Flamengo: Pedro em contagem regressiva na corrida contra o tempo | OneFootball

Desde o dia 22 de outubro, a Nação Rubro-Negra vive em função de um boletim médico. A fratura do atacante Pedro no jogo de ida da semifinal da Libertadores contra o Racing transformou a preparação para a final contra o Palmeiras numa corrida contra o tempo.

Hoje, 5 de novembro, completa exatamente duas semanas da lesão. A pergunta que vale o tetra não é "se" o Flamengo chega a Lima, mas "como" o seu artilheiro chegará lá.

O dia da fratura

O momento ocorreu no Estádio Maracanã. No início do segundo tempo da partida contra o Racing, num choque com um adversário, Pedro usou o braço direito para absorver o impacto.

A dor foi imediata. Mesmo com dores, ele permaneceu em campo por vários minutos antes de ser substituído e encaminhado para o hospital.

Os exames de imagem confirmaram o cenário: uma fratura na ulna (um dos ossos do antebraço) do braço direito.

O detalhe do diagnóstico foi uma fratura "sem desvio". Isso significa que o osso quebrou, mas não saiu do lugar, descartando, a princípio, a necessidade de uma cirurgia e abrindo a porta para um tratamento conservador baseado em imobilização.

Estado da recuperação de Pedro, hoje

O tempo de recuperação padrão para uma fratura de ulna é, clinicamente, de quatro a oito semanas para a calcificação do osso. O prazo inicial de imobilização foi estimado entre 21 e 30 dias.

O calendário é o obstáculo. A final é no dia 29 de novembro. A fratura ocorreu em 22 de outubro. Isto dá a Pedro um total de 38 dias entre o incidente e a final — um prazo no limite inferior do prognóstico médico.

Hoje, no 14º dia, Pedro segue em tratamento no Ninho do Urubu. Ele já foi autorizado a realizar exercícios na bicicleta e musculação para os membros inferiores, numa tentativa de minimizar a perda de condicionamento físico. Com a evolução do quadro de dor, o clube informou que ele deve começar a fazer atividades leves no campo, com bola, já esta semana.

O objetivo do DM é que ele complete as quatro semanas de consolidação óssea por volta do dia 19 de novembro. Nesse ponto, um novo Raio-X determinará o nível de calcificação e definirá a sua viabilidade para a final.

A 'proteção' da final: o plano de engenharia médica do Flamengo

O departamento médico do Flamengo está ciente de que Pedro não estará 100% calcificado até a final. Por isso, a estratégia não é apenas médica.

O clube já produziu uma imobilização especial, uma proteção rígida de fibra de carbono ou material similar, feita sob medida para o antebraço do jogador.

Esta proteção, no entanto, é a chave de tudo e depende de uma aprovação burocrática: ela precisará ser inspecionada e aprovada pela equipa de arbitragem e pelos delegados da CONMEBOL antes da partida.

A regra exige que a proteção não ofereça risco de lesão aos adversários.

A fabricação desta proteção revela a estratégia: o Flamengo não tenta "curar" Pedro a tempo, mas sim "isolá-lo do risco".

O plano é colocá-lo em campo num estado "clinicamente seguro, mas não totalmente recuperado", onde a tecnologia (a proteção) substitui a biologia (a calcificação completa).

Dilema de Filipe Luís: 'alta médica' x 'alta competitiva'

Mesmo que Pedro seja clinicamente liberado e a proteção aprovada, ele chegará a Lima com, no máximo, uma semana de treinos leves com bola. Ele estará sem ritmo de jogo por 38 dias.

O técnico Filipe Luís se encontra numa situação complexa. Meses atrás, numa polémica pública com o próprio Pedro, o treinador fez questão de diferenciar "alta médica" (liberado pelo DM) de "alta competitiva" (nível de desempenho para ser titular).

Na altura, ele afirmou que um jogador só joga quando atinge a "alta competitiva".

Agora, o cenário se inverteu. Pedro, se jogar, terá apenas a "alta médica". Filipe Luís será forçado a escalar o seu artilheiro baseado na sua importância e na liberação do DM.

A alternativa seria manter a filosofia e ir para a final com um ataque improvisado, uma escolha difícil de imaginar. A gestão desta crise é um teste para o treinador. Pedro está, obviamente, fora do jogo de hoje. A sua presença em Lima é o maior projeto do Flamengo em 2025.