Divórcio entre torcida e time custa caro e São Paulo despenca em público e renda no Brasileirão | OneFootball

O São Paulo fez no sábado (25), contra o Bahia, o seu provável último jogo no Campeonato Brasileiro no Morumbi. O estádio, que estará à disposição de uma série de shows no mês de novembro, dará lugar à Vila Belmiro como palco dos jogos restantes como mandante do Tricolor na competição nacional. E o são-paulino verá algo inédito nos últimos anos: o clube fora do ‘pódio’ dos líderes de público e renda.

Em ano marcado pelo divórcio entre arquibancada e gramado após as frustrantes eliminações nas copas do Brasil e Libertadores, o São Paulo vê uma queda considerável de assistência e fechará 2025 com os piores índices desde a volta do público aos campos desde o fim da pandemia de Covid-19.

Antes líder ou segundo colocado nos três últimos anos, o São Paulo agora é só o quinto clube do Brasileirão que mais teve público pagante. E isso na média, com 35.293 torcedores por cada um dos 15 jogos até aqui, atrás de Flamengo, Corinthians, Cruzeiro e Bahia, respectivamente.

Se a base de comparação for pelo total de público pagante, os 494.108 são-paulinos presentes nos jogos fazem o clube cair uma posição no ranking e ser superado pelo rival Palmeiras (total de 503.185 presentes).

Na prática, o Tricolor viu a ocupação de seu estádio nos jogos do Brasileirão cair para pouco mais da metade. Em 2023 e 2024, por exemplo, esse índice beirou os 65%

A queda de público afetou diretamente a arrecadação. O São Paulo é hoje apenas o quinto no ranking, seja de média de renda líquida (R$ 1.107.196,18), seja no total de renda líquida (R$ 15.500.746,56) ou renda bruta (média de R$ 1.830.396,36). No total de renda bruta, de R$ 25.625.549,00, o Tricolor cai para a sexta colocação, sendo superado pelo Vasco.

Lembrando que pelo fato de jogar no acanhado estádio santista, a tendência é de uma queda ainda maior nos números.

RECORDES NEGATIVOS REGISTRADOS

Além das médias, a campanha 2025 do São Paulo apresentou a quebra de marcas negativas quando o assunto foi torcida nas arquibancadas.

As 15.221 pessoas que pagaram ingresso no duelo contra o Bahia representam o sétimo pior público do São Paulo no Morumbi desde que os torcedores voltaram a poder frequentar os estádios, após a pandemia de Covid-19.

Entretanto, quatro dos jogos com menos gente tiveram restrições de capacidade aplicadas, sendo a partida contra o Bahia a terceira com menos torcida do recorte, à frente apenas da derrota para o Ceará, há dois meses (12.342) e da vitória sobre o Coritiba, em outubro de 2022 (14.993).

Falando especificamente do jogo ante o Ceará, o primeiro após a eliminação para a LDU nas quartas da Libertadores, ficou marcada por mais do que o resultado em campo. O número interrompeu uma série de 82 jogos consecutivos com públicos acima de 20 mil. Foi também a menor presença tricolor em seu estádio desde outubro de 2021, quando 9.271 pessoas viram outro duelo contra o próprio Ceará. Naquela ocasião, porém, havia restrição sanitária: a pandemia de Covid-19 limitava a capacidade a 30% dos lugares.

Sem contar partidas com limitação de público, é preciso voltar quase seis anos para encontrar número tão baixo no Morumbi. Em 28 de novembro de 2019, somente 11.970 pagantes acompanharam a vitória por 1 a 0 sobre o Vasco. Isso significa que o jogo contra os cearenses teve o menor público dos últimos 135 compromissos do São Paulo em sua casa com capacidade plena.

Ainda assim, uma marca foi preservada: desde março de 2018, o clube levou pelo menos 10 mil pessoas ao Morumbi em cada um de seus últimos 180 jogos sem restrições.

A renda de R$ 480.951 reais representou a pior do Tricolor desde que o clube faturou R$ 473.115 na goleada por 5 a 1 sobre a Inter de Limeira, em fevereiro de 2023. Foi a primeira quantia abaixo de meio milhão de reais desde abril daquele mesmo ano, quando R$ 485.825 passaram pelas bilheterias.

O registro negativo também expôs um contraste dentro da gestão de Júlio Casares. Foi o menor público em jogos no Morumbi desde o início de seu mandato, mas não o menor em partidas do São Paulo como mandante no período. Longe de sua casa, houve números mais baixos: 11.948 contra o Bragantino na Vila Belmiro, em novembro de 2023, além de duas partidas em Brasília no começo deste ano, contra Inter de Limeira (10.060) e Velo Clube (9.803).

Apesar do número decepcionante, o São Paulo deverá registrar o quarto ano seguido recebendo mais de um milhão de torcedores no Morumbi, e o total deste ano deverá ser pelo menos o sétimo maior da história.