Autoridades de São Paulo estabelecem acordo para fim da proibição de venda de cerveja nos estádios

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Central do Timão

·30 septembre 2025

Autoridades de São Paulo estabelecem acordo para fim da proibição de venda de cerveja nos estádios

Por Daniel Keppler / Redação da Central do Timão

O governo de São Paulo, Ministério Público Estadual, Polícia Militar e Defensoria Pública firmaram entendimento para permitir a venda de cerveja nos estádios. A medida depende da aprovação de nova lei na Assembleia Legislativa (Alesp), que realizou audiência pública sobre o tema nesta segunda-feira, 29. Isso pois uma lei municipal de 1997 com veto semelhante também precisará ser revogada. As informações foram divulgadas inicialmente pelo Estadão.

Durante a audiência, o deputado Delegado Olim (PP) anunciou ter recebido minuta do projeto do governo Tarcísio de Freitas: “O secretário Artur Lima me mandou agora um projeto do governo que foi acertado com a Polícia Militar, com a Defensoria e com o Ministério Público para ter bebidas nos estádios. Eles têm interesse. A gente [deveria] fazer um coletivo e todo mundo entrar junto. Tenho certeza que o pessoal ligado aos evangélicos não vai atrapalhar, eles também gostam de beber.”

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Foto: Reprodução/Corinthians

A proibição vigora desde 1996, decorrente de confronto entre torcidas no Pacaembu em 1995. A legislação estadual original vedava porte e venda de hastes de bandeira, fogos de artifício e bebidas alcoólicas. Em 2003, o Estatuto do Torcedor estabeleceu restrição nacional ao proibir “portar objetos, bebidas ou substâncias proibidas ou suscetíveis de gerar ou possibilitar a prática de atos de violência”.

Após a permissão excepcional na Copa de 2014, estados começaram a revogar suas proibições. Em 2019, a Alesp aprovou projeto nesse sentido, mas sofreu veto do governador João Doria por alegada inconstitucionalidade. Em 2020, o STF reconheceu a constitucionalidade de leis estaduais similares, abrindo caminho para novo debate em São Paulo.

O coronel Lemos, secretário-executivo de Esportes, detalhou as condições em que será possível o consumo – exceto em torneios de base, nos quais a vedação se mantém: “Combinamos que espectadores não poderão entrar com bebidas alcoólicas adquiridas fora dos estádios. As bebidas vão ter um controle de graduação máxima e embalagens apenas em vasilhas de plástico ou biodegradável no máximo 600 ml. Cada torcedor vai poder consumir no máximo duas.”

Já o presidente da FPF, Reinaldo Carneiro Bastos, destacou benefícios econômicos: “Isso gera receita para os clubes, pros trabalhadores que vão servir dentro dos estádios, pros proprietários de cantinas, pros fabricantes de cerveja e para o estado”. Já o diretor jurídico do São Paulo, Wagner Hipper, apontou desigualdade: “Quando o São Paulo vai até o Rio de Janeiro jogar contra o Flamengo, eles exploram a comercialização. E quando vem para São Paulo, não podemos explorar essa receita. Isso traz uma injustiça com o futebol paulista.”

Os Gaviões da Fiel, maior torcida organizada do Corinthians, participaram de audiência pública sobre o tema. Em publicação nas redes sociais, eles detalharam a participação: “Hoje, estivemos na Assembleia Legislativa de São Paulo participando da audiência pública que debateu a volta da venda de cerveja dentro dos estádios. A ida das organizadas do Corinthians foi importante, pois conseguimos de certa maneira iniciar um debate sobre outras questões, inclusive sobre a proibição dos mastros das bandeiras e festas nos estádios.”

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