Zerozero
·29 de septiembre de 2025
Champions é o fracasso de Jorge Jesus... A exceção foi o trajeto até Stamford Bridge

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·29 de septiembre de 2025
Quando se nomeiam os mais marcantes treinadores deste século em Portugal, seguramente há Jorge Jesus na equação. Uns mais acima, outros mais abaixo, mas raro será quem se recuse colocá-lo no top-10. A sua carreira tem tido grande brilhantismo nos últimos 15 anos, mas há um calcanhar de Aquiles...
Campeonatos em Portugal, Brasil, Arábia Saudita, muitas taças, uma Libertadores acima de tudo o resto. O palmarés tem sido apetrechado com regularidade e por pouco não teve a adição de duas Ligas Europa, que as finais pelo Benfica, com uma dose de dramatismo, foram perdidas para Chelsea e Sevilla. A carreira é, mesmo assim, invejável.
Há, no entanto, a Liga dos Campeões. Chamemos-lhe fracasso, espinha encravada ou qualquer outro tipo de conotação, que o sentido será sempre o mesmo: nesta competição, Jorge Jesus ficou aquém do esperado - o próprio o admitirá - e talvez por isso não se tenham aberto portas maiores nos big-5 (mera especulação).
Foram oito participações na prova milionária, seis pelo Benfica, duas pelo Sporting. Nessas oito, só duas vezes passou. 25 por cento, portanto. Porém, numa delas foi despedido (2021/22, por altura do Natal, sendo rendido por Nélson Veríssimo até fim da época). Contas feitas, só uma vez Jorge Jesus jogou a fase a eliminar da Liga dos Campeões. Época 2011/12.
O primeiro objetivo foi superado. O grupo tinha Manchester United como clube maior - finalista da edição anterior - mas seriam as águias a passar em primeiro lugar e, surpresa das surpresas, o Basel a acompanhá-las. Sir Alex Ferguson e os red devils, com quem o Benfica empatara 1-1 em Lisboa e 2-2 em Inglaterra, cairia para a Liga Europa.
Na altura líder em Portugal, Jorge Jesus viu-se em fevereiro com um acumulado de jogos exigentes, embora com um sorteio aceitável na Liga dos Campeões. Ao 3-2 sofrido em São Petersburgo, o Benfica respondeu com um 2-0 em casa - Maxi marcou nos dois jogos, Nélson Oliveira confirmou o apuramento numa Luz que não encheu, entretanto desiludida com o jogo frente ao FC Porto que valeu a ultrapassagem dos azuis e brancos na liderança.
Quando chegou o Chelsea, nos quartos de final, já o título nacional parecia distante. Jorge Jesus apostava todas as fichas na prova milionária, até porque o adversário, acabado de despedir Villas-Boas e escolhido Roberto Di Matteo para o cargo, vivia uma instabilidade que podia ser aproveitada.
Não foi, em parte, porque as águias ficaram limitadas em termos de opções. Na Luz, já sem o lesionado Garay, veria Luisão receber um amarelo que o tiraria do jogo de Londres e Jardel sair limitado. A derrota por 0-1, num jogo pragmático (ou cínico) dos ingleses e com queixas do Benfica à arbitragem por um potencial penalti de Terry, foi o menos. Para Stamford Bridge, nem Miguel Vítor havia, que se tinha lesionado contra o SC Braga.
Jorge Jesus remediou como pôde. Baixou Javi Garcia para central, juntou-lhe o criticado Emerson (defesa esquerdo que o técnico preferia a Capdevilla) e tentou a sua sorte. Mais limitador ainda foi, já depois do primeiro golo dos blues, a expulsão de Maxi Pereira, aos 40 minutos.
Mas, reduzidos a 10, perante um adversário que deu a passagem como consumada, o Benfica ainda arriscou o milagre. Nélson Oliveira, Yannick Djaló e Rodrigo entraram bem, agitaram o jogo e tiveram hipóteses. Javi Garcia empatou o jogo aos 85' e a eliminatória podia ter virado do avesso num lance de Oliveira aos 87'. Raúl Meireles, em contra-ataque, acabaria com as esperanças encarnadas nos descontos.
O Chelsea viria a ser campeão europeu. Jorge Jesus não voltaria à fase a eliminar da Liga dos Campeões. Ainda assim, encontrar-se-iam novamente passado um ano, na final de Amesterdão, marcada pelo golo de Ivanovic (1-2).