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·21 novembre 2025
Aprovado limite salarial e não só: as novas regras financeiras da Premier League

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·21 novembre 2025

Os clubes da Premier League aprovaram, esta sexta-feira, um novo conjunto de regras financeiras que entrarão em vigor a partir da época 2026/27, numa mudança estrutural que colocará um fim ao atual regime de rentabilidade e sustentabilidade (PSR). A implementação de limites salariais é a principal novidade.
Numa reunião de acionistas em Londres, os clubes votaram três propostas: o modelo de anchoring, o novo rácio de custos de plantel (SCR) e o pacote de sustentabilidade e resiliência do sistema (SSR). O anchoring foi rejeitado, com apenas sete votos favoráveis, mas o SCR foi aprovado por 14-6 entre as 20 equipas da competição e o SSR passou de forma unânime.
O SCR substituirá os limites de perdas de 105 milhões de libras (120M€) em três anos e passará a impor um teto direto às despesas com plantel e treinador, ligado às receitas de cada clube. Isto significa que as equipas só poderão gastar até 85 por cento do seu «rendimento relevante», incluindo receitas de exploração e lucros líquidos com vendas de jogadores, cujo impacto será agora calculado pela média dos últimos três anos. O objetivo é controlar os gastos sem impedir a competitividade e, ao mesmo tempo, garantir sanções mais rápidas e aplicadas dentro da própria época.
A partir de cada dia 1 de março, os clubes terão de passar num teste de conformidade: quem estiver abaixo dos 85 por cento estará dentro das regras, ou «no verde»; quem ultrapassar enfrentará nova avaliação no final da época e arrisca multas proporcionais ao excesso. Estas multas, apelidadas de levies, só começarão a ser aplicadas a partir de 2027/28, mas o simples incumprimento já no primeiro ano reduzirá o «limite vermelho» do clube, ou seja, um teto adicional, inicialmente fixado em 115 por cento, acima do qual entrarão em vigor castigos desportivos.
Os clubes que ultrapassarem o limite vermelho enfrentarão uma dedução mínima de seis pontos, acrescida de mais um ponto por cada 6,5 milhões de libras (7,4M€) de gastos acima desse patamar. Trata-se de uma mudança clara face ao PSR, que permitia que processos se arrastassem por várias épocas, criando distorções competitivas. Agora, as punições serão aplicadas no próprio ano da infração.
Sem o anchoring, que imporia um teto máximo comum e rígido, os clubes mais ricos mantêm margem para continuar a distanciar-se dos restantes, já que estas novas regras afetarão menos os chamados big six (Liverpool, Arsenal, Man City, Man United, Chelsea e Tottenham) pois estes são os clubes com maiores rendimentos. A Premier League justificou a rejeição desse modelo com a necessidade de manter a competitividade internacional.
O SSR, aprovado, acrescenta três testes (capital de exploração, liquidez e capital próprio) para avaliar a saúde financeira dos clubes no curto, médio e longo prazo, tentando garantir que estes não apenas cumprem limites salariais, mas também se mantêm estruturalmente sólidos.
Com estas alterações, o PSR desaparecerá do topo do futebol inglês após esta época, embora continue em vigor no Championship. Para já, a Premier League aposta que um controlo mais direto das despesas com o plantel e a ligação destas às receitas reais permitirá maior estabilidade.
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