MundoBola Flamengo
·20 ottobre 2025
Pressão seletiva? Palmeiras reclama agora, mas foi quem mais atacou arbitragem nos últimos anos

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O Palmeiras voltou a falar em arbitragem após a derrota por 3 a 2 para o Flamengo, neste domingo (19), no Maracanã. O diretor de futebol Anderson Barros criticou as declarações de Filipe Luís e José Boto e afirmou que o Fla faz “acusações inaceitáveis”. Esse discurso, no entanto, causou estranheza entre rubro-negros, já que o próprio clube paulista é conhecido por anos de pressão pública sobre a arbitragem.
“Pelo bem do futebol brasileiro, essa pressão precisa acabar! O que vivemos nos últimos dias foi muito grave e requer uma reflexão de todos. É inaceitável que o Filipe Luís e o Boto sigam fazendo acusações contra o Palmeiras, ainda mais depois de um jogo em que houve erros da arbitragem que favoreceram o Flamengo”, afirmou Barros.
O dirigente ainda classificou como “falta de ética” o posicionamento do treinador e fez ataques diretos a Boto, dizendo que o português mentiu após o jogo do primeiro turno, quando relatou tentativa de invasão de dirigentes palmeirenses ao vestiário da arbitragem no Allianz Parque.
“Respeito o Filipe Luís pela trajetória que construiu como atleta e que agora vem desenvolvendo como treinador, mas é falta de ética falar de outro clube da maneira como ele falou. Quanto às declarações do Boto, elas não me surpreendem. Basta nos lembrarmos da mentira que ele contou na zona mista do Allianz Parque”, completou.
O pedido de Anderson Barros pelo “fim da pressão sobre a arbitragem” contrasta com a postura adotada pelo Palmeiras nos últimos anos. Desde a chegada de Abel Ferreira, em 2020, o clube protagonizou uma série de episódios de contestação pública contra juízes, VAR e a própria CBF.
Em 2021, após perder a Supercopa do Brasil para o Flamengo, Abel criticou duramente o árbitro Leandro Vuaden ao afirmar que “duas grandes equipes mereciam um árbitro do mesmo nível”. O técnico português chegou a ser expulso naquela partida por reclamações e, desde então, acumulou dezenas de cartões.
As críticas se intensificaram em 2022 e 2023. Leila Pereira classificou como “criminosa” a arbitragem na eliminação para o São Paulo pela Copa do Brasil e, no ano seguinte, defendeu o auxiliar João Martins, que declarou que “o sistema não deixaria o Palmeiras ganhar”.
A presidente afirmou que o clube seria vítima de erros “absurdos” e prometeu “reclamar, reclamar e reclamar”. Em 2024, após nova eliminação para o Flamengo na Copa do Brasil, Leila voltou a atacar a arbitragem e chamou de “obscena” a atuação do juiz.
Mesmo em 2025, o tom não mudou: em julho, Abel Ferreira voltou a criticar o VAR e disse que o futebol brasileiro “trabalha com ferramentas do século passado”, após derrota para o Corinthians.
A sucessão de episódios mostra um padrão oposto ao discurso atual do clube. O mesmo Palmeiras que durante anos falou em “sistema”, “perseguição” e “vergonha” na arbitragem agora se coloca como vítima de uma suposta pressão. Curiosamente, justamente após uma derrota em que o rival rebateu suas queixas.
José Boto:“Uma arbitragem sem casos. Não foi a melhor arbitragem, houve muita falta que não nos deu e deveria ter dado. Três ou quatro faltas sobre o Arrascaeta, feitas quase sempre pelo mesmo jogador e sem cartão. Agora, em termos de casos que não houve, se alguém está a reclamar é porque não está habituado a não ser ajudado.”