Jogada10
·25 de noviembre de 2025
Pesquisa: até 48 milhões de brasileiros investiriam em ações de clubes se listados na bolsa

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·25 de noviembre de 2025

A paixão nacional pode se transformar no maior movimento de inclusão financeira da história do país. É o que aponta a pesquisa “Perfil Demográfico da Torcida Brasileira de Futebol”. Lançado pela CBF Academy em parceria com a AtlasIntel, o estudo mapeou, assim, em profundidade, o comportamento, o consumo e a relação econômica da população brasileira com o futebol.
Segundo a pesquisa, 23,5% dos torcedores afirmam que investiriam em ações de clubes caso fossem ofertadas no mercado de capitais. O número equivale a aproximadamente 48 milhões de brasileiros.
“Seria um novo atrativo para os clubes se capitalizarem. Uma super ampliação do número de pessoas na bolsa e uma forma também de transferir parte dos gastos que os brasileiros têm feito nas bets para investimentos direto nos clubes”, disse Marcelo Rotenberg, diretor de Políticas Públicas na AtlasIntel.
Hoje, o país tem cerca de 5 milhões de investidores pessoa física. A entrada dos clubes na B3 poderia, então, multiplicar por até 10 este universo, conectando o futebol a uma nova fronteira de governança, transparência e participação popular. Entre os 48 milhões dispostos a investir, cerca de 3,8 milhões (8,2%) de brasileiros depositariam uma quantia superior a R$ 5 mil.
O gráfico revela que a maior disposição de investimento dos torcedores se concentra em um grupo de seis (G6) clubes que lideram com folga o interesse financeiro. O Flamengo aparece no topo, com 43,3% dos entrevistados declarando que comprariam suas ações, seguido por Palmeiras (37%) e Bragantino (35,7%). Estes três últimos formam o trio mais atrativo entre potenciais investidores.
Em seguida, surgem São Paulo (32,8%), Fluminense (32,7%) e Botafogo (30,5%). O trio consolida o bloco dos seis clubes com maior potencial de captação no mercado acionário. Os resultados mostram que a intenção de investimento não apenas acompanha o tamanho da torcida, mas também a percepção de gestão, estabilidade esportiva e imagem institucional.
A pesquisa mostra que a torcida brasileira está dividida quanto à transformação dos clubes em Sociedades Anônimas do Futebol (SAFs). De acordo com os dados, 36,4% dos torcedores são favoráveis à mudança, enquanto 27,1% são contrários. Um contingente ainda maior, 36,5%, declara não saber se apoia ou não o modelo. A cifra sinaliza que grande parte da população ainda não compreende plenamente o que a SAF representa ou quais seriam seus impactos na gestão e no desempenho dos clubes. O equilíbrio entre apoio, rejeição e incerteza sugere que o debate público sobre SAFs ainda está em consolidação no país.
Esses resultados indicam que, apesar da crescente visibilidade das SAFs na mídia e na indústria do futebol, o tema ainda exige mais comunicação, pedagogia e clareza por parte de clubes, dirigentes e especialistas.
A pesquisa foi realizada pela AtlasIntel em parceria com a CBF Academy entre os dias 1º e 14 de março de 2024. No total, 4.445 pessoas responderam às questões. A margem de erro é de ± 1 p.p com 95% de nível de confiança.
O relatório também apontou que 69,5% não gastam nada por mês com futebol, apesar do alto engajamento com jogos e conteúdos.
Já o engajamento digital superou a presença física, com 38,6% acompanhando sempre o clube nas redes sociais, enquanto 63,8% quase nunca vão ao estádio.
Na próxima quarta-feira, a CBF realizará, enfim, o Summit CBF Academy, em São Paulo, um encontro estratégico que reunirá executivos, dirigentes e especialistas do futebol para debater temas centrais como a inovação na gestão esportiva. Nesse contexto, as informações da pesquisa se tornam fundamentais para uma discussão fundamentada e orientada por dados.









































