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·24 November 2025

Promotor do MP explica motivo de ter sugerido intervenção judicial no Corinthians

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  1. Por Fabio Luigi / Redação da Central do Timão

O promotor do Ministério Público de São Paulo, Cássio Conserino, que investiga os gastões nos cartões corporativos das três últimas gestões do Corinthians concedeu entrevista ao programa Domingol, da CNN Brasil, e explicou o motivo de ter encaminhado uma representação, na última terça-feira (18), à Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social sugerindo que o clube passe por um processo de intervenção judicial.

“Foi uma representação encaminhada à Promotoria do Patrimônio Público Social visando a instauração de um inquérito civil ou do ajuizamento de uma ação civil pública para a intervenção judicial do clube com o objetivo de nomear um interventor provisório, que atuaria para sanear, corrigir e restabelecer o rumo da entidade esportiva“, iniciou.


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Foto: Divulgaçção/Corinthians

Ele complementou citando algumas atas de reuniões do Conselho de Orientação do Corinthians (CORI) e o relatório de consultoria da Alvarez & Marsal, que prestou serviços ao clube no início da gestão do presidente destituído Augusto Melo (janeiro de 2024 até maio de 2025).

Com base em algumas atas do Cori, detectamos situações pontuais que exigiam também pronta intervenção do Ministério Público e que guardavam conexão com as investigações originárias. Um deles é que deu ensejo à representação à (Promotoria) Patrimônio Público e Social, porque obtivemos a íntegra da auditoria externa da Alvarez & Marsal, que trouxe pontos sensíveis e que permitiam uma postura um pouco mais arriscada e fundamentada“, continuou.

A sugestão do promotor está sob análise de profissionais da área cível e, caso aprovado, o pedido poderá ser feito. O documento possui mais de 50 páginas e foi emitido no dia 11 de novembro. Nele, são listados 25 motivos para que um inquérito seja aberto ou o ajuizamento de uma ação civil pública.

Em seguida, Conserino explicou os próximos passos dependendo do desfecho: “Estamos falando no campo das possibilidades. Foi feita uma representação. Ela primeiro precisa ser acolhida pela Promotoria do Patrimônio Público Social. Uma vez acolhida, vira inquérito ou ação civil e passa para uma segunda etapa: submissão deste pleito ao poder judiciário, quando o juíz cível vai determinar a intervenção ou não.”

“Quem decide (sobre a intervenção judicial) é um juiz cível. Quem decide sobre o interventor é o juiz cível. Na decisão de intervenção, caso aconteça, o juiz vai delimitar os poderes desse interventor. Será uma trajetória temporária. Ele vai levantar contratos suspeitos, o passivo, realizar auditoria financeira… ele vai trabalhar como uma espécie de restaurador do equilíbrio da entidade esportiva. Tem limites impostos pelo juiz”, complementou.

Posteriormente, afirmou que não há um prazo para que a promotoria confirme tal sugestionamento: Prazo e Justiça são palavras inconciliáveis. Não posso falar prazo porque não sei a demanda da Vara Cível que vai se incubir de decidir essa questão. Não sei qual a demanda da Promotoria do Patrimônio Público Social. Não posso aferir prazo”, explica.

Caso a Promotoria acolha a sugestão de Cássio Conserino, será nomeado um interventor que assumirá a administração do clube e revisará todos os contratos. Ele permanece no cargo até que a Justiça entenda que a entidade passa a ter condições mais adequadas de governança.

“Depende do que constar no conteúdo da decisão judicial de intervenção. Falo no campo da suposição, não estou afirmando nada, até porque não é da minha alçada fazer juízo de valor em relação a isso. É da minha alçada sugerir por conta da situação de inúmeros atos ilícitos, criminais e irregularidades administrativas.”

“O pedido foi feito com base, inclusive, numa recente decisão do STF, do dia 8 de agosto, em que submeteram ao pleno uma situação similar e entenderam que quando a entidade desportiva atua em contrariedade ao ordenamento política, à política estatutária e à gestão temerária, é possível intervenção no clube. (Sobre conselheiros do Corinthians) depende da decisão judicial. Depende dos poderes determinado pelo juiz caso ela aconteça. Parece que há um precedente, não muito similar, no Bahia. Não tenho aqui elementos para externalizá-los mas parece que aconteceu algo parecido no Bahia”, finalizou.

Recentemente, Andrés Sanchez foi denunciado pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) por lavagem de dinheiro, apropriação indébita e falsidade de documento tributário pelo uso irregular do cartão corporativo do Corinthians durante seu segundo mandato na administração do clube (2018-2020). Além dele, são investigados pelos mesmos motivos, também, os ex-presidentes Duílio Monteiro Alves (2021-2023) e Augusto Melo (2024-2025).

O documento citado na matéria foi encaminhado à Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social pelo fato de que Cássio Conserino, atuante na área criminal, não tem o poder de solicitar, diretamente, uma intervenção judicial no Corinthians e, por isso, encaminhou a representação para outra promotoria e aguarda a avaliação. Dentre os vários aspectos abordados, o documento menciona o desvio de materiais esportivos do clube, utilização do cartão corporativo do Alvinegro para fins pessoas e até mesmo uma possível atuação do crime organização na instituição.

O que é intervenção judicial?

O conceito de intervenção judicial se refere a um tipo de mecanismo previsto em lei em que uma fundação, empresa ou clube apresenta indicativos de irregularidades em sua gestão, que podem afetar a credibilidade, funcionamento e transparência. Com isso, o Ministério Público ou a promotoria competente pode solicitar à Justiça que passe a assumir, de maneira temporária, o controle da administração.

No futebol, o processo ocorre da mesma maneira do que em relação a qualquer entidade privada. Se necessário, o juiz pode pedir a suspensão parcial ou integral das ações da diretoria em questão. A partir daí, é nomeado um interventor judicial para ficar responsável sobre a administração da instituição. Ele permanece no cargo até que a Justiça entenda que a entidade passa a ter condições mais adequadas de governança.

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