Central do Timão
·24 Oktober 2025
Um ano e meio: Chicão e Batata fazem balanço de passagem na base do Corinthians

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·24 Oktober 2025

Na noite da última terça-feira, 21 de outubro, os ex-zagueiros Batata e Chicão, que atuaram em diferentes épocas no Corinthians e, entre janeiro de 2024 e maio de 2025 foram coordenadores técnico e de transição na base corinthiana, concederam entrevista exclusiva ao programa Alambrado Alvinegro, no YouTube.
Ambos deixaram as categorias de base do Corinthians na reta final de maio de 2025, após o afastamento de Augusto Melo da presidência do clube – que viria a sofrer impeachment definitivo no início de agosto – após desdobramentos do Caso VaideBet. Durante a entrevista, os dois ex-atletas fizeram um balanço do trabalho no clube, contaram os bastidores da demissão e foram questionados sobre diversas outras pautas.

Foto: Reprodução/Corinthians TV
Confira abaixo algumas respostas de Batata e Chicão na entrevista:
Chicão
Bastidores da saída do clube e lamentação pelo ‘projeto’ interrompido’
“Eu não me arrependo, pois foi um ótimo aprendizado, um aprendizado de verdade. Fiz cursos na Universidade. É excelente! Tenho a licença B da CBF. Eu também caí de paraquedas na função e tentamos fazer o melhor. Houve um projeto que desenvolvemos onde eu consegui realizar duas ‘peneiras’ em duas cidades. Estava criando uma situação para o clube ter núcleos no interior, até fora de São Paulo, posteriormente. Infelizmente, o projeto não teve continuidade. Realizamos peneiras em Palmital e em Cruzeiro, com 400 crianças em cada cidade. E conseguimos fazer isso sem gastar um real! Estávamos colocando essa ideia em prática. É uma pena que não tenha tido sequência, mas estávamos tentando buscar o melhor para o clube.”
Saída de Kauê Furquim para o Bahia após pagamento de multa rescisória
“Quando aconteceu a situação do Furquim, peguei meu telefone e liguei para o (Gui) Amorim – ele estava quase saindo junto, e eu estava com o Batata. Eu disse: ‘Cara, não tome a decisão por impulso, pois lá na frente, quem será cobrado é você, não o empresário nem o clube. Tome uma decisão de coração’. No dia seguinte, ele renovou o contrato. Posteriormente, ele (Furquim) acabou indo para o Bahia com dinheiro do Grupo City, gerando uma polêmica danada. O Osmar (Stabile) estava reclamando que usaram dinheiro estrangeiro para levá-lo. O caso está na justiça. Como o Bahia pertence ao Grupo City, eles identificaram uma brecha contratual nos valores, depositaram e o tiraram.”
“Não há o que fazer, a não ser que o garoto batesse o pé e dissesse: ‘Não quero ir, quero ficar.’ Talvez ele tenha sido convencido, não sei. A questão é que nós nunca divulgávamos que os garotos treinavam no profissional, justamente por esse medo de assédio. Se você expõe o atleta e a multa dele é baixa, isso acontece. Aconteceu, por exemplo, com o Victor Roque no Cruzeiro, um atleta que o clube foi lá e o tirou. Eu tinha um cuidado muito grande para não divulgar que os meninos iam treinar no profissional. Porque tem garoto que ganha um valor baixo e tem multa baixa. Aí pensam: ‘Ele é bom, vamos levar.’ Quatro meses depois (do meu desligamento), vejo que os meninos estão treinando e sendo expostos.”
Presença do filho de Alex Brrasil, ex-executivo da base corinthiana, atuando na categoria Sub-14 ao ser questionado sobre possíveis ‘esquemas’ na base do Corinthians
“O filho do Alex Brasil estava no Palmeiras e depois saiu. O Alex o levou para lá, mas ele era bom de bola, um bom jogador. Ele fez boas partidas recentemente. O que importa é ver a qualidade do garoto, e não julgá-lo porque o pai era executivo do clube. Mas isso é difícil de acontecer.”
Batata
Se surpreendeu com a demissão?
“A notícia chegou: o Chicão me ligou e disse: ‘Estamos fora.’ Mas, para mim, não foi nenhuma surpresa. Com a troca de presidente, quando o ex-presidente saiu, já sentíamos que outro grupo político assumiria, e, automaticamente, quem o apoiava sairia, como está acontecendo agora. Não me surpreendeu (a saída). A única coisa que lamento é a interrupção do trabalho que estava sendo feito, principalmente com os meninos que estavam sendo aproveitados nos treinos da equipe principal. Mas isso é normal. Resta apenas agradecer a oportunidade que o me deu. É natural que, em um clube da grandeza do Corinthians, com a entrada de uma nova gestão, a outra saia.”
Alto número de contratações para a base do Corinthians (87) – Sub-17 e 20 em um ano e meio + pressão sofrida para interferir em escalações de atletas
“Olha só, minha função não era contratar. Minha responsabilidade era a coordenação dentro de campo. Eu debatia, como eu disse, com os treinadores. Não, eu não contratava ninguém. Eu participei apenas de uma reunião com os pais e o Robson, porque o Robson me pediu para conversar com um garoto que estava de saída. Nós só começamos a fazer essas reuniões com todos na sala depois. Eu não participava de reuniões com empresários. Minha função era, estritamente, com os treinadores, no campo.”
“Teve um empresário que nos disse: ‘O pai do Fulano não gosta de vocês, porque o pai queria que ele jogasse.’ Mas não sou eu quem escalo. Essa é a questão, muitas vezes você não pode falar abertamente com um atleta, pois o empresário estará lá no dia seguinte. O comportamento (do treinador) precisa ser cauteloso em relação ao jogador.”
Função de lapidar os talentos
“Mas eu disse a eles: ‘Um dia, eu vou falar o que vocês têm que ouvir. Eu sou amigo de vocês, não posso mentir. Não posso passar a mão na cabeça de vocês quando estiverem fazendo as coisas erradas. Se eu fizesse isso, não seria sincero nem honesto. Gostar ou não é uma escolha de vocês, mas eu não posso mentir’. Essa é a experiência que eu adquiri com outros jogadores mais velhos com quem trabalhei. Eu dizia a eles: ‘Temos um campeão mundial aqui, o último campeão mundial pelo Corinthians. Pensem nisso. Quantas vezes descemos no intervalo, pegamos o zagueiro e dissemos: Você está fazendo isso errado.'”
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