Zerozero
·15 ottobre 2025
«Paragens nos jogos do Mundial de Clubes? Podem voltar a acontecer no Campeonato do Mundo de 2026»

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·15 ottobre 2025
O S4 Congress, evento promovido pela Autoridade para a Prevenção e o Combate à Violência no Desporto e do que o zerozero é media partner, contou com vários intervenientes de renome.
Andrey Reis, diretor de operações de segurança da FIFA foi um dos oradores presentes no primeiro dia e, à margem da sua intervenção, esteve à conversa com o nosso portal.
Com um Campeonato do Mundo a ter lugar dentro de cerca de oito meses, este foi, de forma natural, um dos temas abordados na conversa com o representante do organismo que rege o futebol a nível mundial. Desde logo, quisemos perceber quão desafiante é organizar um evento desta magnitude em três países tão distintos [Canadá, Estados Unidos da América e México].
«A grande questão é respeitar a forma de fazer as coisas de cada país. O que temos feito é, dentro dos parâmetros que temos definidos para o evento, adaptar isso para a forma como os países trabalham. Não somos nós que vamos ensinar como é que as autoridades devem escoltar uma equipa- podem fazê-lo de mota, carro...-, mas definimos que essa escolta é obrigatória para que todas as equipas cheguem em segurança aos estádios. De forma natural, alguns países têm uma maior capacidade para organizarem eventos deste género do que outros- o objetivo é termos consistência respeitando as diferenças locais», começou por vincar.
O Mundial de Clubes de 2025, que teve lugar nos Estados Unidos da América, foi um teste importante para o Mundial de 2026. Perante isto, Andrey não esconde que as paragens em jogos que aconteceram na competição de clubes devido às condições climatéricas [tal como aconteceu numa partida do Benfica] podem voltar a suceder-se no próximo verão.
«O que estamos a fazer é levar toda a gente para a mesa para percebermos qual o protocolo mínimo que deve ser aplicado. Existe uma diferença de tecnologia entre os estádios e queremos tentar diminui-la, mas continuamos a responder à legislação e às autoridades locais. Assim, pode acontecer de novo. E não é algo negativo. Os países têm diferenças de clima e eu tenho de aceitar que a autoridade de Proteção Civil do México sabe lidar melhor com essas questões no México do que uma autoridade externa ou nós próprios, operadores. Eu não sei lidar com incêndios, mas as autoridades de Los Angeles estão mais do que habituadas a fazê-lo. Ou seja, temos de entender e respeitar as decisões deles. Tem um impacto no futebol, mas estamos a tentar fazer com que isso diminua», sublinhou, dando como exemplo desta premissa a tentativa de implementação no Campeonato do Mundo da tecnologia que permite prever para onde se dirige uma tempestade.
Por fim, Andrey Reis fez uma breve análise ao futebol português e sublinhou que, pese embora o Campeonato do Mundo de 2030 [que se realizar em Portugal, Espanha e Marrocos] já esteja na agenda da FIFA, ainda não é prioritário:
«Não sou especialista em futebol português, mas o facto de o país ter uma autoridade [APCVD] que olha para estas questões de segurança é algo que tem de ser destacado. Se isto é um Indicador positivo para o Mundial de 2030? Exatamente, já sabemos com quem vamos trabalhar: com Portugal, já economizamos nesse tempo de identificação. Existe um trabalho estratégico que está a ser feito, mas o foco é, de forma natural, o Campeonato do Mundo de 2026.»