
Central do Timão
·19 de septiembre de 2025
Proposta de reforma estatutária no Corinthians sugere separação de contas entre clube social e futebol

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·19 de septiembre de 2025
Um documento protocolado no Conselho Deliberativo do Corinthians propõe alterar o Estatuto Social do clube para instituir a segregação contábil e orçamentária entre o departamento de futebol e as demais áreas sociais e esportivas. A iniciativa é assinada pelo conselheiro vitalício Antônio Roque Citadini e pelo associado Cyrillo Cavalheiro Neto, com registro eletrônico datado de 12 de setembro de 2025.
A proposta prevê que o futebol profissional – masculino, feminino e categorias de base – tenha receitas e despesas administradas de forma independente, utilizando exclusivamente os recursos que gera, como direitos de transmissão, patrocínios, transações de atletas, bilheteria, sócio-torcedor, etc. Já o clube social passaria a contar com gestão financeira própria, sustentada por contribuições associativas e taxas específicas, enquanto as modalidades olímpicas dependeriam de captação por meio de patrocínios, convênios e mecanismos legais de incentivo.
Foto: Reprodução/Corinthians
As justificativas para a alteração incluem a necessidade de separar as contas do futebol e do clube social para permitir uma leitura mais clara da saúde financeira de cada área; garantir que o futebol, principal fonte de receitas e visibilidade, reinvista seus recursos em si próprio; promover a sustentabilidade das modalidades olímpicas por meio da captação externa; e reforçar a transparência na prestação de contas, valorizando as modalidades esportivas e incentivando a busca por receitas próprias.
Os proponentes defendem que a mudança poderia modernizar a governança do Corinthians, alinhar o clube às boas práticas de gestão e assegurar “um futuro mais sólido e transparente para todas as suas esferas de atuação”. Cabe ressalvar que, por determinação legal (Lei nº 13.155, de 4 de agosto de 2015), as demonstrações contábeis do clube já segregam o caixa do social e do futebol.
Contudo, na proposta, os autores sustentam que o estatuto “não prevê, de forma explícita e detalhada, a separação contábil e orçamentária das diversas áreas do clube”. Essa lacuna, segundo eles, dificulta a análise individualizada de desempenho e a responsabilização financeira de cada departamento.
Confira os principais pontos da proposta:
Gestão segregada por departamentos: cada área terá autonomia financeira, com receitas e despesas próprias.
Futebol financiado pelo futebol: receitas oriundas de direitos de TV, bilheteria, patrocínios, transações de atletas, entre outras, devem ser aplicadas exclusivamente no departamento de futebol.
Autonomia do clube social: suas despesas devem ser custeadas prioritariamente por mensalidades, taxas e locação de espaços.
Modalidades olímpicas: devem buscar financiamento externo por meio de patrocínios, convênios e leis de incentivo ao esporte, com apoio do departamento de marketing. “O Estatuto ou regulamento interno deverá estabelecer as diretrizes para a criação de um fundo ou procedimento para a gestão transparente e aplicação exclusiva destes recursos em prol das modalidades olímpicas”, diz trecho do documento.
Esportes não olímpicos/recreativos: seriam sustentados pelas receitas sociais ou por taxas específicas, voltadas exclusivamente aos associados.
O documento foi encaminhado ao presidente do Conselho Deliberativo Romeu Tuma Júnior, embora o prazo para análise pela Comissão de Reforma do Estatuto já tenha se encerrado. Após realizar audiências públicas para ouvir propostas de associados, conselheiros e torcidas organizadas, o presidente do CD recebeu, na última semana, o Coletivo Voz Corinthiana, que reuniu centenas de sugestões de torcedores comuns, a última instância ouvida pelo órgão.
O cronograma da reforma estatutária, divulgado em coletiva no início deste mês, prevê que a reformulação seja concluída em dezembro. Segundo Tuma, a comissão responsável apresentará o pré-projeto à presidência do Conselho Deliberativo ainda em setembro. Em outubro, estão programadas discussões com grupos, lideranças e coletivos, que servirão de base para a elaboração do texto final. A proposta será votada inicialmente no plenário do CD, em novembro, e, em seguida, submetida à assembleia geral de associados.
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