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·5 de noviembre de 2024
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O Tribunal de Instrução Criminal (TIC) do Porto iniciou, esta terça-feira, a análise das gravações de videovigilância do pavilhão Dragão Arena, no âmbito da Operação Pretoriano, a qual inclui entre os acusados Fernando Madureira, ex-líder da claque Super Dragões.
Após ter optado pelo silêncio a 28 de outubro, no início da fase de instrução, que é solicitada por alguns acusados e que visa determinar por um juiz de instrução criminal se o processo avança e de que forma será julgado, o ex-dirigente de um dos grupos organizados de adeptos do FC Porto voltou ao TIC por volta das 9 horas, sob rigorosas medidas de segurança, para mais uma sessão de diligências a portas fechadas.
Além de Fernando Madureira, estiveram presentes a sua esposa, Sandra Madureira, que é também ex-vice-presidente dos Super Dragões, e Fernando Saul, ex-funcionário do clube, ambos a entrarem pela entrada principal do TIC, mas sem se dirigirem aos jornalistas.
“Limitámo-nos a visualizar imagens. Declarações? Não houve”, afirmou aos jornalistas Cristiana Carvalho, advogada de Saul, no final de uma sessão que durou quase duas horas, a qual foi interrompida por volta das 12 horas para o almoço e será retomada a partir das 14 horas.
A juíza de instrução criminal autorizou a visualização das gravações das câmaras de videovigilância do Dragão Arena, onde ocorreram vários incidentes e agressões durante uma Assembleia Geral (AG) extraordinária do FC Porto, no dia 13 de novembro de 2023, mas rejeitou o pedido dos acusados para a audição de testemunhas durante o debate instrutório.
Entre as testemunhas que a defesa de Fernando e Sandra Madureira pretendia ouvir, encontravam-se o ex-presidente do clube, Pinto da Costa, e outros antigos dirigentes da instituição e da SAD dos Dragões, cujas audições foram consideradas irrelevantes pela magistrada nesta fase do processo.
A decisão instrutória deverá ser divulgada até 7 de dezembro, data em que se completam 10 meses desde que foi aplicada a prisão preventiva ao ex-líder dos Super Dragões.
Após os interrogatórios ao casal Madureira, que estavam inicialmente marcados para 18 de outubro, mas foram adiados por duas semanas devido à greve dos oficiais de justiça, ocorrerão as audições dos acusados Carlos Nunes, José Pedro Pereira e Fernando Saul.
O caso em questão é a Operação Pretoriano, que, segundo o Ministério Público (MP), investiga uma suposta tentativa dos Super Dragões de “criarem um clima de intimidação e medo” durante uma AG do FC Porto, para que fosse aprovada uma revisão estatutária “do interesse da direção” do clube, que na altura era liderada por Pinto da Costa.
Fernando Madureira é o único acusado em prisão preventiva, enquanto os outros oito foram libertados em diferentes momentos, incluindo Sandra Madureira, Fernando Saul, Vítor Catão e Hugo Carneiro, todos com ligações à claque.
O processo inclui 19 crimes de coação e ameaça agravada, sete de ofensa à integridade física no contexto de espetáculo desportivo, um de instigação pública a um crime, um de arremesso de objetos ou produtos líquidos e três de atentado à liberdade de informação.
Hugo Carneiro também é acusado de posse de arma proibida, e o MP solicita penas acessórias de interdição de acesso a recintos desportivos que podem variar entre um e cinco anos.
O FC Porto e a SAD que gere o futebol profissional “azul e branco” constituíram-se assistentes da Operação Pretoriano, que foi desencadeada a 31 de janeiro, no âmbito da investigação aos desacatos ocorridos na AG extraordinária do clube, resultando na detenção de 12 indivíduos.