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·29 de septiembre de 2025
Mourinho: «Empate? Não assinava já, vamos para jogar!»

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·29 de septiembre de 2025
Esta terça-feira, o Benfica volta ao ativo na Liga dos Campeões, depois da decepcionante derrota na 1ª jornada (2-3), visitando o Chelsea. José Mourinho, que regressa a uma casa que bem conhece, fez a antevisão da partida e abordou o regresso a Londres, as chances para este jogo e as diferenças para os clubes ingleses, entre outros temas.
Antevisão: «Os primeiros 20 minutos vão ser cruciais. Estou à espera de duas equipas a tentar ganhar. Não acredito que o Chelsea jogue para outra coisa. Jogam em casa, perderam o primeiro jogo e nós, por uma questão de cultura e identidade que quero dar, não haverá estádio ou adversário que nos faça pensar de outra maneira. Se temos de defender bem para ganhar? Obviamente. Do ponto de vista emocional, temos de ganhar o jogo. Perderam em Munique, num calendário mais acessível que o nosso. O nosso calendário é mais complicado. Os pontos que perdemos são pontos que se pensava que iriamos somar. Vamos ter de ir à caça de pontos. É mais difícil o Chelsea em Inglaterra, Real na Luz ou Newcastle em Inglaterra? Não consigo dizer. Temos de ir pelos pontos.»
Regresso a Londres: «Estar em casa...Estou. Já joguei aqui com o Tottenham, United e Inter. Durante 90 minutos nem eu pensei por um segundo onde estava e com quem estava a jogar. Como dizem ele, "i'm not a blue anymore". Sou vermelho e quero ganhar.»
Passos para ter dimensão europeia: «Não significa ganhar a competição no imediato, até porque acabou de começar. Estamos numa fase em que cada ponto é fundamental, num formato em que temos pouca experiência. Conhece-o porque joguei Liga Europa o ano passado. É um formato onde estás na classificação com muitas equipas que não defrontamos. Não tens como controlar essas equipas. Cada ponto é fundamental. Ninguém me levará a mal se disser que os pontos do Qarabag eram a base da qualificação. Estamos numa situação mais complicada, mas temos de ir sempre com a mentalidade de conseguir os pontos.»
Trabalho dos últimos dias: «O trabalho foi não trabalho, mas era o que os jogadores mais precisavam. Finalmente tiveram três dias entre jogos. Desde que cheguei foi sempre com dois dias entre jogos. Quando isso se começa a acumular, ficas com grandes dificuldades físicas. Com o Gil Vicente tínhamos alguns jogadores com luzes vermelha na análise e no data que temos. Tivemos três dias de não trabalho. O trabalho de organização tática para o jogo de amanhã é mais passivo do que ativo no campo. Hoje gostaria de ter treinado no Seixal, mas não foi possível por logística. Tinha duas opções: uma, vocês estão e não posso trabalhar taticamente; a segunda opção era vocês só viam 15 minutos, mas as outras câmaras estão aí, que fui que as coloquei aí há muitos anos. Significa que seria aberto na mesma. O treino de hoje é de ativação. Penso que os jogadores têm grande concentração em tudo o que analisámos e analisaremos. Se me perguntarem em qual trabalho acredito mais, é no de campo, mas acho que princípios de organização nós vamos ter. Quando os temos e os jogadores estão focados, temos boas possibilidades de discutir o jogo.»
Sensações de voltar a Stamford Bridge: «As sensações de chegar aqui não foram assim tão profundas, porque vivo mesmo aqui. Quando estou em Londres passo aqui todos os dias. Conheço-me bem. Muitas vezes joguei contra anteriores equipas. É um jogo estádio onde não sentirei antagonismo, penso eu. Não me faria mal, mas não penso sentir. Temos objetivos diferentes e consigo isolar.»
Malapata do Benfica em Stamford Bridge: «Não me parece que o Benfica tenha jogado aqui assim tantas vezes. Se estivéssemos a falar de 10 jogos...mas estamos a falar de quatro jogos. Não me agarro muito a esse tipo de coisas. As equipas portuguesas não têm grandes resultados contra as inglesas porque as inglesas são muito fortes. É o pragmatismo da questão. Têm uma intensidade maior, com mais tempo de jogo útil. Em Portugal há muita paragem, muita equipa que prefere que o adversário não jogue. O nível inglês é maior. Claro que acredito.»
Assinava já o empate: «Não assinava o 0-0. Ia para jogo. Se calhar ao minuto 88', assinava três vezes. Depende do jogo. O empate é ótimo se o adversário for muito melhor que nós e nos dominar, não nos deixar jogar. Se assim for, assino o empate com alegria. Quando é a pontos, qualquer ponto serve e neste formato ajuda a atingir os objetivos. Mas neste momento vamos jogar.»
Portugueses com maior dificuldade de chegarem longe na Europa: «Os formatos mudam. A primeira vez que joguei Champions, como assistente do senhor Robson, ainda era aquele formato onde a eliminação era o início, depois era a fase de grupos, depois as meias finais a uma mão no campo do melhor classificado. Depois tivemos tivemos outro formato e agora temos este. Quando fui campeão europeu a primeira vez, estávamos a falar do formato mais duradouro. Agora estamos num formato que estou a aprender a conhecê-lo. Há tanto tubarão a nível económico pela Europa, que cada vez mais se torna difícil para as equipas portuguesas. O Benfica é um Gigante, equiparo-o aos maiores clubes da Europa, muito maior do que clubes economicamente maiores. Uma coisa é a dimensão histórica e social, outra é a dimensão económica, mas podemos competir no jogo. Por isso disse que não assinava o empate, vamos tentar ganhar.»
Tanque de Lukebakio: «Ele vai jogar de início. Não sei quanto tempo. No outro dia 60 e tal minutos. Veremos amanhã, dependendo do jogo. A maneira como se vai adaptar a um ritmo e densidade diferente. Prefiro que comece do que jogar os 30 minutos finais.»
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O seu coração ainda é um pouco azul: «Claro, sempre serei azul. Faço parte da história do Chelsea e o Chelsea faz parte da minha. Ajudei o Chelsea a ser um clube maior e eles ajudaram-me. Quando disse que não era mais azul, espero que entendam. Estou a tentar desempenhar o meu papel. Quanto às minhas fotos nas paredes do Chelsea, não há muitos clubes que façam isso. Em muitos clubes há um medo do passado e uma transformação contínua. Parece que querem apagar as pessoas dos clubes. Isto mostra que o Chelsea é um grande clube.»
Boa altura para jogar contra o Chelsea: «O Chelsea é uma máquina vencedora. Nos últimos anos não teve assim tantos troféus. Ganhou antes de mim, ganhou comigo, continuou a ganhar e houve uma transformação, com menos troféus, mas ganhou a Champions. Eu sou o maior até alguém ganhar quatro. É um fait diver.»
Espera volta a treinar o Chelsea? «Nunca se sabe. Depois de 25 anos eu esperava voltar a Portugal apenas para a seleção nacional e não para o Benfica. Agora, aqui estou. Não tenho projetos de carreira. Não tento pensar no que poderá acontecer. O mais importante é onde estás. Onde quer que esteja vou dar o melhor. Recentemente saí, mas estou muito feliz no Benfica. É uma grande responsabilidade. É um clube gigante, a responsabilidade é gigante. Conhecem-me, sabem como sou. Até ao início do jogo, será o meu Chelsea, depois do início, será o meu Benfica.»
Foi assobiado das últimas vezes: «Quando isso aconteceu, um adepto do Chelsea insultou-me, reagi e as pessoas só viram a minha reação. O resultado era 1-1, o Chelsea marcou no último minuto e as pessoas viram-me a reagir a isso. O Chelsea portou-se bem comigo. Mas eu também me portei bem, porque o Chelsea queria despedir o treinador e eu disse para não o fazerem. É algo que acontece no jogo. Todos podem ter comportamentos menos bons. No final, nada aconteceu. nas ruas pedem-me fotos e atenção.»
Dias intensos desde a apresentação: «Como pessoa, nada muda. O facto de estar em Portugal, de estar agora perto de casa... Tenho dormido muitas vezes no Benfica Campus. Até lhe digo uma coisa que vai ser interessante para os portugueses: só tive uma sessão de treinos com o grupo completo. Nas outras, uns estavam a recuperar, uns não estavam por outra razão. Não tenho tido tempo... Só tenho tentado preparar os jogos, ajudar os jogadores. Amanhã vamos jogar, quarta-feira voltaremos para Lisboa, e vai ser a primeira vez que vou dizer 'vão para casa, até amanhã'. Aconteceu pela primeira vez quando fui para o Tottenham. É uma situação muito complicada. Há pouco tempo para pensar, nem penso em mim.»
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