Gazeta Esportiva.com
·19 de noviembre de 2025
Diretor do Corinthians apresenta proposta de emenda ao Estatuto

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·19 de noviembre de 2025

O Conselho Deliberativo do Corinthians recebeu uma proposta de emenda ao anteprojeto de reforma do Estatuto Social do clube. A sugestão, enviada pela Diretoria de Expansão, Inovação e Novos Negócios, liderada por Herói Vicente, prevê a criação da categoria “Sócio-Investidor”, novos mecanismos para ampliar o colégio eleitoral já em 2026, além de novas regras de governança e conduta interna.
A principal novidade é o Sócio-Investidor, modalidade que visa transformar corinthianos de todo o Brasil e até do exterior em participantes diretos na eleição da diretoria. Esse associado teria direito de voto apenas para presidente e vice-presidente, sem acesso às dependências sociais do clube. Para votar, o torcedor precisaria contribuir por dois anos sem interrupções, em um modelo que, no entendimento do departamento, pode gerar receita sustentável e recorrente.
A proposta apresenta projeções financeiras ambiciosas. Um cenário hipotético de 400 mil Sócios-Investidores do Corinthians, cada um pagando cerca de R$ 2 mil ao ano, poderia gerar R$ 800 milhões em receita. O documento, ao qual a Gazeta Esportiva teve acesso, afirma que o potencial de engajamento da Fiel é “enorme e subaproveitado”, citando exemplos de gigantes europeus como o Bayern de Munique.
A diretoria também propôs um mecanismo excepcional e transitório para a eleição presidencial de 2026 do Corinthians. Pelo Artigo 21-B, qualquer associado com direito estatutário, incluindo o futuro Sócio-Investidor, poderá pagar uma “joia” equivalente a 24 mensalidades e, assim, garantir participação no pleito do ano que vem, independentemente do tempo de associação.
A cobrança, porém, só ocorrerá se houver mínimo de 75 mil adesões até 10 de janeiro de 2026. O valor seria pré-autorizado no cartão dos interessados e capturado apenas se o quórum for atingido. De acordo com o texto, toda a arrecadação será destinada ao “fortalecimento econômico” do clube.
Já os associados patrimoniais, que ainda não completaram os 24 meses mínimos previstos para votar, poderão adquirir uma joia proporcional, referente ao tempo faltante, também restrita à eleição de 2026.

(Foto: José Manoel Idalgo/Agência Corinthians)
O pacote inclui ainda uma série de normas voltadas à integridade das eleições do Corinthians. Entre elas:
A diretoria também recomendou modernizar o pleito com votação eletrônica e virtual, mediante reconhecimento facial. Além disso, a eleição para presidente passaria a ter segundo turno obrigatório, 30 dias após o primeiro escrutínio, salvo se houver apenas duas chapas inscritas.
Na justificativa da proposta, a diretoria cita modelos de clubes como São Paulo e Palmeiras, onde o valor de entrada para participar do quadro associativo é de R$ 50 mil a R$ 100 mil. A ideia é mostrar que o plano corinthiano seria mais acessível ao torcedor comum, sobretudo com a modalidade de Sócio-Investidor.
Paralelamente à reforma estatutária, o documento traz um anexo com a sugestão de criação do programa “Embaixador da Fiel”, ligado ao Fiel Torcedor e voltado a torcedores de fora da capital. A modalidade daria prioridade na compra de ingressos para jogos fora de casa e criaria cotas específicas para corinthianos que viajam a São Paulo.
Esse tópico, no entanto, não depende do estatuto e pode ser definida diretamente pela Diretoria Executiva.
O documento já foi recebido pelo Conselho Deliberativo e pela diretoria do Corinthians, presidida por Osmar Stabile. As sugestões, agora, devem ser votadas pelos conselheiros no próximo dia 24, assim como os demais tópicos incluídos no anteprojeto de reforma do estatuto, que foi apresentado em entrevista coletiva no dia 27 de outubro. As propostas ainda serão discutidas e podem sofrer alterações pontuais antes do encontro do dia 24.
Como publicou a Gazeta Esportiva no último dia 13 de novembro, a reforma do estatuto do Corinthians gerou um conflito interno no Parque São Jorge. O presidente do Conselho Deliberativo, Romeu Tuma Júnior, insiste que o CD vote o projeto até o fim deste mês, apesar da pressão de conselheiros.
No entanto, segundo apurou a reportagem, Paulo Pedro e outros membros do Cori (Conselho de Orientação) entendem que os conselheiros precisam de mais tempo para discutir o projeto e ameaçam judicializar a reforma caso não haja ampla discussão do texto.
Os conselheiros gostariam que houvesse mais reuniões, além do encontro marcado para o dia 24 de novembro, a fim de debater o projeto de forma mais detalhada. Tuma, por sua vez, não pretende ceder. Ele entende que os conselheiros podem se reunir extraoficialmente ao longo do mês para discutir o texto ou enviar propostas ao CD, como fez a diretoria de Herói Vicente, de modo que o dia 24 seja reservado apenas para a votação do novo estatuto.
Nesta quarta-feira, o Cori emitiu uma nota alegando “irregularidades” no processo e solicitando o cancelamento da votação. Romeu, posteriormente, rebateu a declaração. O presidente do Conselho já havia manifestado publicamente o desejo de concluir o processo antes do fim de 2025.









































