
Central do Timão
·11 de octubre de 2025
Cartão corporativo: lacuna nos documentos entregues e depoimentos de dirigentes movimentam investigações

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·11 de octubre de 2025
As investigações sobre os supostos gastos indevidos nos cartões corporativos do Corinthians em gestões passadas tiveram novos desdobramentos, tanto internos quanto externos. O principal fato novo diz respeito à descoberta de que as faturas encaminhadas pelo clube à Comissões de Justiça do Conselho Deliberativo (CD) e ao Ministério Público de São Paulo (MP-SP) não englobam toda a gestão do ex-presidente Andrés Sanchez.
A informação foi divulgada inicialmente pela Gazeta Esportiva, que revelou que a lacuna faz referência aos sete primeiros meses do mandato de Andrés, entre janeiro e julho de 2018. O veículo apurou ainda que, à época, o clube só dispunha de um cartão American Express, sem direito de indicar dependentes. Apenas com a formalização do acordo com o Santander, em julho daquele ano, foi possível individualizar o controle dos gastos, inclusive para o presidente.
Foto: Reprodução/Corinthians
A notícia ainda dá conta de que o promotor responsável pelo caso no MP deverá aguardar a quebra de sigilo bancário para acessar as informações financeiras do Corinthians no período. No entanto, a Comissão de Justiça seguiu caminho diferente, solicitando formalmente ao departamento financeiro o envio das faturas do cartão American Express relativas ao período em aberto.
Em análise preliminar das faturas já entregues à comissão interna, o órgão encontrou cerca de R$ 190 mil em despesas consideradas suspeitas durante o mandato de Andrés Sanchez, sendo que muitos dos gastos listados — como despesas em hospitais, clínicas, lojas de móveis, eletrônicos, empresas de táxi aéreo e centros automotivos — não contam com comprovantes ou justificativas que indiquem vínculos diretos com demandas do clube.
Diante disso, a comissão convocou antigos diretores responsáveis pela fiscalização do uso dos cartões para prestar esclarecimentos, incluindo Matias Ávila (ex-diretor de finanças), Osmar Basílio e Guilherme Strenger, além de outros integrantes do Conselho Fiscal (CF) e do Conselho de Orientação (CORI). No entanto, até o momento, apenas o primeiro prestou esclarecimentos à Comissão de Justiça – os outros dois não compareceram, alegando outros compromissos, devendo ser ouvidos em outro momento.
Além destes nomes, a comissão também convocou dois novos personagens para prestar esclarecimentos sobre o caso. Um deles é Roberson de Medeiros, o “Dunga”, então vice do CORI, que chegou a assumir o órgão durante o mandato de Andrés, em razão do afastamento temporário de Strenger. O outro é Haroldo Dantas, atual presidente do CF e que à época substituiu Basílio, afastado devido a um projeto do clube em parceria com uma faculdade. Ambos deverão ser ouvidos na próxima segunda-feira, 13.
Andrés Sanchez, por sua vez, ainda não foi chamado. A expectativa é que ele seja o último a depor, após a Comissão de Justiça concluir a coleta dos demais depoimentos e ter toda a documentação em mãos para análise.
Confira a nota oficial do Corinthians sobre as faturas:
“O Sport Club Corinthians Paulista comunica que todos os documentos relativos aos ex-presidentes no período de 2018 a 2025 requisitados pelo Ministério Público foram entregues em agosto deste ano.
Sobre o questionamento da reportagem, o clube informa que tal cartão da presidência passou a existir a partir do segundo semestre de 2018.
O Corinthians reforça seu comprometimento na colaboração com as investigações do Ministério Público.”
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