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·23 décembre 2025
O Futebol Brasileiro na Encruzilhada: cobrando pelos ‘minutos’ enquanto a geração Z pede ‘momentos’ – PARTE I

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O Futebol Brasileiro na Encruzilhada: cobrando pelos ‘minutos’ enquanto a geração Z pede ‘momentos’ – PARTE I
Por que o modelo de Pay-TV está obsoleto e como a Liga Brasileira pode adotar a visão de inversão de valor para garantir o futuro da audiência
O futebol brasileiro, com sua paixão fervorosa e audiência massiva, tem sido o pilar do modelo tradicional de direitos de transmissão na América do Sul. No entanto, Michael Broughton apresenta uma visão em seu artigo sobre a inversão de valor no esporte global — onde o público está pagando pelos “minutos” de uma partida, valorizando e consumindo apenas os “momentos” cruciais — que serve como um espelho crítico para a Série A do nosso futebol.
Nossa tese é direta: se a indústria continua a trancar o jogo completo (90 minutos) atrás de paywalls caros (seja em pay-per-view ou TV a cabo), enquanto os gols e lances virais são distribuídos gratuitamente em segundos no TikTok, estamos cobrando pelo produto errado.
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O modelo atual no Brasil é a personificação do “Modelo Legado”: a partida ao vivo é o ativo mais escasso e, portanto, o mais caro. As plataformas pagam somas bilionárias pelos direitos, o que força a criação de barreiras de acesso para recuperar o investimento.
Contudo, os dados globais indicam um desinteresse crescente pela forma de consumo tradicional:
Para o fã jovem brasileiro, o tweet viral sobre um golaço de bicicleta ou o clipe editado e remixado de uma polêmica de arbitragem são o foco de seu engajamento, não a jornada completa do jogo. Eles utilizam múltiplos dispositivos e esperam imediação, escolha e compartilhabilidade, algo que o rígido contrato de transmissão de 90 minutos não entrega.
Como Broughton argumenta, se o conteúdo mais emocionante — o que impulsiona a cultura e o engajamento — é dado de graça, o jogo completo se torna o “enchimento” pelo qual se está cobrando.
O desafio para a Liga e os clubes brasileiros não é se o público vai pagar, mas pelo que ele vai pagar. A solução, inspirada na provocação de Broughton, é liberar o jogo como marketing e cobrar pela experiência e propriedade que o acompanha.
O valor não deve estar no jogo, mas nos seus derivados e no acesso. Os clubes podem criar receita com:
O próximo ciclo de negociação de direitos no Brasil será crucial. Se a Liga insistir em cobrar um valor inflacionado pelo pacote Full Game, Gated Access, ela corre o risco de se desconectar ainda mais da Geração Z.
Como John Skipper, ex-Presidente da ESPN, advertiu, a ideia de que “paywalls vencerão para sempre é falha.” No ambiente digital, impor fricção (assinaturas caras) em um produto que o público não quer consumir integralmente é uma receita para o declínio.
A adaptação não exige que o futebol abandone completamente a Pay-TV, mas sim que adote uma abordagem híbrida: gerenciar segmentos de audiência. Enquanto os fãs mais velhos continuam a preferir a experiência de 90 minutos, os jovens exigem flexibilidade, clipes e snackable content.
O futuro do engajamento e da receita do futebol brasileiro não está em vender o tempo de transmissão, mas sim em vender o acesso, a personalização e a participação nos momentos que definem o esporte.
Por: Filipe Cunha – Finanças Tricolor – https://financastricolor.substack.com/p/o-futebol-brasileiro-na-encruzilhada









































