! Conseguiu-o há um par de meses e o estádio até está bastante bem vestido para celebrar essa conquista. O exterior do estádio tem inúmeras alusões ao feito. No interior, talvez ainda não tenha havido tempo para tal, mas foi impossível não reparar - basta ouvir a quantidade de perguntas a Maresca e Mourinho sobre o tema - nas muitas fotos que o português teve na sala de imprensa improvisada. Habitualmente, é aquele um amplo espaço de confraternização de famílias e de elementos corporate, mas foi adaptado para acolher as conferências de imprensa que antecederam este jogo.


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Ora, nas paredes estão seis grandes quadros espalhados pela sala. Em cada um está o treinador que venceu cada um dos seis títulos nacionais pelos blues. A conta é fácil e nem precisa de ir à nossa base de dados conferir (se quiser, é por aqui), mas simplificamos: Ted Drake está num, depois há Ancelotti e Conte. Sobram três lugares... todos para José Mourinho. 2004/2005, logo depois 2005/2006 e, mais tarde, 2014/2015.

Enzo Maresca, numa conferência que teve um terço (!) da de José Mourinho - e podemos dizer que os jornalistas portugueses eram praticamente em número idêntico nas duas - tentou desvalorizar qualquer tipo de comparação com o português, foi elogioso para com Special One, embora tenha acabado por dizer que talvez já merecesse uma fotografia pela tal conquista do Mundial.

José Mourinho, ao fim da tarde, mostrou-se frio. «I'm not a blue anymore [já não sou mais azul]. Agora sou vermelho», disse à imprensa portuguesa, a primeira a perguntar. Mas chegaria ao calor logo depois, quando uma das várias caras que conheceu na plateia de jornalistas lhe perguntou, naquele típico sotaque britânico, se não sentia nada de especial por voltar. «Claro, sempre serei azul. Faço parte da história do Chelsea e o Chelsea faz parte da minha. Ajudei o Chelsea a ser um clube maior e eles ajudaram-me.»

Um treino sem pudores

Confessamos a nossa intriga: por que haveria José Mourinho de fazer todo o treino aberto na véspera de tão importante jogo? A curiosidade, essa tão singular característica do jornalista, invadia-nos durante a tarde e era pretexto para pergunta na conversa com o técnico [a ler aqui]. Só que, primeiro, um atento colega do Record alertou-nos que tal já tinha acontecido na visita do Fenerbahçe a Lisboa, antes do jogo da Liga dos Campeões; depois, o próprio Mourinho tratou de esclarecer antes de chegar a nossa vez de perguntar. Uma explicação típica de alguém que combina descomplexo com um apurado sentido de oportunidade.

«Gostaria de ter treinado no Seixal, mas não foi possível por questões de logística. Tinha duas opções: uma, o treino é aberto, vocês estão e não posso trabalhar taticamente; a segunda opção era só 15 minutos para vocês, mas abertos para as câmaras que estão aí, que fui que as coloquei há muitos anos. Significa que seria aberto na mesma. O treino de hoje é de ativação.»

Com Rui Costa e mais algumas dezenas de elementos corporate na bancada, a equipa do Benfica subiu ao relvado e exercitou por praticamente uma hora, já depois de Mourinho ter cumprimentado caras inglesas conhecidas da plateia e de ter dado um abraço sentido a uma experiente funcionária do clube (o nome escapou-nos, lamentavelmente).

Já se sabe que João Tralhão funciona como braço direito do técnico. Saltou à vista, porém, a proximidade com Ricardo Rocha, que transitou da equipa técnica de Bruno Lage e que teve vários períodos de conversa fechada com o treinador principal.

Pelo meio, uma intensa peladinha, de cerca de 20 minutos, com ritmo forte, campo reduzido e jokers com colete distinto - Aursnes e Ríos, depois Enzo - e poucos golos. No fim, remates de meia distância, onde se destacaram Ivanovic e Henrique Araújo.

Da equipa provável, poucas sensações sobraram: Dedic e Dahl nas laterais, António Silva e Tomás Araújo no centro (Otamendi do outro lado) enfrentaram um ataque mais ofensivo do que o que se prevê, com Sudakov, Pavlidis e Ivanovic do mesmo lado - o sérvio, descaído para a esquerda, não deve ser opção inicial.

Do ambiente da equipa, muito se sentiu: todos querem jogar e sentiu-se, de facto, o entrosamento de vários dos mais novos, com João Rego e João Veloso bastante ativos, para além de uma atmosfera saudável e de boa disposição, mesmo que no meio do constante turbilhão de jogos (e flutuações emocionais) que o Benfica tem passado nos últimos tempos.

Deixamos o convite para que o leitor assista ao compacto capturado pela lente do nosso videógrafo, Gonçalo Pinto.

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