RETROSPECTIVA 2024: Com novo xerife Alan Franco, zaga do São Paulo teve saída, chegadas e aparição de ‘novo Beraldo’ | OneFootball

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·20 de diciembre de 2024

RETROSPECTIVA 2024: Com novo xerife Alan Franco, zaga do São Paulo teve saída, chegadas e aparição de ‘novo Beraldo’

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Alan Franco, Arboleda e Sabino deram segurança à defesa tricolor (Foto: Montagem AMT)

MARCIO MONTEIRO


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O setor de zaga do São Paulo em 2024 foi um dos que menos teve problemas. O Tricolor começou o ano com quatro zagueiros de bom nível, perdeu um deles, trouxe outros dois e promoveu uma grande promessa de Cotia.

A temporada começou com Thiago Carpini revezando três nomes, até definir sua zaga titular com Arboleda e Diego Costa, sacando Alan Franco da equipe. O defensor argentino, no entanto, mal sabia que seu ano mudaria radicalmente no Tricolor com a chegada de um compatriota.

Assim que Luis Zubeldía assumiu o comando, logo em seu primeiro jogo, contra o Barcelona do Equador, pela Libertadores, o técnico promoveu o retorno de Alan Franco ao time titular. E não foi só isso. A relação dos dois começou a criar vínculos.

O NOVO XERIFÃO

Com Arboleda sendo costumeiramente o grande xerifão da zaga tricolor nos últimos anos, a defesa do São Paulo viu um novo nome se destacar na temporada de 2024, Alan Franco.

Após ter seu primeiro ano no clube atrapalhado por algumas lesões e pelo ‘fenômeno Beraldo’, Alan se consolidou na defesa da equipe, se destacando por diferentes qualidades.

Uma das que mais agradou Zubeldía foi a qualidade na saída de jogo. Alan Franco jogava de meia quando ainda juvenil, e sempre tratou a bola com carinho. Foi comum em 2024 ver o zagueiro sendo o principal condutor do time da defesa ao ataque.

E na principal função a ser exercida, também brilhou. Alan Franco foi implacável na marcação e desarmes contra adversários do mais alto calibre. Nos duelos do Tricolor contra o Atlético-MG neste ano, Hulk ficou no bolso do argentino e pouco conseguiu produzir.

Para completar, Zubeldía viu no zagueiro uma liderança dentro de campo e passou a conversar bastante com Alan nos treinos e passar mais confiança ao jogador.

“Desde que ele [Zubeldía] chegou, estava começando a jogar, mas acho que ele me deu uma confiança especial. Quando o jogador tem confiança, o jogador se sente mais forte. Sou muito grato a ele pela confiança que deu para mim”, disse Alan Franco neste fim de ano.

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O atleta, inclusive, foi recompensado neste mês de dezembro como um dos melhores da posição no Brasil eganhou o Troféu Mesa Redonda, promovido pela TV Gazeta, que premia os destaques da temporada.

Foram 44 jogos no ano, 41 deles como titular, e um gol e duas assistências conferidas. Alan recebeu oito cartões amarelos e dois vermelhos pelo Tricolor em 2024.

Seu contrato com o Tricolor vai até o fim de 2025, mas seu nome é tido como uma das prioridades para renovação.

MUITOS JOGOS E POLÊMICAS

Apesar de ter terminado o ano na reserva, Arboleda foi o jogador de linha com mais minutos em campo pelo Tricolor, com 4397 no total. Foram 51 jogos, 49 como titular, número só abaixo ao do goleiro Rafael.

O ano do equatoriano, como não poderia deixar de ser, foi bastante agitado também fora dos gramados. Entre processos e dívidas, o zagueiro via seu contrato com o Tricolor chegar ao fim, e a renovação foi uma novela.

Além de o clube ter pago R$ 642,8 mil em dívidas pessoais do zagueiro como parte do acordo, também foi intermediada uma carta de fiança de R$ 7,9 milhões com um banco, para ser usada caso ele perca um processo na Justiça. Assim, renovou com o defensor até dezembro de 2026.

Caso o novo vínculo seja cumprido até o fim, Arboleda completará dez anos no Tricolor, uma marca que só doze são-paulinos atingiram na história.

“Só queria agradecer e falar que seguirei mais uns anos aqui. Se Deus quiser, vou completar dez anos no São Paulo. Podem ter certeza de que sempre vou dar a vida dentro do campo e serei sempre esse jogador de que vocês gostam”, disse o jogador a época.

Outra polêmica em que Arboleda se envolveu neste ano foi com a seleção do Equador, que acabou beneficiando o São Paulo, no fim das contas.

O zagueiro sempre foi uma das referências de seu país, mas durante estadia dos equatorianos nos Estados Unidos para uma série de amistosos em março, se envolveu em mais uma polêmica.

Em dia de folga, Arboleda foi flagrado em uma boate com os colegas Gonzalo Plata e Kendry Páez, este considerado uma das principais promessas do futebol daquele país e menor de idade.

A situação pegou mal no Equador, que fez com que a Federação do país publicasse uma nota, classificando as imagens divulgadas do episódio como contrárias aos valores e princípios que a entidade defende e avisando que seriam analisadas antes de futuras convocações. Arboleda nunca mais foi convocado.

Em campo, foi seguro na maior parte das atuações, com a firmeza e dedicação de sempre. Teve alguns erros em jogos importantes, que fez com que parte da torcida questionasse sua titularidade. Mas termina o ano como um dos pilares de Zubeldía.

Teve seu nome especulado para reforçar o novo-rico Cruzeiro na temporada que vem, mastratou de afastar os rumores e garantir que fica em entrevista nestas férias de dezembro no Equador.

DE COTIA PARA O MUNDO

O terceiro nome da zaga que mais jogou no ano já não está mais no Tricolor. O ‘Made in Cotia’ Diego Costa foi a campo 30 vezes pelo time, 22 delas como titular. O defensor de 25 anos anotou um gol e uma assistência em seus últimos meses pelo clube que o revelou.

Com a chegada de Zubeldía, perdeu o posto de titular para Alan Franco, mas era o reserva imediato. Porém, o São Paulo, em grande crise financeira, precisava de dinheiro. E quando chegou a proposta do russo Krasnodar, não pensou duas vezes e negociou Diego Costa em julho deste ano, por U$ 7,5 milhões.

QUALIDADE VENEZUELANA

Outro que apareceu bastante na defesa são-paulina foi Ferraresi. O venezuelano fez 24 jogos, sendo 18 como titular. Marcou um gol, na verdade, uma pintura contra o Vitória pelo Brasileirão, e deu mais duas assistências aos companheiros durante o ano.

É verdade que frequentou mais o banco de reservas ou esteve fora do São Paulo para defender a Venezuela em suas partidas. Porém, quando atuou, não comprometeu e foi seguro na zaga. Por vezes, inclusive, apareceu em nova posição determinada por Zubeldía, na lateral direita, e não fez feio. Com contrato até o fim de 2027, pode receber proposta na atual janela de transferências.

APROVEITOU A CHANCE

Sabino foi um caso curioso. O zagueiro deixou o Sport ainda no mês de março e poucos dias depois assinou contrato de produtividade com o São Paulo de três meses, já que também voltava de lesão.

O beque de 28 anos foi trabalhando calado no Tricolor, mostrando suas qualidades, e não demorou a ganhar chances no time. Ao todo, fez 16 partidas, 13 delas como titular da equipe, com boas e surpreendentes atuações.

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O tempo foi passando, Sabino foi jogando e agradando. Agradou tanto que o São Paulo não demorou muito a fazer novo vinculo contratual com o zagueiro, que agora vai até o final de 2026.

O ÚLTIMO A CHEGAR

Ruan foi mais um contratado pelo São Paulo no meio da temporada. Após perder Diego Costa, o Tricolor foi ao mercado e trouxe o defensor do Sassuolo, da Itália, por empréstimo até 30 de junho de 2025, com valor fixado para compra em caso de cumprimento de metas.

Teve poucos jogos no início, até a readaptação ao futebol brasileiro, mas terminou o ano com oito aparições, todas elas como titular da defesa são-paulina. Não é o melhor zagueiro do Brasil, mas fez atuações razoáveis, sem grandes falhas, fazendo às vezes até de lateral direito em alguns momentos, assim como já tinha atuado na Itália.

NOVO BERALDO

Um dos jovens que mais encantou Zubeldía, sem dúvida foi Igão. Ainda com apenas 16 anos, ele passou a ser chamado pelo técnico para os treinos do no CT da Barra Funda, sendo relacionado quase imediatamente para o jogo contra o Vasco, quando Ferraresi estava na seleção venezuelana e Arboleda lesionado.

Completou 17 anos em agosto, mas passa por processo semelhante ao feito com Beraldo no clube, que primeiro passou longo período treinando com o grupo no CT, para ir ganhando minutos aos poucos.

Igão acabou frequentando por oito vezes o banco de reservas com Zubeldía, mas sem fazer sua sonhada estreia. E ela veio na última rodada, quando o zagueiro entrou 45 minutos do 2º tempo contra o Botafogo no Brasileirão.

“Foram dias e noites sonhando com isso. A responsabilidade de defender esta camisa sempre foi e sempre será algo prazeroso para mim. Posso dizer que realizei um sonho do menino que chegou lá atrás, cheio de expectativas e vontades. Sem ele acreditar que isso seria possível, nada aconteceria”, postou o jovem em suas redes sociais um dia após estrear.

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