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·20 marzo 2025
Flamengo explica não assinatura de manifesto contra o racismo; clube gera revolta na internet

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·20 marzo 2025
Recentemente Alejandro Dominguez, presidente da Conmebol, declarou que a Libertadores sem clubes brasileiros seria impossível e comparou a situação a "Tarzan sem Chita". A fala do paraguaio caiu como uma bomba no futebol brasileiro, tanto que clubes da Libra assinaram um manifesto contra Alejandro.
Contudo, um clube ficou de fora da assinatura: o Flamengo. A informação é do jornalista Danilo Lavieri do "UOL". Após a repercussão da notícia nas redes sociais, o Rubro-Negro publicou uma nota oficial sobre o movimento político nos bastidores.
"NOTA OFICIAL DO FLAMENGO:
O Flamengo luta contra qualquer forma de racismo e discriminação há muito tempo e reafirma seu compromisso no combate estrutural ao racismo no futebol e na sociedade. No entanto, entendemos que as relações institucionais com a Conmebol devam ser conduzidas pela CBF, entidade que representa oficialmente os clubes brasileiros nos torneios sul-americanos.
No Flamengo, o combate ao racismo vai muito além do discurso. Além do manual interno de Combate ao Racismo, finalizamos os ajustes jurídicos para incluir em nosso estatuto uma cláusula antirracismo. O Flamengo tem plena consciência de sua enorme responsabilidade social e busca, todos os dias, ações estruturais que tragam impacto positivo real para o futebol e para a sociedade.
Clube de Regatas do Flamengo"
O presidente do Mais Querido falou sobre a possibilidade de clubes sofrerem punições em razão de atos racistas dos torcedores. Para Bap, a discussão é delicada, visto que influencia na questão esportiva das equipes.
"É sempre importante pensar o quanto você deve punir um clube pela atitude de uma pessoa que faz parte da sociedade e está ali no estádio. É uma situação bastante delicada. Tem de haver o repúdio e o combate, mas a coisa da punição... você se prepara o ano inteiro, disputa um campeonato inteiro. Chega lá e porque uma pessoa é racista, pune seu clube e você cai de uma Libertadores? É uma coisa delicada. Há de se discutir o tamanho da punição porque punir o clube é complicado", afirmou o presidente.
Bap também classificou o discurso de Alejandro Dominguez, anterior ao sorteio da Libertadores, como adequado e ponderado. O mandatário rubro-negro completou:
"É sempre importante lembrar que, em que pese o racismo ser algo odioso e que no Brasil é crime, nos outros 10 países da Conmebol não é. Eu entendo o desafio da Conmebol de lidar com 10 governos que não têm a visão que o brasileiro teve. Ele colocou muito bem que é um aspecto cultural. Para nós no Brasil é crime e para eles não", disse Bap.
A não assinatura do manifesto contra Alejandro Dominguez não caiu bem nas redes sociais. Jornalistas, flamenguistas e torcedores de outros clubes criticaram a atitude do Flamengo nos bastidores.
"É vergonhoso o Bap tornar o Flamengo o único clube da Libra a não assinar esse manifesto de repúdio à grotesca declaração de Alejandro Dominguez. Mas diante dos posicionamentos anteriores do BAP me causa zero surpresa", afirmou Vitor Sergio Rodrigues, jornalista da "TNT Sports".
"Entendo e concordo que as relações com a CONMEBOL devem ser através da CBF. Mas deveriam ter assinado, erraram, pela mensagem que isso passa e a posição que o Flamengo é colocado. Errou o BAP nessa, errou muito" disse um torcedor.
"Vacilo da diretoria, um clube onde revela Vinicius Jr, que hoje é um dos maiores nomes da luta contra o racismo, não pode se omitir perante casos assim. Diretoria errou", declarou um flamenguista.
O estopim do assunto aconteceu após o jogador Luighi, do Palmeiras, ter sofrido racismo por torcedores do Cerro Porteño durante uma partida da Copa Libertadores Sub-20.