A declaração emocionante de Alan Ruschel, ex-lateral do Inter | OneFootball

A tragédia aérea com a Chapecoense completa nove anos, e um dos sobreviventes, o ex-Inter Alan Ruschel, voltou a relembrar publicamente os momentos que antecederam o acidente que comoveu o planeta. Em entrevista ao jornal Marca, da Espanha, o lateral abriu o coração e revelou detalhes impactantes sobre tudo o que viveu naquela noite de 28 de novembro de 2016, desde os minutos dentro da aeronave até a luta pela própria vida após o resgate. Seu depoimento, mesmo quase uma década depois, continua emocionando e chocando pela profundidade e pela força com que revive lembranças que marcaram para sempre a história do esporte mundial.

Ruschel explica que recorda nitidamente os instantes finais antes da queda: o piloto anunciando o pouso, as voltas repetidas no ar, as luzes do avião que repentinamente se apagaram e o silêncio absoluto que tomou conta da cabine. “Ninguém gritou, não houve pânico. Só aquela sensação de: ‘O que está acontecendo?’”, relatou. Poucos segundos depois, a turbulência intensa e o alarme interno foram os últimos sinais que ele conseguiu registrar antes de perder a consciência.

O lateral também falou sobre uma coincidência que, segundo ele, pode ter salvado sua vida. Inicialmente, Ruschel planejava viajar sozinho e até chegou a se deitar numa fileira mais atrás. Porém, um jornalista ocupou aquele espaço, e Follmann — outro sobrevivente — chamou o jogador para sentar ao seu lado. “Nós dois nos salvamos”, afirmou.

Ao despertar após o acidente, Alan não lembrava de absolutamente nada do resgate. Segundo os socorristas, ele estava em completo estado de choque e chegou a pedir que chamassem seu pai. A gravidade da lesão na coluna preocupava os médicos, que acreditavam, inicialmente, que a medula espinhal havia sido afetada. Mas um teste simples mudou tudo: ao sentir o toque de uma agulha no pé, as esperanças renasceram. E o milagre aconteceu. Em cerca de dez dias, ele já dava os primeiros passos — algo que normalmente exige até dois meses de recuperação.

Hoje, Alan Ruschel se tornou símbolo de resiliência e superação. Seu depoimento reforça que, apesar de o tempo ter passado, as memórias seguem vivas e ainda emocionam toda uma geração que jamais esquecerá a maior tragédia do futebol moderno.