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·20 de agosto de 2025

Guia do Campeonato Italiano 2025-26

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Agosto está entrando em sua reta final e, com os últimos dias do mês, chega também o Campeonato Italiano. E isso significa que tem novo guia da Calciopédia na área. A Serie A 2025-26 terá início às 13h30 de sábado, 23, com as partidas entre Genoa e Lecce e Sassuolo e Napoli, e você não vai assistir os jogos da rodada inaugural da competição sem saber o que esperar de cada time, não é mesmo? Vem com a gente!

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Assim como na temporada passada, a Serie A 2025-26 deve ter uma briga direta entre Napoli e Inter pelo título. Em busca do bicampeonato consecutivo e de seu quinto scudetto, o time azzurro começa o ano aliviado por ter eliminado incertezas em seu plantel e amplamente reforçado em todos os setores – tendo em Kevin De Bruyne o grande símbolo de sua ambição. Em contraponto à equipe de Antonio Conte, os nerazzurri terão de lidar com a saída de Simone Inzaghi e a aposta no novato Cristian Chivu, ainda que o seu elenco siga forte, com poucas saídas relevantes e algumas boas adições.


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Como terceira força surge o Milan, que revolucionou o seu elenco e proporcionou até a chegada de Luka Modric para que Massimiliano Allegri coloque o time na briga por uma vaga na Champions League ou, quem sabe, pelo título. Assim como o Diavolo, a Roma inicia projeto novo com Gian Piero Gasperini e pode surpreender, visando a Liga dos Campeões – Bologna e Fiorentina, bem estruturados, também sonham alto. Por outro lado, Atalanta, Juventus e Lazio surgem como incógnitas.

Para 2025-26, alguns times que não figuram no rol dos maiores podem surpreender. Quem puxa a fila é o bilionário Como, que se reforçou muito e visa uma vaga na Liga Europa. O Torino também fez um mercado interessante e pode amenizar perdas de pilares do elenco numa luta por um lugar na parte superior da tabela. Dentre os caçulas, o Sassuolo é o que fez o melhor mercado e tem boas chances de permanecer na Serie A. Sem dúvidas, o Campeonato Italiano promete briga acirrada em todas as partes da tabela, como tem sido habitual nos últimos anos.

Em relação a brasileiros, tivemos inversão de uma tendência recente: a Serie A vinha passando por uma gradual diminuição do número de atletas verde e amarelos, mas agora foi registrado um pequeno aumento, de 20 para 21, considerando o fechamento dos guias da temporada anterior e da que se inicia como marcos temporais. Entre as novidades, temos inclusive algumas peças que deixaram a América do Sul diretamente pela Itália – Wesley, que passou do Flamengo à Roma; Giovane, ex-Corinthians, que reforçou o Verona; e Henrique Menke, joia do Internacional, novo goleiro do Como.

São sete os clubes que não contam com atletas do nosso país: Bologna, Cagliari, Cremonese, Lazio, Lecce, Milan e Torino. Dentre os 13 que têm brasileiros no elenco, a Juventus e o caçula Pisa dividem a liderança no quesito, com três para cada lado – Bremer, Douglas Luiz e Arthur Melo; Nicolas, Mateus Lusuardi e Emanuel Vignato, respectivamente. Na sequência, com dois, aparecem Como (Henrique Menke e Fellipe Jack), Inter (Carlos Augusto e Luis Henrique) e Napoli (Juan Jesus e David Neres).

E onde assistir ao Campeonato Italiano? No Brasil, a Serie A continua a ser exibida pelos canais ESPN e pelo Disney+, respectivamente na TV fechada e no streaming. Porém, temos novidades: o grupo norte-americano sublicenciou os direitos de transmissão para o recém-lançado XSports (TV aberta) e a Cazé TV (YouTube e Amazon Prime), que também passarão algumas partidas da competição.

Outra opção para assistir a jogos da Serie A são sites de casas de apostas, como Bet365, Betano e Betfair. Voltadas para maiores de 18 anos, as plataformas de jogos de azar exigem que o usuário mantenha uma conta ativa com saldo para acompanhar as partidas por vídeo. Por fim, os amantes do futebol da Bota poderão ver outras competições realizadas no país através da SportyNet, que adquiriu os direitos da Coppa Italia, da Supercopa Italiana e da Serie B.

A seguir, confira as análises do nosso guia, em ordem alfabética. Você também pode navegar pelo menu abaixo e acessar as projeções de cada equipe.

Análise clube a clube

Atalanta

Éderson, da Atalanta (Getty)

Cidade: Bérgamo (Lombardia) Estádio: Atleti Azzurri d’Italia (23.439 lugares) Fundação: 1907 Apelidos: Nerazzurri, Dea, Orobici Principais rivais: Brescia, Inter e Milan Participações na Serie A: 65 Títulos: nenhum (melhor desempenho: 3ª colocação) Na última temporada: 3ª posição Objetivo: vaga na Liga dos Campeões Brasileiros no elenco: Éderson Técnico: Ivan Juric (1ª temporada) Destaques: Charles De Ketelaere, Éderson e Marco Carnesecchi Fique de olho: Sergej Levak Principais chegadas: Nikola Krstovic (a, Lecce), Kamaldeen Sulemana (mat, Southampton) e Nicola Zalewski (m, Inter) Principais saídas: Mateo Retegui (a, Al-Qadsiah), Matteo Ruggeri (le, Atlético de Madrid) e Rafael Toloi (z, São Paulo) Time-base (3-4-2-1): Carnesecchi; Scalvini (Djimsiti), Hien, Kossounou (Kolasinac); Bellanova, De Roon (Pasalic), Éderson, Zappacosta (Zalewski); De Ketelaere, Sulemana (Samardzic); Scamacca (Krstovic).

Se, em anos anteriores, a Atalanta entrava na Serie A como forte concorrente a uma vaga na Champions League, em 2025-26 a equipe aparece como candidata que corre por fora, numa temporada que carrega consigo indícios de transição. Afinal, a Dea perdeu Gian Piero Gasperini, que foi seu técnico por nove anos, e o artilheiro Mateo Retegui – sem falar em Ademola Lookman, que rompeu com a agremiação, não está treinando com o elenco e dificilmente vestirá a camisa dos bergamascos novamente.

O cenário descrito acima já seria suficientemente nebuloso, mas a Atalanta ainda perdeu outras peças importantes, como Matteo Ruggeri e o capitão Rafael Toloi, e terá que entender até que ponto Gianluca Scamacca e Giorgio Scalvini poderão contribuir ao longo do ano, após tanto tempo parados por conta de sérias lesões. Além disso, a aposta no contestado Ivan Juric como substituto de Gasperini é arriscadíssima e pode custar caro para os nerazzurri. Embora o croata seja discípulo do seu antecessor, os trabalhos recentes – por Roma e Southampton – foram muito negativos e desaconselhariam sua contratação.

Sob pena de ser alvo de questionamentos ainda maiores da torcida, Juric precisará superar rapidamente as desconfianças, que só aumentaram numa pré-temporada recheada de resultados negativos – incluindo um clamoroso 4 a 0 aplicado pelo Köln, caçula da Bundesliga. É verdade que o futebol praticado em julho e agosto em campos europeus costuma ser pouco conclusivo, mas é inegável que alguns alertas soaram em Bérgamo. Quando for para valer, Charles De Ketelaere e Éderson, com mais responsabilidades dentro do elenco, devido ao cenário já citado, conseguirão liderar a equipe e dar uma forcinha ao novo comandante?

Bologna

Immobile, do Bologna (Arquivo/Bologna FC)

Cidade: Bolonha (Emília-Romanha) Estádio: Renato Dall’Ara (32.540 lugares) Fundação: 1909 Apelidos: Rossoblù, Felsinei, Petroniani, Veltri Principais rivais: Cesena e Fiorentina Participações na Serie A: 79 Títulos: 7 Na última temporada: 9ª posição Objetivo: vaga na Liga Europa Brasileiros no elenco: nenhum Técnico: Vincenzo Italiano (2ª temporada) Destaques: Riccardo Orsolini, Ciro Immobile e Santiago Castro Fique de olho: Jordi Jaku Principais chegadas:  Ciro Immobile (a, Besiktas), Federico Bernardeschi (mat, Toronto) e Martin Vitík (z, Sparta Praga) Principais saídas: Dan Ndoye (a, Nottingham Forest), Sam Beukema (z, Napoli) e Michel Aebischer (m, Pisa) Time-base (4-2-3-1): Skorupski; Holm (Zortea), Vitík, Lucumí, Miranda (Lykogiannis); Freuler, Ferguson (Pobega); Orsolini, Odgaard, Bernardeschi (Cambiaghi); Castro (Immobile).

A primeira temporada de Vincenzo Italiano no Bologna foi um sucesso e o fato de o time ter conquistado um título do mais alto escalão nacional após mais de cinco décadas foi o suficiente para reposicionar os rossoblù em termos de projeto, objetivos e respaldo. Tanto é que o clube foi buscar dois veteranos, campeões europeus pela Itália: aquisições como as de Federico Bernardeschi e Ciro Immobile não vinham fazendo parte dos planos do presidente Joey Saputo e do diretor esportivo Giovanni Sartori, mas mostram que os emilianos almejam ir o mais longe possível na Liga Europa e seguir brigando fortemente por vaga em competições continentais através dos torneios locais.

Assim como no último verão europeu, o Bologna negociou alguns pilares de seu elenco para manter o seu projeto sustentável, porém sem desfigurar o seu onze inicial. Na defesa, Martin Vitík, da seleção checa, tem boas credenciais para substituir Sam Beukema com tranquilidade, mas há mais incógnitas em relação ao posto deixado pelo suíço Dan Ndoye. Afinal, Federico Bernardeschi vem de um período na Major League Soccer, menos exigente do que a Serie A em diversos aspectos, e já se machucou na pré-temporada – ademais, Nicolò Cambiaghi, seu reserva, tem histórico de lesões.

Terá sido como forma de se prevenir dessa incerteza que Italiano vem apostando em acomodar um grande número de atacantes no elenco, ainda que o ponta Riccardo Orsolini viva o momento mais prolífico de sua carreira? Pois bem, o Bologna foi buscar Immobile, oitavo maior artilheiro da Serie A, e manteve Santiago Castro e Thijs Dallinga, sem falar que conta com outras peças que têm condições de atuar mais centralizadas no setor. A fartura de opções indica que o técnico pode apostar em variações de esquema durante as partidas e intensificar o poder de fogo dos felsinei na luta por seus objetivos.

Cagliari

Piccoli, do Cagliari (Arquivo/Cagliari Calcio)

Cidade: Cagliari (Sardenha) Estádio: Unipol Domus (16.416 lugares) Fundação: 1920 Apelidos: Rossoblù, Casteddu, Isolani Principais rivais: Torres Participações na Serie A: 45 Títulos: 1 Na última temporada: 15ª posição Objetivo: escapar do rebaixamento Brasileiros no elenco: nenhum Técnico: Fabio Pisacane (1ª temporada) Destaques: Roberto Piccoli, Yerry Mina e Sebastiano Luperto Fique de olho: Riyad Idrissi Principais chegadas: Michael Folorunsho (m, Fiorentina), Sebastiano Esposito (a, Inter) e Semih Kiliçsoy (a, Besiktas) Principais saídas: Nadir Zortea (ld, Bologna), Tommaso Augello (le, Palermo) e Razvan Marin (m, AEK Atenas) Time-base (3-5-2): Caprile; Pintus, Mina, Luperto; Zappa, Folorunsho, Prati (Mazzitelli), Adopo, Obert; Piccoli, Esposito (Kiliçsoy).

Surpreendeu o fato de que o Cagliari preferiu não prosseguir com o técnico Davide Nicola mesmo após se salvar do rebaixamento com alguma tranquilidade. A razão para a separação foi o desejo da diretoria de investir mais fortemente em jovens e, nesse sentido, os rossoblù apostaram alto: decidiram atribuir a tarefa a Fabio Pisacane, ex-defensor do clube, que comandou o time Primavera na campanha do título da Coppa Italia da categoria juvenil em 2024-25.

Apesar da ousadia muito bem intencionada, a escolha é uma incógnita, devido à inexperiência de Pisacane como treinador. Na equilibrada disputa pela permanência na elite, pode vulnerabilizar o Cagliari e, caso isso ocorra, resta saber se a diretoria vai bancar até o fim a aposta que fez. Por outro lado, é interessante ver um time que não tem costumado brigar por grandes objetivos na Serie A fugir do óbvio e do conservadorismo que, muitas vezes, trava a evolução da garotada no futebol italiano. Os sardos têm atuado habilmente no mercado e será intrigante vê-los jogar em 2025-26, lançando garotos formados em casa, como Riyad Idrissi e Nicola Pintus, ou lapidando aqueles observados em outros mercados, como Semih Kiliçsoy, da seleção turca. A verdade é que existem motivos para otimismo na capital da Sardenha.

Kiliçsoy, aliás, chega a um setor que o Cagliari começou a transformar na temporada passada, devido ao ótimo desempenho de Roberto Piccoli – que buscará sua afirmação neste campeonato. Em 2024-25, o grandalhão revelado pela Atalanta e já bastante rodado superou os 10 gols pela primeira vez na carreira e, por isso, foi contratado em definitivo pelos casteddu. O centroavante bergamasco será o líder de um departamento que foi reforçado por Sebastiano Esposito e pelo já citado turco, e que ainda conta com outras válidas opções, como o veloz Zito Luvumbo e o veterano e capitão Leonardo Pavoletti. Se o ataque e a defesa, comandada por Yerry Mina e Sebastiano Luperto, estão bem servidos, há duas lacunas a serem preenchidas: os isolani precisam repor a saída de Nadir Zortea e seria interessante sanar a falta de construtores mais qualificados num meio-campo físico, que será liderado pelo potente Michael Folorunsho.

Como

Paz, do Como (Getty)

Cidade: Como (Lombardia) Estádio: Giuseppe Sinigaglia (12.039 lugares) Fundação: 1907 Apelidos: Lariani, Azzurri, Biancoblù, Voltiani Principal rival: Lecco, Varese, Monza, Atalanta e Brescia Participações na Serie A: 15 Títulos: nenhum (melhor desempenho: 6ª colocação) Na última temporada: 10ª posição Objetivo: vaga na Liga Europa Brasileiros no elenco: Fellipe Jack e Henrique Menke Técnico: Cesc Fàbregas (2ª temporada) Destaques: Nico Paz, Álvaro Morata e Assane Diao Fique de olho: Henrique Menke Principais chegadas: Álvaro Morata (a, Galatasaray), Martin Baturina (mat, Dinamo Zagreb) e Nicolas Kühn (a, Celtic) Principais saídas: Gabriel Strefezza (mat, Olympiacos), Pepe Reina (g, encerrou carreira) e Alieu Fadera (a, Sassuolo) Time-base (4-2-3-1): Butez; Vojvoda, Van der Brempt (Kempf), Ramón, Álex Valle; Da Cunha (Caqueret), Perrone (Baturina); Diao, Paz, Rodríguez; Morata (Douvikas).

O bilionário Como não está de brincadeira. Nos últimos dois anos, nenhum clube italiano gastou mais do que os lariani, que são abastecidos pelas verbas da indústria do tabaco da Indonésia, e os investimentos para 2025-26 foram ainda mais consistentes do que os anteriores. A contratação de Álvaro Morata, capitão da seleção espanhola que faturou a Euro em 2024, dá a dimensão do quão ambicioso é o projeto dos lombardos. O atacante é a face reconhecível de uma gestão capaz de repelir, sem muitos esforços, o interesse alheio por jogadores como Assane Diao e Nico Paz, além do técnico Cesc Fàbregas, ao mesmo tempo em que busca joias como Martin Baturina e Jesús Rodríguez por cifras que poucos rivais locais podem gastar.

Há chances reais de os biancoblù brigarem por uma inédita vaga em competições europeias já na atual temporada. A confiança nessa possibilidade é tão grande que o Como já firmou uma parceria com a Udinese para utilizar o estádio Friuli nos torneios da Uefa em 2026-27, considerando que o Giuseppe Sinigaglia não obedece às normas da entidade. É com essa solidez e determinação que o time azzurro vai galgando degraus na pirâmide do futebol italiano: a agremiação foi comprada pelos irmãos Hartono na reta final da Serie D, em 2019, abocanhou um 10º lugar em seu primeiro ano de volta à elite e um novo salto parece somente uma questão de tempo.

Visando atingir os objetivos da gestão o quanto antes, Fàbregas seguirá utilizando o 4-2-3-1 que tanto chamou atenção em 2024-25 – especialmente de janeiro em diante. Será interessante ver como os versáteis Maxence Caqueret e Baturina serão aproveitados pelo treinador, considerando que Paz tem lugar cativo no time e Lucas Da Cunha vem crescendo, com direito a um posto de destaque na pré-temporada. Tasos Douvikas é outro que deve vender a preço alto a sua vaga como titular, ainda que ameaçado por um peso pesado como Morata. Deliciosos dilemas para o técnico espanhol, a bem da verdade. O desenrolar dessas situações será acompanhado fervorosamente pela torcida comasca, que tem vivido de maneira intensa um sonho que pode vir a se tornar realidade.

Cremonese

Baschirotto, da Cremonese (Arquivo/US Cremonese)

Cidade: Cremona (Lombardia) Estádio: Giovanni Zini (15.191 lugares) Fundação: 1903 Apelidos: Cremo, Grigiorossi, Tigri, Violini Principal rival: Piacenza Participações na Serie A: 9 Títulos: nenhum (melhor desempenho: 10ª colocação) Na última temporada: 4ª posição da Serie B; promovida após playoffs Objetivo: escapar do rebaixamento Brasileiros no elenco: nenhum Técnico: Davide Nicola (1ª temporada) Destaques: Jari Vandeputte, Franco Vázquez e Federico Baschirotto Fique de olho: Dachi Lordkipanidze Principais chegadas: Federico Baschirotto (z, Lecce), Emil Audero (g, Palermo) e Antonio Sanabria (a, Torino) Principais saídas: Andrea Fulignati (g, Empoli), Luca Ravanelli (z, Monza) e Valentin Antov (z, Monza) Time-base (3-5-2): Audero; Ceccherini (Folino), Baschirotto, Pezzella; Terracciano (Barbieri, Floriani Mussolini), Collocolo (Bondo), Grassi, Vandeputte, Zerbin; Vázquez, Sanabria (De Luca).

De saída do Cagliari, o milagreiro Davide Nicola aceitou um dos desafios mais duros de sua carreira: salvar a Cremonese do rebaixamento. A história mostra que a equipe grigiorossa é um clássico ioiô, que só no início dos anos 1990 conseguiu passar mais de uma temporada consecutiva na elite, quando enfileirou três participações sob as ordens de Luigi Simoni. E o elenco atual, que tem aspecto de montado para a Serie B, sugere a improbabilidade o feito de Gigi será igualado.

A Cremonese nem é um dos times com menor aporte financeiro da Serie A, visto que o presidente Giovanni Arvedi é um importante industrial do setor siderúrgico. Entretanto, o montante direcionado para contratações tem sido insuficiente e o plantel segue repleto de lacunas, principalmente no ataque: o camisa 9, Manuel De Luca, anotou apenas oito gols na temporada regular da última segundona. Antonio Sanabria, que chegou para ser titular, só passou do duplo dígito em tentos em duas ocasiões em sua trajetória. Outras opções, como Felix Afena-Gyan, David Okereke e Dennis Johnsen não deslancharam quando tiveram oportunidades na elite. O mesmo vale para Alessio Zerbin, que têm se afastado cada vez mais da baliza adversária conforme sua carreira progride – ao menos no sentido cronológico.

Assim, as principais esperanças de gols da equipe se concentram em meias ofensivos: o ítalo-argentino Franco Vázquez, que volta a jogar a Serie A depois de quase uma década circulando pela Espanha e pela segundona, e o belga Jari Vandeputte, que era bastante prolífico nos tempos de Catanzaro. Pouquíssimo. Quando se avalia a retaguarda lombarda, a situação também não é das mais confortáveis, apesar de alguns bons reforços que chegaram para a trupe de Nicola. Parece que nem mesmo os músculos do zagueirão Federico Baschirotto serão capazes de suportar os hercúleos esforços necessários para a salvação da Cremo.

Fiorentina

Kean, da Fiorentina (Arquivo/ACF Fiorentina)

Cidade: Florença (Toscana) Estádio: Artemio Franchi (43.325 lugares) Fundação: 1926 Apelidos: Viola, Gigliati Principais rivais: Juventus, Roma e Bologna Participações na Serie A: 89 Títulos: 2 Na última temporada: 6ª posição Objetivo: vaga na Liga Europa Brasileiros no elenco: Dodô Técnico: Stefano Pioli (1ª temporada) Destaques: Moise Kean, David De Gea e Rolando Mandragora Fique de olho: Eman Kospo Principais chegadas: Edin Dzeko (a, Fenerbahçe), Jacopo Fazzini (m, Empoli) e Simon Sohm (m, Parma) Principais saídas: Andrea Colpani (mat, Monza), Yacine Adli (m, Milan) e Danilo Cataldi (v, Lazio) Time-base (3-4-1-2): De Gea; Comuzzo, Pablo Marí, Ranieri (Viti); Dodô, Fagioli (Sohm), Mandragora, Gosens; Gudmundsson; Kean, Dzeko.

Com a volta de Stefano Pioli a Florença, a Fiorentina tem motivos para sonhar mais alto. Jogador da equipe de 1989 a 1995 e seu treinador entre 2017 e 2019, o comandante do Milan campeão italiano em 2022 pode oferecer à agremiação violeta tudo o que ela não teve nos últimos anos: estabilidade. Se tiver sucesso nesse particular, o técnico alçará os gigliati a mais uma boa campanha na Serie A, com chances concretas de brigar por uma vaga no G4, e por títulos nas copas. Quem sabe não vem em 2026 a tão sonhada taça da Conference League?

A troca de Raffaele Palladino por Pioli levou a uma grande revolução no meio-campo da Fiorentina e a agremiação não fez questão de manter jogadores que estavam emprestados e tiveram importância – Yacine Adli, Danilo Cataldi, Andrea Colpani e Michael Folorunsho. Jacopo Fazzini e Simon Sohm ocuparam essas vagas, mas devem ser opções a Nicolò Fagioli e Rolando Mandragora. Se o antecessor chegava a escalar até cinco meias em algumas partidas, o atual técnico deve optar por menos nomes, privilegiando o ataque.

Na frente, Albert Gudmundsson, que conviveu com problemas físicos na última temporada, deve fazer o papel de articulador entre o meio e os centroavantes – sim, Pioli pretende utilizar dois homens de área. Moise Kean, destaque de 2024-25, deve dividir responsabilidades com o veterano Edin Dzeko, que é quase um quarentão, mas vem mostrando preparo físico invejável para sua idade. Entretanto, como Lucas Beltrán ainda deve ser negociado, seria conveniente para a Fiorentina procurar um outro jogador para o setor. Afinal, ninguém é de ferro e trabalhar com uma boa dosagem de energias favoreceria a Viola na busca por seus objetivos.

Genoa

Malinovskyi, do Genoa (Arquivo/Genoa CFC)

Cidade: Gênova (Ligúria) Estádio: Luigi Ferraris (33.205 lugares) Fundação: 1893 Apelidos: Grifone, Grifo, Rossoblù, Vecchio Balordo Principal rival: Sampdoria Participações na Serie A: 58 Títulos: 9 Na última temporada: 13ª posição Objetivo: meio da tabela Brasileiros no elenco: Junior Messias Técnico: Patrick Vieira (2ª temporada) Destaques: Morten Frendrup, Aarón Martín e Ruslan Malinovskyi Fique de olho: Hugo Cuenca Principais chegadas: Valentín Carboni (mat, Inter), Leo Østigård (z, Hoffenheim) e Lorenzo Colombo (a, Empoli) Principais saídas: Andrea Pinamonti (a, Sassuolo), Koni De Winter (z, Milan) e Milan Badelj (v, sem clube) Time-base (4-2-3-1): Leali; Sabelli, Østigard, Vásquez, Martín; Masini (Thorsby), Frendrup; Carboni, Malinovskyi (Stanciu), Grønbaek; Colombo.

Lá vem mais um ano no meio da tabela para o Genoa, que habitualmente é um daqueles times cuja torcida começa a Serie A sabendo que terá um ano sem grandes emoções – para o bem e para o mal. Desde que tornou a ser um costumeiro participante do campeonato, em 2007, o Vecchio Balordo cumpriu esse papel, salvo quando treinado por Gian Piero Gasperini, na década de 2000, ou em campanhas em que cometeu deslizes inesperados. Em 2025-26, a trupe de Patrick Vieira não deve sonhar com um lugar na parte superior da tabela, mas também não flertará com o rebaixamento.

Na busca por um honroso 12º ou 13º lugar, o Genoa preferiu não investir um centavo nessa janela: apesar de ter recebido 52 milhões de euros em tratativas, só fez contratações, em definitivo ou por empréstimo, a custo zero. A estratégia estabelecida pela diretoria, encabeçada pelo romeno Dan Sucu, é o único motivo que explica a saída do artilheiro Andrea Pinamonti, que estava cedido pelo Sassuolo com uma cláusula de compra avaliada em 15 mi. A falta de ambição dos gestores fez com que o centroavante não ficasse e, para seu lugar, chegasse Lorenzo Colombo, que nunca passou da cota de sete gols por ano em suas seis temporadas como profissional. Seus reservas também não são goleadores.

Apesar da provável dificuldade em marcar gols com os seus atacantes, o Genoa tem gente com bom potencial de encontrar as redes mais atrás – e aí falamos de Ruslan Malinovskyi, Valentin Carboni, Nicolae Stanciu e, se as condições físicas permitirem, Junior Messias. Nos outros setores, vale destacar que os rossoblù perderam peças importantes: Koni De Winter e Mattia Bani, na defesa, e Milan Badelj e Fabio Miretti, no meio. A ver de que forma Vieira lidará com as suas ausências, ainda que, ratificamos, isso dificilmente terá a capacidade de mudar os rumos da campanha dos lígures na Serie A e impedir um desfecho tranquilo.

Inter

Lautaro e Thuram, da Inter (Arquivo/Inter)

Cidade: Milão (Lombardia) Estádio: Giuseppe Meazza (75.817 lugares) Fundação: 1908 Apelidos: Nerazzurri, Beneamata, Biscione, Bauscia Principais rivais: Juventus e Milan Participações na Serie A: 94 Títulos: 19 Na última temporada: vice-campeã Objetivo: título Brasileiros no elenco: Carlos Augusto e Luis Henrique Técnico: Cristian Chivu (1ª temporada) Destaques: Lautaro Martínez, Marcus Thuram e Nicolò Barella Fique de olho: Matteo Cocchi Principais chegadas: Petar Sucic (m, Dinamo Zagreb), Francesco Pio Esposito (a, Spezia) e Ange-Yoan Bonny (a, Parma) Principais saídas: Nicola Zalewski (m, Atalanta), Joaquín Correa (a, Botafogo) e Marko Arnautovic (a, Estrela Vermelha) Time-base (3-5-2): Sommer; Pavard, Acerbi (De Vrij), Bastoni; Dumfries, Barella, Çalhanoglu, Mkhitaryan (Sucic, Frattesi), Dimarco; Martínez, Thuram.

A Inter não perdeu nenhuma peça importante do elenco que brigou por todos os títulos na última temporada, acrescentou alguns reforços a ele e, por isso, seria um contrassenso não colocá-la como uma das postulantes ao scudetto. Entretanto, ao contrário do que ocorreu em 2024-25, a equipe nerazzurra não inicia a campanha como favorita e ainda tem que eliminar desconfianças para, de fato, competir pelo primeiro lugar nesta Serie A.

De cara, um fator preponderante é a inexperiência de Cristian Chivu como técnico: são apenas 17 jogos como treinador de times profissionais, já contando os quatro pela Beneamata na Copa do Mundo de Clubes. Embora tenha história como atleta da Inter, venha mostrando personalidade e seja respeitado pela torcida e pelos jogadores, o romeno não foi submetido a testes mais duros na profissão e terá que lidar, a partir de uma nova perspectiva, com as pressões com as quais conviveu quando ainda utilizava chuteiras e seu capacete protetor. Nas arquibancadas, o ambiente não será dos mais acolhedores, visto que muitos torcedores seguem nervosos pela derrocada da equipe no fim de 2024-25.

Outra questão é que peças do elenco que já eram consideradas envelhecidas terão um ano de vida a mais – e isso pode ter peso decisivo no centro da defesa, onde os veteranos Francesco Acerbi e Stefan De Vrij devem se alternar. Se o recém-chegado Petar Sucic e uma maior utilização de Davide Frattesi podem dar conta de eventuais oscilações e problemas físicos de Hakan Çalhanoglu e Henrikh Mkhitaryan, a zaga nerazzurra ainda parece descoberta. O ataque, alvo de críticas na última campanha, continuará liderado por Lautaro Martínez e Marcus Thuram, mas Francesco Pio Esposito e Ange-Yoan Bonny tendem a ser opções de banco mais interessantes do que as utilizadas na temporada anterior e jogarão mais continuamente, fazendo os titulares descansarem. Contudo, até que ponto a Beneamata irá competir? Essa questão ganhará bons argumentos de análise na reta final do mercado, momento em que a diretoria deve fazer investimentos pesados para aplacar a decepção da torcida por negociações malsucedidas e interesses frustrados neste verão.

Juventus

Bremer, da Juventus (Getty)

Cidade: Turim (Piemonte) Estádio: Allianz Stadium (41.507 lugares) Fundação: 1897 Apelidos: Bianconeri, Zebras e Velha Senhora Principais rivais: Inter, Torino e Milan Participações na Serie A: 93 Títulos: 36 Na última temporada: 4ª posição Objetivo: vaga na Liga dos Campeões Brasileiros no elenco: Bremer, Douglas Luiz e Arthur Melo Técnico: Igor Tudor (2ª temporada) Destaques: Kenan Yildiz, Khéphren Thuram e Bremer Fique de olho: Gabriele Finocchiaro Principais chegadas: Jonathan David (a, Lille), João Mário (ld, Porto) e Daniele Rugani (z, Ajax) Principais saídas: Randal Kolo Muani (a, Paris Saint-Germain), Timothy Weah (mat, Marseille) e Renato Veiga (z, Chelsea) Time-base (3-4-2-1): Di Gregorio; Kalulu, Bremer, Gatti; João Mário, Locatelli, Thuram, Cambiaso; Koopmeiners (Conceição), Yildiz; David.

As promessas de renovação da equipe, na temporada passada, animaram a torcida da Juventus, só que o projeto tomou rumos nebulosos depois da demissão de Thiago Motta e da chegada de Igor Tudor, que balançou no cargo, mas acabou permanecendo – mais pela falta de opções que convencessem a diretoria do que por méritos próprios. A Velha Senhora continua a ter um bom elenco, porém vê seu horizonte limitado pela má fase de peças importantes, como Teun Koopmeiners, pelas indefinições no ataque e pelo fato de o croata não ser um técnico de ponta. O treinador não mostrou, até hoje, que reúne capacidades para ultrapassar a barreira de briga por vaga em competições europeias e, esquentado, também não é um grande gestor de grupo.

O elenco da Juventus é muito parecido com o de 2024-25 e isso se deve, principalmente, à indefinição pelo futuro de Dusan Vlahovic, que não vem jogando bem e está no último ano de seu contrato. A situação do atacante, que foi convidado a deixar Turim, trava o mercado bianconero e atrasa o retorno de Randal Kolo Muani – que, de qualquer modo, terá a concorrência de Jonathan David, único reforço de peso da gigante até o momento. Afinal, assegurar a permanência definitiva de Francisco Conceição estava nos planos e a troca de Alberto Costa por João Mário não tem capacidade de alterar substancialmente o nível no setor.

Assim como ocorre com a Inter, os últimos dias da janela de transferências oferecerão à Juventus um panorama mais claro em relação à temporada – em suma, se a briga por vaga na Champions League tende a ser facilitada ou não por eventuais incrementos no plantel. Com ou sem grandes novidades, porém, os bianconeri se apegarão à solidez de Michele Di Gregorio e Khéphren Thuram, à bem-vinda volta à ação do colosso Bremer e à contínua evolução do talentoso Kenan Yildiz, que deve ver seu protagonismo aumentar em 2025-26. Esse conjunto de forças deve ser suficiente para que a Vecchia Signora atinja o seu objetivo mínimo na Serie A.

Lazio

Zaccagni, da Lazio (Getty)

Cidade: Roma (Lácio) Estádio: Olímpico (70.634 lugares) Fundação: 1900 Apelidos: Capitolinos, Biancocelesti, Biancazzurri, Aquile, Aquilotti Principal rival: Roma Participações na Serie A: 83 Títulos: 2 Na última temporada: 7ª posição Objetivo: vaga na Liga Europa Brasileiros no elenco: nenhum Técnico: Maurizio Sarri (1ª temporada) Destaques: Mattia Zaccagni, Mattéo Guendouzi e Valentín Castellanos Fique de olho: Flavio Sulejmani Principais chegadas: Danilo Cataldi (v, Fiorentina) e Matteo Cancellieri (a, Parma) Principais saídas: Loum Tchaouna (a, Burnley) e Arijon Ibrahimovic (mat, Heidenheim) Time-base (4-3-3): Provedel; Marusic (Lazzari), Gila, Romagnoli, Nuno Tavares; Guendouzi, Rovella (Vecino), Dele-Bashiru; Isaksen, Castellanos (Dia), Zaccagni.

O presidente Claudio Lotito meteu os pés pelas mãos ao programar vencimentos de débitos para uma mesma época, estourou o índice de liquidez da Lazio e a falta de documentos que garantissem a sanidade financeira do clube fez com que os biancocelestes não pudessem contratar nenhum jogador nesta janela de mercado – assim, os únicos reforços foram atletas que retornaram de empréstimo e provavelmente nem seriam aproveitados. Maurizio Sarri voltou à Cidade Eterna empolgado para trabalhar, mas terminou com um pepino nas mãos.

A crítica torcida da Lazio se empolgou com o retorno de Sarri, que levaria a equipe a almejar fortemente uma vaga em competições europeias após o desfecho da última Serie A, negativo para os capitolinos – os celestes perderem um lugar ao sol graças a uma derrota na rodada final. Porém, os ultras voltaram à carga contra Lotito depois do embargo no mercado e é provável que tenhamos ambiente hostil nos jogos no Olímpico, apesar da promessa de apoio ao time. A desconfiança certamente refletirá em impaciência caso bons resultados não sejam obtidos.

Sem reforços e sem vendas, com a exceção de Loum Tchaouna, a Lazio ainda tem um elenco capacitado e se imagina que pratique um bom futebol com Sarri. Porém, ficou parada no tempo e viu os rivais se ajustarem, saindo na frente na briga pela Europa. Até janeiro, quando poderão contratar de novo, os aquilotti tentarão se virar para não perderem terreno na luta por um objetivo que ajudará a colocar as finanças da agremiação em dia. Neste momento, correm por fora.

Lecce

Camarda, do Lecce (Arquivo/US Lecce)

Cidade: Lecce (Apúlia) Estádio: Via del Mare – Ettore Giardiniero (31.461 lugares) Fundação: 1908 Apelidos: Giallorossi, Salentini, Lupi Principal rival: Bari Participações na Serie A: 20 Títulos: nenhum (melhor desempenho: 9ª colocação) Na última temporada: 17ª posição Objetivo: escapar do rebaixamento Brasileiros no elenco: nenhum Técnico: Eusebio Di Francesco (1ª temporada) Destaques: Wladimiro Falcone, Francesco Camarda e Kialonda Gaspar Fique de olho: Matías Pérez Principais chegadas: Francesco Camarda (a, Milan), Riccardo Sottil (a, Milan) e Christ-Owen Kouassi (ld, Laval) Principais saídas: Nikola Krstovic (a, Atalanta), Federico Baschirotto (z, Cremonese) e Ante Rebic (a, Hajduk Split) Time-base (4-3-3): Falcone; Danilo Veiga, Tiago Gabriel, Gaspar, Gallo; Coulibaly, Pierret (Ramadani), Berisha (Helgason); Pierotti (Morente), Camarda, Sottil.

O Lecce pode acabar vivendo uma temporada mais complicada do que o que se esperava, devido à venda do capitão Federico Baschirotto e de Nikola Krstovic – o montenegrino participou diretamente de 59,2% dos gols do time em 2024-25. Ou seja, mais um rabo de foguete para o técnico Eusebio Di Francesco, que vem de dois rebaixamentos seguidos na última rodada da Serie A, por Frosinone e Venezia.

Nesses dois trabalhos, DiFra conseguiu fazer seus times mostrarem bom futebol em algumas ocasiões e foi capaz de extrair deles um rendimento acima do que se imaginava. Em sua segunda passagem pelo Lecce, clube em que estreou como técnico na elite, em 2011, terá dificuldades similares às que encontrou nos dois anos interiores, o que significa que já está calejado. Ao mesmo tempo, parte de uma posição um pouco melhor, visto que há elencos mais carentes do que o dos giallorossi na competição.

Com os milhões que receberá por Krstovic, o Lecce deve ir ao mercado em busca de um novo atacante, muito embora provavelmente ele não venha a ser um figurão – contratações desse naipe não costumam fazer parte do repertório do diretor esportivo Pantaleo Corvino. O que significa que o talento Francesco Camarda terá muitas chances para desenvolver o seu futebol na Apúlia e mostrar o que dele se espera. Na defesa, Kialonda Gaspar emerge como novo líder à frente do novo capitão Wladimiro Falcone, enquanto o jovem Tiago Gabriel terá que suar muito para fazer a torcida não sentir falta do musculoso Baschirotto. É provável que os salentinos também se reforcem com um zagueiro.

Milan

Modric, do Milan (Getty)

Cidade: Milão (Lombardia) Estádio: Giuseppe Meazza (75.817 lugares) Fundação: 1899 Apelidos: Rossoneri, Diavolo, Casciavìt Principais rivais: Inter e Juventus Participações na Serie A: 92 Títulos: 19 Na última temporada: 8ª posição Objetivo: vaga na Liga dos Campeões Brasileiros no elenco: nenhum Técnico: Massimiliano Allegri (1ª temporada) Destaques: Rafael Leão, Christian Pulisic e Luka Modric Fique de olho: Lorenzo Torriani Principais chegadas: Luka Modric (m, Real Madrid), Samuele Ricci (m, Torino) e Pervis Estupiñán (le, Brighton) Principais saídas: Tijjani Reijnders (m, Manchester City), Théo Hernandez (le, Al-Hilal) e Kyle Walker (ld, Burnley) Time-base (4-3-3): Maignan; Jiménez (Saelemaekers), Tomori (De Winter), Pavlovic, Estupiñán; Modric, Ricci, Jashari; Pulisic, Giménez, Rafael Leão.

Nenhum clube contrata Massimiliano Allegri para fazer número na Serie A – muito menos em conjunto com Luka Modric. Depois de um longo período de justíssimas críticas da torcida, a diretoria do Milan passou a mostrar alguma ambição e foi atrás de dois grandes vencedores para guiarem um projeto de reestruturação bastante consistente no lado rossonero da capital da Lombardia. Ficar fora de competições europeias em 2025-26 pesou e os gestores decidiram correr atrás do prejuízo.

No papel, o Milan tem um time forte o suficiente para brigar por vaga na Champions League e a ausência de compromissos em torneios continentais pode lhe permitir sonhar com algo além, como ocorreu com o Napoli na última temporada. Se o atual campeão italiano e a Inter bobearem, os rossoneri estarão à espreita para se inserirem na luta pelo scudetto – que representaria, para o Diavolo, alcançar a segunda estrela.

A revolução em Milanello pode jogar contra o time rossonero no início, visto que o elenco foi muito alterado por Igli Tare, novo diretor esportivo, e as novas peças precisarão de entrosamento. Foram 15 saídas, considerando apenas jogadores que atuaram em 2024-25, e apenas oito foram adquiridos para seus lugares – atendendendo a um desejo de Allegri, que não queria um elenco muito extenso. Se Mike Maignan, Christian Pulisic e Rafael Leão são os remanescentes de maior destaque, Modric, Samuele Ricci e Ardon Jashari reconstituem um meio-campo que perdeu o bastião Tijjani Reijnders, ao passo que Pervis Estupiñán chega para tomar o lugar do desestimulado Théo Hernandez no flanco esquerdo da defesa. São reposições interessantes para um plantel que já era bom, mas não tinha gestão adequada sob os pontos de vista técnico e psicológico. Entrando nos trilhos, o Diavolo pode assustar os rivais.

Napoli

De Bruyne e Lukaku, do Napoli (LaPresse)

Cidade: Nápoles (Campânia) Estádio: Diego Armando Maradona (54.726 lugares) Fundação: 1926 Apelidos: Azzurri, Partenopei Principais rivais: Verona, Juventus, Inter e Milan Participações na Serie A: 80 Títulos: 3 Na última temporada: campeão Objetivo: título Brasileiros no elenco: Juan Jesus e David Neres Técnico: Antonio Conte (2ª temporada) Destaques: Romelu Lukaku, Kevin De Bruyne e Scott McTominay Fique de olho: Antonio Vergara Principais chegadas: Kevin De Bruyne (m, Manchester City), Noa Lang (a, PSV Eindhoven) e Sam Beukema (z, Bologna) Principais saídas: Giacomo Raspadori (a, Atlético de Madrid), Giovanni Simeone (a, Torino) e Cyril Ngonge (a, Torino) Time-base (4-3-3): Meret (Milinkovic-Savic); Di Lorenzo, Rrahmani (Beukema), Buongiorno, Olivera; De Bruyne (Anguissa), Lobotka, McTominay; Politano (David Neres), Lukaku (Lucca), Lang.

Se começou a última temporada como outsider na Serie A, dessa vez o Napoli parece partir na frente dos adversários na briga pelo título – que, para os azzurri, representaria o quinto scudetto e um inédito bicampeonato consecutivo. O curto elenco de 2024-25 tinha lacunas visíveis, que foram quase totalmente sanadas através de uma boa atuação no mercado deste verão europeu, financiado principalmente pelo prêmio da conquista do ano passado e pelas polpudas vendas de Khvicha Kvaratskhelia e Victor Osimhen, heróis de 2023.

Antes tida como improvável, a contratação de Kevin De Bruyne foi a amostra dada pelo presidente Aurelio De Laurentiis de que o Napoli continuaria lutando por grandes objetivos – e, a rigor, foi a aquisição do belga que fez um hesitante Antonio Conte seguir na Campânia, declinando o interesse de sua amada Juventus. O craque irá compor o meio-campo com Scott McTominay e Stanislav Lobotka, tendo André-Frank Zambo Anguissa como sombra, e foi a cereja no bolo de um mercado centrado e potente. A atuação dos partenopei teve como resultado a ampliação da profundidade do elenco devido às chegadas de Vanja Milinkovic-Savic, Sam Beukema, Luca Marianucci e Miguel Gutiérrez para a retaguarda e as de Noa Lang e Lorenzo Lucca para a linha de ataque. Contudo, se já havia a impressão de que ainda faltava um nome para a ponta, a lesão que vai tirar Romelu Lukaku de campo por mais de três meses fará os azzurri buscarem mais uma peça ofensiva.

Conhecendo Conte, chama atenção o fato de ele seguir apostando no 4-3-3 como base para o seu time. Na última temporada, o técnico não se guiou por seu esquema favorito, o 3-5-2, pela ausência de peças adequadas para isso e se moldou ao elenco. Dessa vez, por conta da forte atuação da diretoria no mercado, poderia ter feito exigências para alterar o plantel a seu bel-prazer. Não o fez, o que indica confiança no trabalho realizado e, quem sabe, que está ficando mais maleável com a idade. Melhor para o Napoli.

Parma

Valeri e Pellegrino, do Parma (Arquivo/Parma Calcio)

Cidade: Parma (Emília-Romanha) Estádio: Ennio Tardini (22.352 lugares) Fundação: 1913 Apelidos: Gialloblù, Crociati e Ducali Principais rivais: Bologna e Reggiana Participações na Serie A: 29 Títulos da Serie A: nenhum (melhor desempenho: 2ª colocação) Na última temporada: 16ª posição Objetivo: escapar do rebaixamento Brasileiros no elenco: Hernani Técnico: Carlos Cuesta (1ª temporada) Destaques: Zion Suzuki, Mateo Pellegrino e Emanuele Valeri Fique de olho: Daniel Mikolajewski Principais chegadas: Christian Ordóñez (m, Vélez Sarsfield), Abdoulaye Ndiaye (z, Brest) e Oliver Sørensen (m, Midtjylland) Principais saídas: Ange-Yoan Bonny (a, Inter), Giovanni Leoni (z, Liverpool) e Dennis Man (mat, PSV Eindhoven) Time-base (3-4-3): Suzuki; Circati, Balogh, Ndiaye; Delprato, Keita (Sørensen), Bernabé (Ordóñez), Valeri; Almqvist, Pellegrino, Benedyczak (Ondrejka).

A temporada se prenuncia bastante complicada para o Parma, que perdeu seu principal talento (Giovanni Leoni), três peças que formavam a espinha dorsal do time (Simon Sohm, Dennis Man e Ange-Yoan Bonny), decidiu apostar num novato (o técnico Carlos Cuesta) e já vem tendo azar antes mesmo de o campeonato começar – Jacob Ondrejka lesionou seriamente o joelho e Matija Frigan, contratado em seguida, rompeu ligamentos da mesma articulação quatro dias após chegar para dar uma nova opção à equipe no ataque. É bom tomar um banho de sal grosso?

Segundo mais novo técnico da história da Serie A, com 30 anos, o espanhol Cuesta era assistente de Mikel Arteta no Arsenal, mas tem passagem prévia pela Itália – entre 2018 e 2020, foi vice-treinador do time sub-17 da Juventus. Entretanto, mesmo que ainda tenha algum conhecimento do país, do idioma e da cultura locais, é uma das apostas mais ousadas que o Parma já fez em sua existência. Na década de 1980, antes mesmo de o ibérico vir ao mundo, Arrigo Sacchi foi uma jogada que deu certo para os crociati e, mais tarde, virou lenda no Milan. Claro, o sarrafo é alto, porém não deixa de ser uma inspiração.

Assim como foi na última temporada, quando obteve a permanência na derradeira rodada da Serie A, o Parma deve brigar para não cair. Para ter sucesso em sua dura missão em sua primeira experiência como técnico de um time profissional, tal qual Cristian Chivu, seu antecessor, Cuesta confiará as chaves de sua retaguarda ao goleiro Zion Suzuki, que apareceu como um dos pilares dos ducali, e ao versátil capitão Enrico Delprato. O espanhol deve manter na equipe Emanuele Valeri, que surpreendeu como um dos principais alas pela esquerda de 2024-25, e, no lado oposto, dar mais oportunidades ao sueco Pontus Almqvist – muito tímido no campeonato passado. Olho no centroavante Mateo Pellegrino, que mostrou personalidade em seus meses iniciais na Emília-Romanha: seus gols serão fundamentais para o destino dos gialloblù.

Pisa

Cuadrado, do Pisa (IPA/Getty)

Cidade: Pisa (Toscana) Estádio: Arena Garibaldi-Romeo Anconetani – Cetilar Arena (11.293 lugares) Fundação: 1909 Apelidos: Nerazzurri Principais rivais: Livorno, Fiorentina e Lucchese Participações na Serie A: 8 Títulos: nenhum (melhor desempenho: 11ª colocação) Na última temporada: vice-campeão da Serie B; promovido Objetivo: escapar do rebaixamento Brasileiros no elenco: Nicolas, Mateus Lusuardi e Emanuel Vignato Técnico: Alberto Gilardino (1ª temporada) Destaques: Juan Cuadrado, M’Bala Nzola e Mattéo Tramoni Fique de olho: Louis Buffon Principais chegadas: Juan Cuadrado (m, Atalanta), M’Bala Nzola (a, Lens) e Michel Aebischer (m, Bologna) Principais saídas: Giovanni Bonfanti (z, Atalanta), Oliver Abildgaard (m, Sampdoria) e Leonardo Sernicola (le, Cremonese) Time-base (3-4-2-1): Semper (Scuffet); Canestrelli, Caracciolo, Mateus Lusuardi; Touré, Aebischer (Piccinini), Marin (Akinsanmiro), Angori; Cuadrado (Moreo), Tramoni; Nzola (Lind).

Muitos de vocês que nos leem não eram sequer nascidos quando o Pisa jogou a Serie A pela última vez, em 1990-91 – com Diego Simeone em início de carreira como atleta e Mircea Lucescu no comando. Pois bem, 34 anos depois, os toscanos disputarão o campeonato com apenas um objetivo na cabeça: a permanência na elite. Será difícil.

O Pisa terá o comando do bom técnico Alberto Gilardino, que teve um trabalho exitoso no Genoa, e contará com alguns nomes rodados, como os goleiros Adrian Semper, Simone Scuffet e Nicolas, o volante Michel Aebischer, o versátil Juan Cuadrado e o atacante M’Bala Nzola. Também poderá se valer de jovens talentos, a exemplo de Mateus Lusuardi e Ebenezer Akinsanmiro. Mas, convenhamos, ainda é muito pouco para competir com força pela permanência. A bem da verdade, na ponta do lápis, o elenco nerazzurro não seria sequer considerado como franco favorito ao acesso se estivesse na Serie B – brigaria pela promoção com outros times.

O estádio Romeo Anconetani – ou Arena Garibaldi, se preferir – será uma atração à parte na Serie A, visto que fica a poucos metros da famosa Torre de Pisa, que pode ser vista de suas arquibancadas. Principalmente nos jogos em casa, a apaixonada torcida nerazzurra, saudosa pelo futebol de elite, certamente empurrará o time contra os adversários e tentará ser o 12º jogador dos toscanos, compensando lacunas técnicas do elenco. A equipe precisará mesmo de um elemento que possa reduzir o abismo para as demais concorrentes na competição.

Roma

Soulé, da Roma (Getty)

Cidade: Roma (Lácio) Estádio: Olímpico (70.634 lugares) Fundação: 1927 Apelidos: Capitolinos, Giallorossi, Lupi, A Maggica Principais rivais: Lazio e Juventus Participações na Serie A: 93 Títulos: 3 Na última temporada: 5ª posição Objetivo: vaga na Liga dos Campeões Brasileiros no elenco: Wesley Técnico: Gian Piero Gasperini (1ª temporada) Destaques: Paulo Dybala, Mile Svilar e Matías Soulé Fique de olho: Buba Sangaré Principais chegadas: Wesley (ld, Flamengo), Evan Ferguson (a, West Ham) e Leon Bailey (mat, Aston Villa) Principais saídas: Leandro Paredes (m, Boca Juniors), Alexis Saelemaekers (mat, Milan) e Mats Hummels (z, encerrou carreira) Time-base (3-4-2-1): Svilar; Ghilardi, Mancini, Ndicka; Wesley, Koné, Cristante (El Aynaoui), Angeliño; Dybala (Bailey), Soulé; Dovbyk (Ferguson).

Depois de nove anos na Atalanta, nos quais alçou a Dea de patamar, Gian Piero Gasperini aceitou um novo desafio e aportou na Roma com o objetivo de levar a equipe capitolina para a Champions League, competição de que não participam desde 2018-19. Inicialmente, contudo, o treinador não parece muito satisfeito e, em diversos momentos da pré-temporada, reclamou de atrasos na prospecção de reforços.

Agradar o caprichoso treinador não costuma ser fácil, mas ele tem motivos para reclamar dos atrasos, considerando o seu histórico: habitualmente, suas equipes rendem mais no segundo turno e cada dia que se passa sem que o elenco esteja a seu gosto resulta em mais tempo gasto para tentar transmitir sua filosofia de futebol aos novatos e encontrar o entrosamento ideal. Apesar disso, Gasperini já tem um bom grupo em mãos, com o qual já poderia competir fortemente pelo objetivo traçado pela gestão da família Friedkin, dona do clube.

Com a afirmação de Matías Soulé e a chegada de Leon Bailey (quem sabe, também a de Jadon Sancho), teremos uma Roma menos dependente do talento de Paulo Dybala – e mais preparada para as suas ausências por questões físicas, que, mais cedo ou mais tarde, serão registradas. Ainda no ataque, Evan Ferguson surge como sombra imponente a Artem Dovbyk, enquanto Wesley promete sanar os problemas da lateral direita romanista, tão maltratada por Zeki Çelik. Já a defesa da Loba foi reforçada pelo talentoso Daniele Ghilardi e tem Mile Svilar de contrato renovado, de modo que é candidata novamente a ser uma das melhores da Serie A. Entretanto, falta saber o desfecho de duas situações no meio-campo, que podem servir como gatilho de mudanças de última hora no plantel: Manu Koné está sendo assediado pela Inter e o outrora capitão Lorenzo Pellegrini não parece ter caído nas graças de Gasperini. Eles ficam em Trigoria?

Sassuolo

Berardi, do Sassuolo (Ciancaphoto Studio/Getty)

Cidade: Sassuolo (Emília-Romanha) Estádio: Mapei Stadium – Città del Tricolore (21.525 lugares) Fundação: 1920 Apelidos: Neroverdi, Sasòl Principal rival: Modena Participações na Serie A: 12 Títulos: nenhum (melhor desempenho: 6ª colocação) Na última temporada: campeão da Serie B; promovido Objetivo: escapar do rebaixamento Brasileiros no elenco: Ruan Técnico: Fabio Grosso (2ª temporada) Destaques: Domenico Berardi, Andrea Pinamonti e Armand Laurienté Fique de olho: Tarik Muharemovic Principais chegadas: Andrea Pinamonti (a, Genoa), Ismaël Koné (m, Rennes) e Jay Idzes (z, Venezia) Principais saídas: Jeremy Toljan (ld, Levante), Horatiu Moldovan (g, Oviedo) e Luca Mazzitelli (m, Cagliari) Time-base (4-3-3): Turati (Muric); Walukiewicz (Missori), Idzes, Muharemovic (Candé), Doig; Boloca, Koné, Thorstvedt; Berardi, Pinamonti, Laurienté.

O Sassuolo vivenciou uma surpreendente queda para a Serie B em 2024, já que não tinha um elenco deficitário o suficiente para isso – a prova do acidente é que retornou à elite de imediato, e com muita facilidade. Agora, diante do bom mercado que vem protagonizando, o time neroverde busca se manter na máxima categoria do futebol italiano sem sustos e, quem sabe, flertar com um lugar na parte superior da tabela, entre os 10 primeiros colocados.

Além de seguir contando com a (eterna?) lealdade de Domenico Berardi, o Sassuolo conseguiu segurar, ao menos até o momento, o importante Armand Laurienté, artilheiro da última Serie B, que pode ser usado por Fabio Grosso não só aberto pela esquerda, como de costume, mas também centralizado – como uma ótima alternativa a Andrea Pinamonti, cujo retorno é um reforço de peso para os emilianos. O ataque neroverde ainda foi incrementado com o gambiano Alieu Fadera, que teve bons momentos no Como. Ademais, vale destacar que o meia Kristian Thorstvedt costuma contribuir bastante com o setor ofensivo e deixa seus golzinhos.

Na defesa, chama atenção o fato de que, desde a última temporada, Fabio Grosso descartou o veterano goleiro Andrea Consigli, líder do elenco – que deixou o clube em fim de contrato neste verão. Na elite, batalharão por seu lugar Arijanet Muric e o jovem Stefano Turati, que mostrou suas qualidades pelos rebaixados Frosinone e Monza. Quem também vem valorizado de um time que caiu para a Serie B é o sólido Jay Idzes, capitão da seleção da Indonésia e ex-Venezia, cuja contratação promete ser certeira. Outro negócio interessante do Sassuolo foi o empréstimo do dinâmico canadense Ismaël Koné, provável protagonista da equipe numa campanha que nem começou, mas já empolga a pequena torcida neroverde.

Torino

Vlasic, do Torino (Getty)

Cidade: Turim (Piemonte) Estádio: Olímpico Grande Torino (28.177 lugares) Fundação: 1906 Apelidos: Toro, Granata Principal rival: Juventus Participações na Serie A: 82 Títulos: 7 Na última temporada: 11ª posição Objetivo: meio da tabela Brasileiros no elenco: nenhum Técnico: Marco Baroni (1ª temporada) Destaques: Duván Zapata, Nikola Vlasic e Saúl Coco Fique de olho: Tommaso Gabellini Principais chegadas: Giovanni Simeone (a, Napoli), Franco Israel (g, Sporting) e Zakaria Aboukhlal (a, Toulouse) Principais saídas: Samuele Ricci (m, Milan), Vanja Milinkovic-Savic (g, Napoli) e Elif Elmas (m, RB Leipzig) Time-base (4-2-3-1): Israel; Lazaro, Ismajli (Maripán), Coco, Biraghi; Casadei, Anjorin; Ngonge, Vlasic, Aboukhlal (Adams); Simeone (Zapata).

O Torino segue em seu velho dilema: não conseguir, em hipótese alguma, dar um salto para além do meio da tabela. Em 2025-26, embora tenha feito boas contratações e buscado o técnico Marco Baroni, que tem trabalhos interessantes em clubes menos badalados, o Toro perdeu pilares do elenco e passa a impressão de estar estagnado: numa situação confortável o suficiente para não se preocupar com rebaixamento, mas ainda longe de poder disputar uma vaga em competições europeias sem depender de muitos passos em falso dos adversários.

A venda do capitão Samuele Ricci para o Milan deve ser a mais difícil de assimilar pelo Torino, que tentará substituí-lo com Tino Anjorin, jogador de características diferentes que chegou do Empoli – dentro de campo, é mais provável que Cesare Casadei, contratado em janeiro, busque assumir a herança do volante negociado. A saída de Elif Elmas, que se encaixou bem no time durante sua breve passagem por Turim, também pode ter impactos. Ao contrário, Vanja Milinkovic-Savic não deve fazer tanta falta: foi um dos melhores goleiros do último campeonato, é verdade, mas é irregular e a aquisição de Franco Israel pode até oferecer mais segurança à zaga grená.

No ataque, Duván Zapata se recuperou de seríssima lesão e poderá voltar à melhor forma sem muita pressão, já que o Torino se mexeu bem no setor: a chegada de Giovanni Simeone permitirá a Baroni fazer um revezamento de centroavantes (Ché Adams também terá chances), enquanto o irregular Nikola Vlasic deixará de ficar sobrecarregado na criação por conta das tratativas que levaram o marroquino Zakaria Aboukhlal e o belga Cyril Ngonge ao Piemonte. Com poder de fogo incrementado, ao menos o Toro colocará mais medo em rivais. A ver se será capaz de ir além disso.

Udinese

Solet, da Udinese (Arquivo/Udinese Calcio)

Cidade: Údine (Friul-Veneza Júlia) Estádio: Friuli – Bluenergy Stadium (25.132 lugares) Fundação: 1896 Apelidos: Bianconeri, Friulani e Zebrette Principais rivais: Triestina, Verona e Venezia Participações na Serie A: 53 Títulos: nenhum (melhor desempenho: vice-campeã) Na última temporada: 12ª posição Objetivo: escapar do rebaixamento Brasileiros no elenco: Brenner Técnico: Kosta Runjaic (2ª temporada) Destaques: Oumar Solet, Sandi Lovric e Jurgen Ekkelenkamp Fique de olho: Alessandro Nunziante Principais chegadas: Jakub Piotrowski (m, Ludogorets), Saba Goglichidze (z, Empoli) e Lennon Miller (m, Motherwell) Principais saídas: Lorenzo Lucca (a, Napoli), Jaka Bijol (z, Leeds) e Florian Thauvin (a, Lens) Time-base (3-5-1-1): Sava (Okoye); Bertola, Solet, Kristensen (Goglichidze); Ehizibue, Lovric, Karlström, Piotrowski, Zemura; Atta (Miller); Davis.

Superado o batismo de fogo na Serie A, o técnico Kosta Runjaic terá uma missão mais dura em 2025-26 do que aquela à qual foi submetido na temporada anterior. Afinal, a Udinese perdeu sua dupla de ataque e tem notórias lacunas no seu elenco, apesar de ter buscado alguns nomes fora do radar e de ter a seu lado, em tese, a vantagem de lutar com rivais mais frágeis na briga contra o rebaixamento. Só que essa garantia não é lá das maiores e qualquer deslize pode ser fatal para os friulanos.

Numa única tacada, a Udinese perdeu o artilheiro Lorenzo Lucca; seu escudeiro, o campeão mundial Florian Thauvin; e Jaka Bijol, pilar defensivo das três últimas temporadas – também se desfez de outros defensores, como Isaak Touré e Lautaro Giannetti, e ainda deve liberar o experiente Alexis Sánchez até o fim da janela de transferências. O suficiente para gerar alarme, sobretudo se considerarmos que Keinan Davis, Iker Bravo, Vakoun Bayo, Brenner e Damián Pizarro não constituem uma linha de frente capaz de meter medo em ninguém. Os meias Jurgen Ekkelenkamp, Sandri Lovric e Arthur Atta, além do recém-chegado Lennon Miller, terão que contribuir muito com o ataque para que as evidentes carências do setor causem menos impacto.

Defensivamente, a Udinese também pode sofrer. Afinal, o goleiro Maduka Okoye cumpre suspensão por forçar um cartão amarelo para favorecer apostadores e só volta na sexta rodada da Serie A. Já Oumar Solet, destaque da zaga, está sendo investigado por violência sexual e ainda interessa a outros clubes – ou seja, pode vir a ser vendido ou a desfalcar a equipe caso o inquérito avance e ele seja considerado culpado. A torcida bianconera torce para que não venha a sofrer com a tempestade perfeita. Afinal, as condições ideais para a formação de uma borrasca estão postas.

Verona

Giovane, do Verona (Arquivo/Hellas Verona FC)

Cidade: Verona (Vêneto) Estádio: Marcantonio Bentegodi (31.045 lugares) Fundação: 1903 Apelidos: Mastini, Scaligeri, Butei, Gialloblù Principais rivais: Vicenza, Napoli e Milan Participações na Serie A: 35 Títulos: 1 Na última temporada: 14ª posição Objetivo: escapar do rebaixamento Brasileiros no elenco: Giovane e Charlys Técnico: Paolo Zanetti (2ª temporada) Destaques: Tomás Suslov, Lorenzo Montipò e Daniel Mosquera Fique de olho: Alphadjo Cissé Principais chegadas: Giovane (a, Corinthians), Enzo Ebosse (z, Jagiellonia) e Unai Núñez (z, Athletic Bilbao) Principais saídas: Diego Coppola (z, Brighton), Jackson Tchatchoua (ld, Wolverhampton) e Daniele Ghilardi (z, Roma) Time-base (3-4-1-2): Montipò; Núñez, Ebosse, Valentini; Belghali, Serdar, Bernède (Harroui), Bradaric (Frese); Niasse (Suslov); Giovane, Sarr (Mosquera).

O grupo Presidio Investors, que adquiriu o Verona no meio da última temporada, está querendo virar caso de polícia, com o perdão do trocadilho? A paupérrima atuação dos estadunidenses preocupa a torcida do Hellas: vários pilares do elenco deixaram o Vêneto e os seus substitutos não enchem os olhos de ninguém. Hoje, o time que tem como presidente o ítalo-americano Italo Zanzi, ex-CEO da Roma, é um dos grandes candidatos ao rebaixamento.

Nesta janela, o clube gialloblù renovou sua defesa quase por inteiro: vendeu Diego Coppola e Daniele Ghilardi, e se desfez de Pawel Dawidowicz, Flavius Daniliuc e Yllan Okou. Mais à frente, perdeu também os influentes Jackson Tchatchoua e Ondrej Duda, sem falar no artilheiro Casper Tengstedt. Para piorar, Tomás Suslov, o melhor jogador do time, se lesionou gravemente e só tem volta aos gramados prevista para fevereiro de 2026.

Uma amostra do filme de terror vivido pelos mastini é o fato de a diretoria do Verona tratar Giovane, ex-Corinthians, como “diamante bruto”. O brasileiro declarou que almeja se tornar um jogador capaz de marcar 10 ou 15 gols pelo novo clube, mas tem muito a evoluir até chegar lá – afinal, fez apenas três em 47 partidas pelo Timão. Ele é a principal esperança do ataque dos butei, juntamente a Daniel Mosquera (autor de cinco tentos em 2024-25) e de Amin Sarr (quatro). Você confiaria neles?

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