Casemiro defende adaptação da seleção para retorno de Neymar: 'Ele é indispensável' | OneFootball

Capitão da seleção e homem-confiança de Carlo Ancelotti, Casemiro reconhece o "atraso" do Brasil no ciclo para a Copa do Mundo e defende o retorno de Neymar. Em entrevista para o GE antes da última Data-Fifa deste ano, o volante se posicionou sobre as questões que envolvem a Amarelinha no Mundial.

Adversário de Neymar desde as categorias de base e companheiro em duas Copas do Mundo, Casemiro compara o atacante com os craques que atuou no Real Madrid e defende que seja convocado para o Mundial, caso esteja em condições.

"Eu tive o prazer de jogar com craques. Joguei com o Cristiano na melhor fase, em que tudo que ele tocava era gol. Joguei com o Luka Modric, Toni Kroos, Marcelo, Bale, Benzema. Estamos falando aí de mais de dez Bolas de Ouro, né? E, cara, é inevitável você colocar o Neymar nessa lista. Cada um faz o que quer dentro e fora de campo. Meu estilo de vida é outro, mais reservado. Mas a gente não pode dispensar se esse cara está bem. Se esse cara está bem fisicamente, mentalmente, esse cara é o melhor disparado. Eu sou um grande fã dele como jogador", afirmou o meia.

"Ele é indispensável para qualquer seleção. Ele estando bem, seria muito importante para nós, porque é um cara de outro mundo", completou.

Casemiro usou a comparação com a Argentina, campeã mundial no Catar, para encontrar uma alternativa para incluir Neymar no time titular.

"A Argentina fez isso com o Messi. Você pode colocar o Neymar e fazer isso. Não é que o Neymar vai ficar parado e a gente correr. Não existe isso. Mas a Argentina fazia isso. O Julián Álvarez descia, e o Messi ficava de falso nove. Estavam defendendo em bloco baixo, e o Messi estava lá parado na frente", explicou Casemiro.

"A qualidade desses jogadores é irrecusável, você não pode desperdiçar, é muito talento. E no futebol hoje a linha de você ganhar e perder é muito fina. Esses jogadores é que saem dessa linha. Contra a Croácia, por exemplo, o Neymar, em um momento, fez um gol e pronto: solucionou o problema do Brasil naquele momento. O jogo estava truncado, o jogo estava difícil, e no momento ele fez um golaço e pronto, ficou 1 a 0 para nós", complementou.

Aos 33 anos, Casemiro afirmou não poupar esforços para ter Neymar em campo. O capitão da seleção garantiu que a decisão está nas escolhas do atacante e que, se depender dele, correrá pelo companheiro.

"Se eu tenho que me desdobrar dentro do campo para ele dar o último passe ou fazer o gol, eu faço. Na Copa de 2022, o pessoal perguntava: "o Neymar é o craque do time?". Aí eu respondia assim: se tem um pênalti, no último minuto, na semifinal, quem vai bater? Eu acho que o Neymar é irrecusável para qualquer um, mas a gente sabe que ele tem que estar bem. Cabe muito mais a ele saber o que fazer e o que não fazer, mas acho que a gente precisa dele. Com a qualidade dele, a gente precisa", declarou.

Apesar do assunto Neymar ainda ser uma pauta longe de uma definição, Casemiro apontou que a seleção brasileira chegará como uma das favoritas na Copa do Mundo. O meia reconheceu que o trabalho ainda esteja atrasado, mas apostou no fator Ancelotti para recuperar o tempo perdido.

"Eu penso que nós iremos chegar muito fortes. Acho que ainda estamos um pouco atrás em termos de tempo de trabalho, principalmente se você for ver os dias de trabalho do mister (Carlo Ancelotti), não é igual às outras seleções, que já vem com ciclos diferentes, né? Se você for analisar em dias, nós vamos falar de 30, 40 dias dele conosco", avaliou Casemiro.

"Mas eu acho que nós chegamos num bom momento, porque temos jogadores de qualidade, temos jogadores de alto nível, e eu acho que junto com o mister, com a experiência que ele tem no futebol, também é um fator muito importante. Ele é um cara que consegue unir o grupo, não só os jogadores, mas todos da comissão", complementou.

"Não acho que nós estamos abaixo dessa prateleira, até mesmo porque nós somos o Brasil. Se for analisar jogador por jogador, você fala: nós podemos competir contra qualquer um", afirmou.

Casemiro estará mais uma vez à disposição de Carlo Ancelotti para os últimos testes da seleção brasileira em 2025. O meia do Manchester United já está em Londres e participou do primeiro treinamento nesta segunda-feira no CT do Arsenal. 

A seleção brasileira encerra a temporada com dois amistosos contra adversários africanos. No sábado, às 13h (horário de Brasília), a Canarinho enfrenta Senegal, no Emirates Stadium, em Londres, e na terça, encara a Tunísia, às 16h30, em Lille, na França.