Coluna do Fla
·5 dicembre 2025
Calendário insano, pontos fortes e fracos e o que sabem do Flamengo: jornalista mexicano faz raio-x do Cruz Azul

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·5 dicembre 2025

O Flamengo vive uma reta final de temporada pesada, com decisão atrás de decisão. Porém, o adversário da próxima quarta-feira (10), o Cruz Azul, vive cenário parecido. O rival do Mengão na primeira partida da Copa Intercontinental está na semifinal do Campeonato Mexicano e tem duelo decisivo às vésperas do embarque para o Catar.
Para conhecer um pouco mais sobre o time, que está na Copa Intercontinental por ter vencido a última ConcaChampions (a ‘Libertadores’ das Américas Central e do Norte’), o Coluna do Fla bateu um papo com o jornalista mexicano Fernando Villalobos, do Diario Récord. O repórter destacou os pontos fortes e fracos da equipe, o esquema tático favorito e como o Flamengo é visto no México.
— No Cruz Azul do (técnico Nicolás) Larcamón, os laterais são fundamentais. O time normalmente opta por jogar com três zagueiros e laterais que exploram as duas alas. Esquema 5-4-1 na defesa e 3-4-2-1 no ataque. Erik Lira, atuando como líbero na defesa central e subindo para o meio-campo no ataque, é uma peça-chave da equipe —, disse Fernando.
— O Cruz Azul é um time muito associativo, a posse de bola é uma de suas maiores virtudes e têm uma ideia clara de jogo desde há algum tempo. Forma que implantou no seu momento (o ex-técnico do time) Martín Anselmi (que agora está no Porto-POR) e hoje Nicolás Larcamón deu continuidade —, acrescentou.
O Cruz Azul tem um problema ‘parecido’ com o do Flamengo. Atualmente, o time de Filipe Luís sofre com a falta de um camisa 9, com a lesão de Pedro. No time mexicano, de acordo com Fernando, nenhum atleta tem a característica de colocar a bola para o fundo das redes.
— A posição de centroavante deve ser um dos pontos mais fracos do Cruz Azul, pois, apesar de ser um time com muitos gols, não tem um centroavante que faça muita diferença. No meio do ano, Gabriel Fernández não estava previsto para continuar no time e buscavam uma saída, mas a diretoria não conseguiu contratar ninguém em seu lugar e ele acabou ficando no time e se tornando titular nas últimas semanas —, relatou.
— Ángel Sepúlveda é o artilheiro mais consistente do time nos últimos anos, no entanto, por várias razões, Larcamón não lhe deu a titularidade absoluta e ao alternar com Fernández, fez com que sua cota de gols diminuísse neste torneio —, pontuou Fernando.
Se o Flamengo terá uma semana de descanso, já que vai escalar o time sub-20 contra o Mirassol, neste sábado (06), o Cruz Azul seguirá com o ‘pé no acelerador’. Nessa quarta-feira (03), o adversário do Mengão empatou em 1 a 1 com o Tigres (MEX), em casa, e buscará a vaga na final do Campeonato Mexicano como visitante no domingo (07), às 0h10, no horário de Brasília.
— O formato da Liga MX é “especial”. Não se joga uma liga que se ganha por pontos, mas sim uma fase regular de seis meses (Apertura 2025) e, posteriormente, os oito melhores classificados jogam a Fase Final, chamada Liguilla (Playoffs). Por isso, as quartas de final, semifinal e final são jogadas em ida e volta, com jogos duas vezes por semana —, explicou Fernando.
— O calendário tão apertado do Cruz Azul pode ser um fator a favor do Flamengo, pois existe a possibilidade de que o Cruz Azul chegue à final do futebol mexicano e precise viajar para o Catar para jogar a Copa Intercontinental e, em seguida, voltar ao México para disputar a final do título local nos dias 25 e 28 de dezembro —, detalhou.
Em resumo, o Flamengo não enfrenta um time mexicano desde 2014, quando encarou o León (MEX), na Libertadores. Apesar de o Mengão estar longe dos holofotes do país, o Mais Querido é conhecido e respeitado na terra do Cruz Azul. Além da história e do peso da camisa, o elenco ‘europeu’ comandado por Filipe Luís chama a atenção.
— No México, o Flamengo é reconhecido como um dos maiores times do Brasil. Para muitos, o maior. Mas a realidade é que a liga brasileira é pouco consumida aqui. Os jogadores que mais chamam a atenção da atual equipe do Flamengo são aqueles que tiveram passagem bem-sucedida pela Europa, como Danilo, Alex Sandro, Jorginho e Saúl Ñiguez. Ademais, claro, Giorgian de Arrascaeta —, falou Fernando.
Flamengo, campeão da Libertadores, e Cruz Azul, vencedor da Concachampions em junho, se enfrentam pelo ‘Dérbi das Américas’ da Copa Intercontinental na próxima quarta-feira (10). A bola rola a partir das 14h (horário de Brasília), no Catar. Confira, abaixo, outros pontos da entrevista de Fernando Villalobos, do Diario Récord, ao Coluna.
“A base da equipe é praticamente a mesma do time que ganhou a Concachampions no meio do ano, no entanto, tem duas peças novas que hoje são chave no time, uma em campo e outra no banco. Nicolás Larcamón assumiu a direção técnica do Cruz Azul após a saída de Vicente Sánchez. quem, como técnico interino, deu o título à ‘La Máquina’, mas por diferenças com a diretoria, não continuou no comando da equipe. José Paradela, ex-jogador do River Plate que veio ao México para brilhar no Necaxa, se tornou reforço do Cruz Azul no último verão e imediatamente se tornou uma peça-chave no time, um titular absoluto do meio-campo”.
“O Cruz Azul é um time que, apesar de ter uma das melhores equipes do futebol mexicano, não tem uma ‘estrela’ que se destaque notavelmente de grandes jogadores com um nível alto e muito similar, que é potencializado pelo trabalho em equipe: Erik Lira, ‘Charly’ Rodríguez e ‘Nacho’ Rivero são os pilares em campo. Ignacio ‘Nacho’ Rivero é o homem de maior hierarquia no Cruz Azul, o único que resta na equipe que foi campeã da Liga MX em 2021, capitão do time e jogador que normalmente aparece nos momentos críticos e partidas importantes”.
“A Copa Intercontinental tem muito peso para os clubes mexicanos. Até alguns anos atrás, era o Mundial de Clubes e representava a oportunidade mais importante para competir contra os melhores do mundo. Embora a realidade seja que as participações dos clubes da Liga MX historicamente não têm sido boas, salvo algumas exceções”.
“Claro, igualar o feito do Pachuca seria um grande logro para o Cruz Azul, pois isso seria igualar a segunda melhor participação de um clube mexicano nesse torneio. — contando também o antigo Mundial de Clubes — somente Tigres e Pachuca chegaram à final”.
“Desde que os clubes mexicanos deixaram de participar na Copa Libertadores, o torneio é seguido cada vez menos. E eu poderia dizer que o torcedor comum só presta atenção especial nas fases finais quando se decide o título. A final do campeonato entre Flamengo e Palmeiras teve mais atenção porque se sabia que desse confronto sairia o adversário do Cruz Azul na Copa Intercontinental”.
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