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·21 November 2025
Terceiro confronto em cinco anos: sorteio voltou a cruzar FC Porto e Sintrense

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·21 November 2025

O FC Porto e o Sintrense vão voltar a encontrar-se na Taça de Portugal e, ainda que o emparelhamento pudesse passar despercebido numa edição comum da prova, há um detalhe que o torna especialmente curioso: esta será a terceira vez, em apenas cinco anos, que as duas equipas se cruzam na competição.
Num torneio nacional com dezenas de participantes e emparelhamentos tão variados, repetir um duelo com esta frequência, sobretudo envolvendo um «grande» e um clube modesto como o Sintrense, é um daqueles fenómenos estatísticos que o futebol, de vez em quando, gosta de produzir.
O primeiro capítulo desta trilogia recente aconteceu em outubro de 2021, quando o Sintrense teve de receber o FC Porto no Complexo Desportivo do Real SC, em Queluz. O jogo terminou com um contundente 0-5, numa noite em que a diferença de forças se tornou inevitavelmente evidente.
Três anos depois, em outubro de 2024, as equipas voltaram a cruzar-se, novamente com o Sintrense a jogar longe de Sintra - desta vez no Estádio José Gomes, emprestado pelo Estrela da Amadora.
O desfecho foi semelhante: vitória portista por 0-3 e mais uma eliminatória superada sem grandes sobressaltos. Dois duelos, duas vitórias amplas, nenhum golo sofrido e, de certa forma, a sensação de que o FC Porto foi sempre visitante… sem verdadeiramente o ser.
Agora, chega o terceiro encontro, marcado para este sábado e com toque diferente: pela primeira vez nesta trilogia, o jogo será disputado no Estádio do Dragão. O Sintrense, que nos dois capítulos anteriores, jogou sempre em «casas» emprestadas, desloca-se finalmente ao território portista.
Este não será, no entanto, o ponto central da história - apenas uma nuance interessante num enredo que se repete com uma regularidade improvável. O foco está mesmo no facto de FC Porto e Sintrense serem sorteados tantas vezes num intervalo tão curto, quase como se a Taça insistisse em juntar dois clubes cujos caminhos, em teoria, raramente se deveriam cruzar.
Há, porém, outro contexto que torna esta reedição particularmente relevante: o percurso recente do FC Porto na Taça de Portugal. Até novembro de 2024, os dragões somaram vinte e duas vitórias consecutivas na competição, uma série notável iniciada precisamente após o encontro com o Sintrense em 2021.
Foi uma sequência que abrangeu três troféus consecutivos - e quatro nas últimas cinco temporadas - e que apenas terminou com uma eliminação rara, quase inédita face ao domínio que vinham apresentando na prova. A última derrota registada antes desse desaire tinha acontecido em março de 2021, frente ao SC Braga, também no Dragão, o que mostra bem a consistência portista na competição.
Este historial reforça o favoritismo azul e branco e ajuda a explicar porque é que qualquer adversário de escalão inferior, como o Sintrense, entra numa eliminatória deste género com a fasquia tão elevada. Ao mesmo tempo, contribui para sublinhar a tal coincidência estatística: por alguma razão, a Taça decidiu cruzar três vezes o caminho de uma das equipas mais dominantes da prova com o de um clube que tenta, sempre que aparece neste palco, deixar uma marca.
No sábado, o Sintrense chega ao Dragão com a memória fresca dos dois encontros anteriores, consciente da diferença de forças, mas também com a vontade natural de contrariar o guião. O FC Porto, por sua vez, reencontra um adversário que já conhece demasiado bem para o estatuto que a diferença de escalões sugere e volta a ter a responsabilidade de confirmar o favoritismo num torneio onde raramente cede.
Três jogos, cinco anos, a mesma competição. A repetição não apaga a diferença entre os clubes, mas torna a coincidência irresistível e oferece pretexto suficiente para reler os episódios anteriores antes de assistir ao próximo capítulo. Porque, se a Taça gosta de surpresas, também parece gostar, às vezes, de repetições. E esta é uma daquelas que vale a pena sublinhar.









































