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·4 décembre 2025

Do falso auge às fissuras: Abel enfrenta primeira temporada completa sem títulos no Palmeiras

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Abel Ferreira concluiu o seu primeiro ano completo à frente do Palmeiras sem conquistar títulos. Uma quebra significativa num clube habituado a ver o treinador como garantia de competitividade e de decisões vitoriosas.

A temporada revelou falhas acumuladas, dificuldades estruturais e escolhas que não tiveram o efeito esperado, mesmo numa equipa que chegou longe em quase tudo.


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Causas e motivações

O Palmeiras experienciou durante meses uma clara falta de fluidez ofensiva. Em muitos jogos, a equipa parecia previsível, com circulação lenta, pouca criatividade entre linhas e dificuldade em construir ataques sustentáveis.

O problema tornou-se ainda mais evidente quando a equipa passou a depender quase exclusivamente de ligações diretas, um recurso que se transformou não numa alternativa tática, mas no plano principal. Quando este padrão era neutralizado, a equipa produzia pouco, e os adversários aprenderam a neutralizar o Palmeiras com mais facilidade do que em anos anteriores.

Este empobrecimento do repertório foi também consequência direta de um planeamento de contratações pouco eficaz. Com exceção de Vitor Roque, que teve um impacto imediato, as restantes contratações de peso não corresponderam ao investimento.

O caso mais emblemático foi o de Paulinho, um dos mais caros da temporada, que chegou do Atlético Mineiro já lesionado, jogou pouco, quase sempre em sacrifício, e não conseguiu dar a resposta técnica real esperada (pelo menos não pelo tempo necessário). Entre ausências e desempenhos abaixo do esperado, o Palmeiras não obteve dos reforços o salto qualitativo que projetou.

Houve contraponto, mas faltou «cabeça fria e coração quente»

Houve, contudo, um período de evolução. Quando Abel encontrou uma lógica que potencializou a dupla Flaco López e Roque, o Palmeiras viveu o seu melhor momento na temporada. Os dois avançados marcaram muitos golos, resolveram partidas e deram à equipa uma identidade mais agressiva. Parecia, finalmente, o início de uma reta final mais sólida.

Mas essa solução, que já era limitada em termos de variedade de movimentos, não se confirmou nos jogos-chave. Na Libertadores e no Brasileirão, a dupla não manteve o brilho nos momentos finais, a equipa ficou presa no mesmo padrão de sempre e o ataque voltou a falhar.

Em paralelo, o ambiente também sofreu interferências externas. As declarações exageradas de Abel contra a arbitragem, que perduraram por semanas importantes, criaram ruído, desviaram a atenção do grupo e, em momentos decisivos, contribuíram para a sensação de dispersão. A equipa que historicamente se fortaleceu em torno do foco e da disciplina competitiva pareceu, em 2025, gastar energia demais com "conspirações" fora das quatro linhas.

O resultado foi um ano de "quase". Vice do Paulistão para o Corinthians, vice da Libertadores para o Flamengo, vice do Brasileiro também para o Rubro-Negro. Uma equipa competitiva, mas previsível. Lutadora, mas pouco criativa. Forte, mas incapaz de decidir quando o peso do jogo se tornou mais denso.

Com a renovação encaminhada até 2027, último ano do mandato de Leila Pereira, Abel enfrenta agora um duplo desafio: recuperar a identidade ofensiva que fez o Palmeiras dominar o continente e, ao mesmo tempo, corrigir o rumo do planeamento.

O treinador que mudou a história recente do clube viveu a sua temporada mais difícil, e agora precisa transformar o que foi um ano de limitações num ponto de viragem para um novo ciclo.

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