Jogada10
·1 décembre 2025
Falta de repertório do Palmeiras escancara culpa integral de Abel

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·1 décembre 2025

O Palmeiras transformou a final da Libertadores em Lima em um espetáculo de chutões e lançamentos precipitados, insistindo em bolas esticadas para os atacantes. Um elenco super milionário, recheado de jogadores de qualidade, mas que apresentou um futebol limitado, pobre em ideias e distante do investimento realizado.
O período ao qual emendou goleadas na temporada de 2025 — frente a Internacional, River Plate na Argentina e Fortaleza — refletiu um bom futebol, sim, mas momentâneo. Serviu, portanto, para criar ilusões de que o time se tornaria uma nova versão da Academia de Futebol.
Na sequência, o time caiu bruscamente de rendimento, o que se comprova em números com um aproveitamento vergonhoso de 0,11% nas últimas seis partidas. E isso passa pelo técnico Abel Ferreira, embora ele tenha se tornado, merecidamente, o maior treinador da história do clube. Fruto da disciplina, do foco e da competitividade.
A questão, porém, é que a chegada de novos jogadores de criação no decorrer da temporada exigia novas ideias: posse de bola, variação tática, construção paciente de jogadas. E o que se viu foi a manutenção de um estilo previsível e desconectado da qualidade disponível.
Os reforços, somados aos que já faziam parte do elenco, eram capazes de entregar muito mais neste segundo semestre. Entretanto, se viram engessados por um modelo de jogo incompatível com suas características técnicas.
Prova disso foi a substituição de Allan logo após o gol do Flamengo, que escancarou a escassez de repertório do treinador. Afinal, Abel sacou justamente o jogador capaz de driblar, romper linhas e abrir espaços. Assim, a possibilidade de construir jogadas com a posse de bola e no chão deu lugar a um jogo aéreo previsível em que o adversário já estava de sobreaviso.
Andreas Pereira, Sosa, Felipe Anderson, Maurício, Vitor Roque. Além de nomes como Raphael Veiga, Piquerez, Allan e Flaco López. De que adianta tanta qualidade técnica no elenco se o repertório se limita a bolas longas lançadas contra defesas bem organizadas?
O Palmeiras passou longe de merecer o tetra da Libertadores, ainda que tenha motivos para reclamar da não expulsão absurda de Pulgar ainda no primeiro tempo.
Pior do que isso é a constatação de que Abel não dá sinais sobre admitir sua falha pessoal. Resumir, na coletiva pós-decisão da Libertadores, que faltou casca ao time é esbofetear a face palmeirense. Mas o torcedor não é bobo. E já percebeu, por mais que doa na alma, a realidade de que desse angu, não sai mais caroço.
À diretoria atual, um recado: é preciso dar um passo de coragem. O mesmo dado pela administração anterior quando contratou Abel, ainda uma aposta em 2020. Sim, é hora de um novo ciclo no comando técnico palmeirense. Para o bem de todos os lados.









































