Esporte News Mundo
·12 décembre 2025
Gramados sintéticos voltam ao centro da disputa e CBF é cobrada

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·12 décembre 2025

A discussão sobre os gramados sintéticos voltou ao centro das atenções no Conselho Técnico da Série A, realizado no Rio de Janeiro. A maior parte dos dirigentes presentes solicitou que a CBF interrompa qualquer nova aprovação desse tipo de piso até que um estudo mais amplo seja produzido e que a opinião dos atletas tenha peso direto na decisão.
A proposta abre caminho para um possível veto futuro, com eventual transição obrigatória para a grama natural. Embora não haja sinalização de que essa será a posição final da entidade, o movimento contrário aos gramados artificiais é hoje majoritário entre os clubes.
A pressão ganhou força após a manifestação de jogadores de alto impacto como Neymar, Thiago Silva, Gabigol e Philippe Coutinho, no início do ano, criticando a utilização do piso sintético. Em resposta, cinco clubes defenderam publicamente os seus estádios com grama artificial, afirmando que estruturas de “alta performance” superam as condições ruins encontradas em parte dos gramados naturais do país.
A CBF indicou que o tema só deve avançar entre fevereiro e março de 2026, quando um novo encontro será realizado. Até lá, a confederação não espera que clubes tentem modificar seus estádios devido ao embate em curso.
A entidade já havia solicitado, no início da temporada, um levantamento sobre lesões em campos naturais e sintéticos. O resultado não apresentou diferenças significativas, mas agora a CBF pretende ampliar o escopo, incluindo análises técnicas como ritmo de jogo e possíveis vantagens competitivas para equipes que utilizam o gramado artificial.
Além disso, dirigentes defendem que decisões complexas passem a seguir um modelo de governança mais rígido, com quórum qualificado e prazos mínimos para revisões, mecanismo semelhante ao debate sobre o limite de estrangeiros, que subiu ao longo dos últimos anos e agora tem apoio amplo para ser reduzido.
A reunião do primeiro trimestre de 2026 também deve tratar sobre a proposta de diminuir o número de rebaixados, tema que exige envolver clubes da Série B por impacto direto na competição. Não há garantia de que qualquer um desses assuntos será resolvido neste encontro, mas a tendência é que o debate seja retomado sem novos adiamentos.
O gramado sintético, porém, desponta como o ponto mais sensível da pauta. O Flamengo lidera a ala mais crítica e formalizou à CBF um pedido para banir o piso artificial, prevendo um período de transição até 2027 na Série A e um ano adicional para a Série B. A iniciativa irritou os cinco clubes que atuam em estádios sintéticos: Athletico-PR, Atlético-MG, Botafogo, Chapecoense e Palmeiras.
Com projeção de que até 30% das partidas do Brasileirão de 2026 aconteçam em arenas com esse tipo de gramado, a CBF promete enfrentar o debate de forma definitiva, enquanto também deve intensificar cobranças sobre a qualidade dos gramados naturais no país.









































