Zerozero
·19 de diciembre de 2025
Plantel do Santa Clara pede adiamento do jogo com o Arouca e deixa críticas ao Sindicato de Jogadores

In partnership with
Yahoo sportsZerozero
·19 de diciembre de 2025

Com recurso às redes sociais, o plantel do Santa Clara emitiu, esta sexta-feira, um comunicado a solicitar o adiamento do duelo com o Arouca, agendado para a próxima segunda-feira, deixando ainda críticas à Liga Portugal.
Em causa está o incumprimento do período mínimo de 72 horas de descanso, após a derrota frente ao Sporting por 2-3, no prolongamento, que ditou a eliminação do conjunto açoriano da Taça de Portugal. Importa ainda referir que o Santa Clara já tinha defrontado o SC Braga na passada segunda-feira, o que perfaz um total de três jogos realizados em apenas seis dias.
«Nós, jogadores do Santa Clara, queremos protestar por sermos obrigados pela Liga Portugal a jogar frente ao Arouca com menos de 72 horas de descanso, devido ao facto de o jogo ter ido a prolongamento. Este mesmo facto já devia ter sido considerado na marcação do jogo, visto que, na época passada, em Alvalade, o nosso jogo já tinha ido a prolongamento, tal como aconteceu nesta edição da Taça», pode ler-se.
Na nota oficial, os atletas visaram ainda o Sindicato de Jogadores, lamentando a falta de pronuncia em defesa do emblema açoriano.
«Lamentamos o facto de o Sindicato dos Jogadores não se pronunciar em nossa defesa, colocando-nos, por falta de descanso, até em risco de lesões. Seguimos juntos e unidos, a trabalhar com profissionalismo para honrar o nosso clube e a nossa região. No entanto, exigimos respeito e profissionalismo de todas as entidades», acrescentam.
Entretanto, a entidade visada reagiu, afirmando: «O Sindicato dos Jogadores manifesta total compreensão e solidariedade com a revolta do plantel do Santa Clara, relacionada com a falta de descanso e preparação adequada do próximo jogo frente ao Arouca, depois de um jogo com prolongamento para a Taça de Portugal.»
«O Sindicato dos Jogadores manifesta total compreensão e solidariedade com a revolta do plantel do Santa Clara, relacionada com a falta de descanso e preparação adequada do próximo jogo frente ao Arouca, depois de um jogo com prolongamento para a Taça de Portugal.
O problema da sobrecarga competitiva e da má gestão dos calendários está na agenda do Sindicato dos Jogadores e da FIFPRO, a nível internacional, há vários anos, com estudos anuais que indicam a necessidade de medidas que protejam a saúde, física e mental, e o bem-estar dos atletas.
Nenhuma outra organização desportiva tem trabalhado esta matéria como o Sindicato dos Jogadores, procurando, por todos os meios políticos e institucionais ao seu alcance, colocar o tema nas prioridades da Liga, da Federação e do Governo.
Salienta-se, aliás, que a gestão dos calendários é feita exclusivamente pela Liga e as decisões sobre marcação ou adiamento de jogos regulamentadas entre clubes, não havendo dos protagonistas do jogo, infelizmente, um direito a intervir e vetar decisões que põem em risco a sua saúde e bem-estar, potenciando o risco de lesões.
Assim, o Sindicato dos Jogadores adere com total empenho às reivindicações dos jogadores do Santa Clara, acolhendo as suas preocupações e dando-lhes as boas-vindas a esta luta de toda a classe.
Esperamos que haja a capacidade da Liga e dos clubes envolvidos – Santa Clara e Arouca – para encontrar uma solução para este problema, mas também que haja uma reflexão séria em Portugal sobre a organização dos calendários e medidas que protejam os jogadores, sobrecarregados por: número de jogos; falta de descanso no intervalo entre jogos; viagens e períodos de concentração contínuos sem o respeito pelos períodos de repouso ou férias.
Todos estes problemas põem em causa os profissionais e a integridade da competição.
O Sindicato dos Jogadores desafia, ainda, os clubes lesados a aderirem a esta luta, de uma forma regular e concertada para uma efetiva mudança e não apenas a reagir, quando surge um problema.
A saúde dos jogadores estará sempre em primeiro lugar e, acima de qualquer valor, é irrenunciável e defendemos uma ação musculada de toda a classe para a defesa desse direito.»









































