
Gazeta Esportiva.com
·27 de septiembre de 2025
Sócio da Fatal Model conta detalhes de negociação com Corinthians e revela oferta recusada pelo São Paulo

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·27 de septiembre de 2025
Não é de agora que a Fatal Model, site de anúncio de acompanhantes, se mostra disposta a ajudar o Corinthians financeiramente através de um contrato de patrocínio. A empresa já fez ofertas públicas ao clube e chegou a negociar um acordo em 2024, durante a gestão de Augusto Melo.
Segundo o sócio e diretor de negócios da Fatal Model, Samuel Ongaratto, houve uma reunião no Parque São Jorge no ano passado para que o site estampasse sua marca no uniforme do Timão, no calção ou no meião. A oferta, de acordo com ele, era “cerca de dez vezes maior” do que os valores praticados no mercado. O Corinthians, contudo, sequer respondeu.
“A gente iniciou nosso relacionamento em 2022, com os LEDs do Corinthians. Em 2024, através da Brax, estivemos presentes no Corinthians através dos LEDs. Fui ao Parque São Jorge conversar com o CEO do Corinthians, Fred Luz, e mais dois diretores, o Sandro [Romanelli, então superintende comercial] e o Vini [Vinicius Manfredi, superintendente de marketing]. Perguntei se havia possibilidade de entrar como patrocinador no uniforme, mas nos passaram apenas o meião e o calção. Os preços pelo meião ou pelo calção foram praticamente dez vezes a mais que o valor de mercado. O valor que geralmente é de R$ 2 milhões e R$ 4 milhões, foi pedido R$ 40 milhões. A gente aceitou, formalizamos isso por e-mail, por um contrato de dois anos no calção ou no meião. Não tivemos resposta, nem que sim, nem que não”, contou Samuel em entrevista exclusiva ao jornalista Tiago Salazar.
“Se nós quiséssemos apenas nos promover, por que não divulgamos isso na época? Nos foi pedido sigilo, mantivemos o sigilo. Negociamos com vários clubes, não vazamos nenhuma delas. O Corinthians se diz o Time do Povo, da diversidade, e aí a gente vê constantemente na mídia essas dificuldades financeiras, transfer ban… Diante da ausência de resposta, pensamos em fazer ofertas públicas. Se o principal medo era a repercussão, fizemos a oferta pública, porque isso ausenta o Corinthians de comunicar que está negociando com a Fatal. Se a Fatal for rejeitada pela torcida, a gente fica na nossa”, acrescentou.
Samuel não sabe dizer os motivos que levaram o Corinthians a ignorar a oferta, mas admite que o principal deles pode ser o preconceito com o mercado com o qual a Fatal Model trabalha.
“A gente fez várias propostas ao Corinthians, todas foram verdadeiras. A gente nunca teve uma oportunidade de ser levado a sério no clube, temos essa indignação. Acontece das pessoas olharem com preconceito porque trabalhamos no mercado de acompanhante. A gente aceita essa missão de quebrar o preconceito com motivação. Sabíamos que iríamos sofrer dessa forma”, disse o sócio.
(Foto: Mauro Horita/Ag. Paulistão)
Questionado, Samuel volta a dizer que a Fatal Model está disposta a patrocinar o Corinthians, seja com um espaço na camisa ou até em naming rights.
Recentemente, o site chegou a se colocar à disposição do clube para pagar uma dívida com Memphis Depay, mas a possibilidade foi descartada pela diretoria, que posteriormente quitou a pendência. Além disso, anteriormente, a Fatal se ofereceu a ajudar o Timão a contratar o astro francês Paul Pogba e doou R$ 200 mil na ‘vaquinha’ formulada pela Gaviões da Fiel para quitar a Neo Química Arena.
“Estamos dispostos, mais do que nunca. O que mais queremos é patrocinar o Corinthians. Em 2024, ofertamos mais de dez vezes o que vale o calção do Corinthians, porque não sabíamos qual seria a repercussão da torcida. Hoje eu entendo que não ofereceríamos o mesmo valor pela mesma propriedade, porque a gente sabe qual é a receptividade. Queríamos ter a oportunidade de conversar com o clube, discutir um valor justo. Obviamente tem as delicadezas, estamos dispostos a pagar um valor maior por causa disso, mas entendemos que um caminho já foi percorrido. Queremos estar com o clube e fechar algum tipo de patrocínio”, afirmou o sócio.
“A gente está à disposição do clube. Hoje, eu entendo que um patrocínio máster não cabe no faturamente da Fatal Model, isso eu já descarto. Não é uma questão de querer, é de poder. Tem possibilidade de um naming rights no Corinthians? Tem. Porque vamos discutir um valor que vai ser pago ao longo de anos, não de meses. Uma omoplata, uma manga, barra traseira, temos condições”, completou.
No entendimento de Samuel, o Corinthians partilha dos mesmos valores da Fatal Model, justamente por se intitular “o clube do povo” e promover a diversidade. Ele, ainda, enxerga uma taxa de aceitação alta entre torcedores alvinegros.
“Estamos disponíveis para qualquer time, mas o nosso objetivo maior é o Corinthians. Dos grandes, foi um dos primeiros que tivemos a oportunidade de chegar. Tivemos a oportunidade ver um jogo na Arena, a força da torcida do Corinthians. É um clube do povo, que partilha dos mesmos valores que a nossa empresa tem. O Corinthians pode dizer não ou nos dar gelo, mas vamos insistir”, garantiu.
“A gente recebe isso com muita responsabilidade, carinho. Isso nos impulsiona a querer estar próximo do Corinthians. Foram feitas diversas enquetes para entender a percepção do torcedor com relação a nossa empressa. As enquetes tiveram resultado de quase 80% de aprovação. Isso nos dá combustível para continuar trabalhando para estar junto ao clube”, completou.
Apesar da ‘obsessão’ pelo Corinthians, Samuel Ongaratto revelou que a Fatal Model teve conversas com o São Paulo. O site fez uma proposta para estampar a barra traseira do uniforme tricolor, mas na oportunidade o clube do Morumbis preferiu não avançar.
“Negociamos a barra traseira com o São Paulo. O valor de mercado era R$ 6 milhões, ofertamos R$ 14 milhões. Acabou não fechando, o São Paulo desistiu da negociação. Tivemos a resposta”, revelou.
Samuel Ongaratto explicou o que é a Fatal Model. De acordo com ele, o site não faz qualquer tipo de intermediação entre acompanhantes e clientes, como Uber, por exemplo. O aplicativo presta apenas o serviço de divulgação.
“A Fatal Model não é uma empresa, é um produto da Atlas Technologies, que é uma empresa do Rio Grande do Sul. A Fatal Model é o carro-chefe da empresa. Diversas vezes sai na mídia que a Fatal Model é uma agência de acompanhantes de luxo. Não tem nada a ver com isso. A Fatal é um classificados, que é exatamente o que os jornais faziam e ainda fazem. Nos classificados, tinham carros para vender, casas para alugar e acompanhantes anunciando. A Fatal Model é exatamente isso, porém com dispositivos tecnológicos que garantem segurança para quem contrata e é contratado”, explicou Samuel.
“A Fatal não intermedia a compra e venda de serviços sexuais. A Fatal não se monetiza dessa forma. A monetização funciona da seguinte forma: o acompanhante entra na plataforma e faz um cadastro gratuito, mas, se quiser ter um destaque no anúncio, ele faz o pagamento para a plataforma. Essa é uma das formas como a Fatal monetiza. Também monetizamos com anúncios. Crescemos muito, temos 35 milhões de acessos mensais, 23 milhões de usuários por mês”, pontuou.
Samuel ainda não desiste de fazer negócios com o Corinthians. Ele revelou que teve uma conversa rápida com o atual presidente do clube, Osmar Stabile, e se colocou à disposição do mandatário visando possíveis conversas futuras.
“Faz umas semanas que recebi o contato do presidente, através de um amigo. Conversei com ele pelo WhatsApp, me coloquei à disposição. Aguardo um convite dele, se ele tiver essa disponibilidade”, concluiu.