Deus me Dibre
·2 giugno 2025
Leonardo Jardim valoriza vitória sobre o Palmeiras e vê Cruzeiro em “fase de evolução”

In partnership with
Yahoo sportsDeus me Dibre
·2 giugno 2025
Diante de um Mineirão com 60 mil torcedores, o Cruzeiro venceu o Palmeiras por 2 a 1 na noite deste domingo (1), pela 11ª rodada da Série A do Campeonato Brasileiro. Após o triunfo, o técnico Leonardo Jardim valorizou o desempenho da equipe, elogiou a postura dos jogadores e destacou a força da torcida celeste como um dos motores da boa fase vivida pelo clube na competição.
“O Cruzeiro entrou muito forte no jogo. Chegou com alguma facilidade no 2 a 0. Com pressão e com as bolas paradas, que era um problema e nós trabalhamos. Não tínhamos sido muito produtivos, mas hoje deu os dois gols e isso foi muito importante. Depois, no segundo tempo, o Palmeiras teve mais bola, mais capacidade e nós saímos mais em transição. Não é de estranhar. Quando eu cheguei falei que havia equipes mais preparadas que o Cruzeiro, quer o Palmeiras, quer o Flamengo, tem um elenco de jogadores muito importantes e por isso jogam várias competições no mesmo nível. Mas futebol se joga com 11 e com os que vão entrando. E o Cruzeiro teve a felicidade de não ter problemas de lesões, tem um grupo de jogadores talentosos, alguns que estavam num momento mais negativo, mas tem sua qualidade e voltaram a provar. O principal responsável por essa campanha: os jogadores. O treinador só tenta orientar o caminho e eles tem seguido isso de uma forma espetacular. Estou muito satisfeito com eles.”
O treinador português também destacou a evolução da equipe em fundamentos como as bolas paradas e os duelos individuais, ambos decisivos diante de um adversário direto na briga por vaga na Libertadores.
“Os duelos são importantes no futebol moderno. Os jogadores sabem que isso é importante e eles foram buscando em si próprios essa capacidade, quer defensiva ou ofensivamente, a gente tinha que ganhar os duelos individuais. E isso vem acontecendo porque são jogadores inteligentes, de qualidade. Antes de mostrarmos as qualidades na posse, na circulação, tínhamos que em termos defensivos ter outro impacto. Hoje tivemos um momento bom e um momento que tivemos que sofrer. O Wandersson já estava parado a muito tempo, o Kaio ficou parado com um hematoma na perna, o Gabriel teve uma gastroenterite dois dias… mas com a força do grupo conseguimos superar e conquistar os três pontos.”
Questionado sobre a identidade do Cruzeiro sob seu comando, Leonardo Jardim evitou definir o estilo da equipe de maneira rígida e explicou que procura adaptar seu modelo às características do elenco à disposição.
“A minha cara? Eu sou as vezes meio camaleão. Tenho uma cara, mas tento fazer um aproveitamento com os meus jogadores. Só posso fazer ‘minha cara’ com os jogadores que temos. E foi o que procurei nesse elenco, jogadores pra jogar de uma forma que eu achava que tinham condições de jogar. Estão de parabéns pelo empenho. Acho que os torcedores estão felizes, então quero agradecer toda essa paixão que eles colocam nos jogos e ajudam-nos a ser melhores, a ter positividade e energia dentro do campo. Gostaria de jogar sempre em casa, com 60 mil, porque jogamos sempre com 12.”
Com o Mineirão lotado, o técnico cruzeirense reforçou o papel do torcedor no crescimento do time. Jardim lembrou de sua relação antiga com o clube, ainda nos tempos de Mônaco, e celebrou a atmosfera criada nas arquibancadas.
“Um dos motivos que me fez vir, é essa energia que eu acreditava que as equipes brasileiras tem no seus torcedores. E mais o Cruzeiro. Lembro que em 2015 eu fiz uma ação publicitária do Mônaco com o Cruzeiro e é um clube que eu acompanhei, sabia dessa torcida fabulosa. E ela tem sido muito importante. Tem apoiado cada vez mais. Hoje é o grupo, é o Cruzeiro, nossa equipe. E isso eleva nossos jogadores.”
A boa fase de jogadores como Kaio Jorge também foi comentada. Jardim evitou entrar em polêmicas sobre Seleção principal, mas apontou que o Cruzeiro tem atletas com potencial de seleção.
“Não vou interferir nas decisões de quem manda. São pessoas competentes e vão ter as melhores decisões em prol dos jogadores que convocam. Mas com certeza vamos ter 2 ou 3 jogadores que podem ser alternativas. Mas cabem essencialmente ao Ancelloti, ele que vai preparar os jogos da Seleção.”
Questionado sobre a grande partida de Kaiki e uso de jovens das categorias de base, Jardim explicou o cuidado no processo de transição.
“Em relação a formação (base), eu sou um treinador que acredita que a formação é importante em todos os clubes. Temos que abrir portas para os jogadores da base. Criados, dentro do clube, o Lucas Silva que foi da base e é mais experiente, transmite os valores de ser cruzeirense. Nossa base, nesse momento, não tem jogadores pra resolver os problemas, mas tem jogadores que aos poucos vão ganhando experiência, estar com o grupo, jogar uma Copa do Brasil, Sul-Americana, e eles vão crescendo até se firmarem, ou não. Não é fácil, tem todo um processo. Falo porque trabalhei com muitos jovens, muito daquilo que o Bernardo Silva, o Fabinho, o Mbappé, eles moraram um ano, um ano meio, para um dia serem imprescindíveis. Não é fácil tirar e num toque de mágica colocar, posso queimar um jogador assim.”
Com a paralisação do Brasileirão por conta da disputa da Copa do Mundo de Clubes, Jardim vê a pausa como uma oportunidade para recuperar jogadores e manter o foco na evolução da equipe.
“As pausas tem sempre uma análise a posteriori. Estamos num bom momento e com certeza não tínhamos problemas de continuar a jogar. Agora temos uma pausa para a data FIFA, sabíamos que exista, vamos respeitar, vamos aproveitar pra recuperar alguns jogadores que estão fadigados e voltar a trabalhar seriamente. Porque o jogo do Vitória é tão importante quanto esse jogo.”
Por fim, Leonardo Jardim reforçou o discurso de pés no chão. Apesar da empolgação com o desempenho e os bons resultados, ele vê o Cruzeiro ainda em construção, com espaço para crescer.
“Eu não minto. Os torcedores não merecem que eu conte historinha. Você disse isso há dois meses, três meses, mês passado… eu conto a verdade, o que eu acredito, o que é um processo no futebol. Nenhum treinador muda num toque de mágica. Eu disse que iriam evoluir e estão evoluindo. E acredito que há espaço para evoluir mais. É sempre um caminho, sem tirar os pés do chão. O que nos trouxe pra essa fase foi o trabalho dos jogadores, o empenho, a qualidade, por isso não podemos perder esses valores contra o Vitória e para o decorrer da temporada.”